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Carnes podem ultrapassar soja em exportações

Os resultados acumulados das exportações do agronegócio até julho permitem à CNA realizar uma projeção surpreendente para o ano de 2005. “É bastante provável que o complexo carnes ocupe o primeiro lugar no ranking de exportações, substituindo a soja”, anunciou o chefe do Departamento de Assuntos Internacionais e Comércio Exterior (Decex) da CNA, Antônio Donizeti Beraldo. A soja perde espaço devido aos problemas climáticos, que derrubaram a colheita, e aos preços internacionais reduzidos, na comparação com o ano passado. Essa inversão no ranking dos principais produtos exportações não representa má notícia, destaca o chefe do Decex. “Isso prova que o agronegócio está ampliando sua pauta de exportações, diminuindo a dependência do complexo soja”.

Entre janeiro e julho, o Brasil registrou US$ 24,2 bilhões em exportações do agronegócio, 9,1% a mais que os US$ 22,2 bilhões do ano passado. Apesar de o número representar novo recorde, mostra que o crescimento das exportações segue em ritmo menos acelerado que nos anos anteriores.

No ano passado, o resultado acumulado das exportações entre janeiro e julho, de US$ 22,2 bilhões, foi 37,2% maior que o saldo de exportações de US$ 16,2 bilhões dos sete primeiros meses de 2003. “As exportações do agronegócio estão perdendo dinamismo”, diz Beraldo. Os US$ 24,27 bilhões de remessas do agronegócio nos sete primeiros meses de 2005, representaram 37,5% do total das exportações brasileiras no período. No mesmo período do ano passado, os US$ 22,2 bilhões de exportações do agronegócio representaram 42,5% do total das exportações brasileiras.

As importações do agronegócio praticamente mantiveram-se estáveis, somando US$ 2,89 bilhões entre janeiro e julho deste ano, frente US$ 2,80 bilhões, em igual período do ano passado. O saldo do agronegócio atingiu, portanto, US$ 21,3 bilhões, nos sete primeiros meses deste ano, 10% a mais que os US$ 19,4 bilhões de igual período de 2004.

A perda de fôlego das exportações deve-se, principalmente, aos problemas enfrentados no complexo soja. A safra foi de 50 milhões de toneladas, contrariando previsões iniciais de ampliação da quantidade colhida, com expectativa de mais de 60 milhões de toneladas.

Além disso, os preços médios de negociação caíram. Em 2005, o valor médio de exportação do complexo soja foi de US$ 233,60 por tonelada, 18,8% menos que a marca de US$ 287,80 por tonelada, na média dos sete primeiros meses do ano passado.

Dessa forma, embora o Brasil tenha ampliado a quantidade exportada, de 22,8 milhões de toneladas para 23,3 milhões de toneladas, na comparação entre os primeiros sete meses do ano passado com igual período deste ano, o faturamento foi menor. As receitas de exportação de soja somaram US$ 5,4 bilhões entre janeiro e julho deste ano, 17,2% menos que os US$ 6,5 bilhões de igual período do ano passado.

O complexo carnes, em sentido inverso, ganha fôlego, registrando receita de exportações de US$ 4,4 bilhões nos primeiros sete meses deste ano, 34,5% a mais que os US$ 3,3 bilhões do mesmo período de 2004. Houve aumento da quantidade exportada, atingindo 2,9 milhões de toneladas, 25,4% a mais que as 2,3 milhões de toneladas do mesmo período do ano passado.

O preço médio de exportação foi de US$ 1.527 por tonelada, considerando a média entre janeiro e julho de 2005, 7,3% a mais que a marca de US$ 1.423 por tonelada, na média do mesmo período do ano passado. Beraldo lembra que somente em carne bovina, o Brasil tem mais de 140 destinos diferentes.

Fonte: CNA (por Ayr Aliski), adaptado por Equipe BeefPoint

0 Comments

  1. Paulo Cesar Bastos disse:

    O Brasil, hoje o maior exportador mundial de carne bovina, vem consolidando e aumentando essa sua participação. Fato a comemorar como fruto do trabalho dos produtores, empresas e governos no programa de sanidade animal, melhoria genética e prospecção de mercados.

    Ocorre um problema, no entanto, que vem afetando os estados ainda não exportadores com no caso da Bahia.

    A sobra dos dianteiros e ponta de agulha que não são exportados vem inundando o mercado e sendo fator do aviltamento de preços para a arroba do boi.

    Torna-se necessário uma pergunta: O que precisamos fazer com os excedentes, não vendidos ao exterior. Precisamos gerenciar as vendas externas para colocação da carcaça inteira ou desenvolver um programa efetivo de industrialização e agregação de valor ao dianteiro e ponta de agulha de modo a facilitar o seu consumo sem penalizar o consumidor nem inviabilizar a atividade produtiva.

    Vamos desenvolver idéias e alternativas.

    Fica a chamada para os técnicos, produtores, industriais enfim a toda cadeia da carne.