Perguntei a um excelente nutricionista sobre qual o limite máximo do uso de caroço de algodão em dietas de confinamento, visando alta qualidade de carne. A resposta foi a seguinte:
Quanto ao caroço de algodão nunca tivemos reclamações sobre sabor diferente da carne com uso de até 10%, base seca.
E você, qual sua recomendação sobre uso de caroço de algodão na dieta de confinamento e garantia da qualidade da carne?
Nós aqui no BeefPoint queremos levantar essa informação de forma ampla, aberta e divulgar isso para todo o Brasil. Queremos auxiliar no trabalho de melhorar a qualidade da carne brasileira. Se você tiver alguma outra sugestão, gostaríamos muito de conhece-la.
Muito obrigado. Um abraço, Miguel Cavalcanti
PS: Por favor, comente abaixo qual sua recomendação sobre uso de caroço de algodão e qualidade de carne.
33 Comments
Miguel, não é comum a abordagem de qualidade de carne nas disciplinas de nutrição animal, a abordagem usada é que o limite do caroço se dá para atender o teor máximo de óleo na dieta que deve ser de 6%. Para não ultrapassar esse limite dependendo dos outros ingredientes pode-se usar até 20% de caroço na MS. Tenho procurado trabalhar com o máximo de 15% na MS. Já li um trabalho que até 20% na MS não houve problema na carne. Segundo trabalho de Millen et al. (2009) a recomendação no Brasil tem uma variação de 5 a 27,5% de caroço na MS da dieta. (A snapshot of management practices and nutritional recommendations used by feedlot nutritionists in Brazil. Journal of Animal Science, v.87, n. 10)
Miguel aqui na associação já fizemos testes por nossa conta. Há uma interação entre quantidade e tempo de confinamento. Valores até 1,5 kg em até 60 dias nas novilhas não apresentaram problemas
Obrigado Alexandre e Alexander, nosso plano é chegar a uma recomendação para a pecuária, focado em quem quer garantir qualidade. Abs, Miguel
Comentário de Roberto Barcellos, via twitter:
Tolerância Zero !
Parabéns Miguel, esta é uma questão muito importante, principalmente quando falamos em carnes de qualidade Premium.
Nós aqui no sul sentimos uma diferença muito grande no sabor da carne de animais confinados que vêm aí do centro/norte do país, muito em função do uso excessivo do caroço de algodão.
Abs,
Marco Andras
Miguel, ja trabalhamos ate um limite de 21,5% de inclusão de car algodão (MS) em dietas de confinamento, sem alterações na carne que fossem informadas. Porém atentos aos limites de oleo total. Se houver inclusão de sub-produtos à base de soja, ex: bandinha, tem que reduzir, pois a mesma as vezes tem teores de oleo elevado. Um abraço e um otimo 2013 a todos.
Miguel,
Além de atender grandes atacadistas, trabalho diretamente com o consumidor final pois a Celeiro no MT tem lojas de varejo, tendo então feedback imediato quando da ocorrencia de algum problema com sabor das carnes.
Temos rastreamento de todos os animais, bem como do produto, o que nos possibilita saber de onde veio este animail e qual sua dieta.
Pela falta de segurança quanto aos niveis bem como quanto a tempo minimo e máximo desses animais em confinamento, nós, para preservar nossa imagem e nosso cliente, optamos por NÃO comprar animais provenientes de dietas com caroço de algodão.
Este ano tivemos problemas com animais de confinamento que segundo o pecuarista estava administrando 8% deste produto, com base na MS. Assim, vejo que precisamos urgente de embasamento mais técnico para podermos saber do que estamos falando, afinal nao podemos admitir que este produto venha a ser excluido das dietas, já que oferece otimo custo beneficio.
Estou a disposição. Abraços
Caro Miguel, no ano passado me deparei pesquisando sobre a origem do sabor e dosagem de caroço de algodão, e o que continha no óleo bruto, originário do esmagamento do caroço.
Minha primeira surpresa: existem linhas de pensamentos que falam não ser o gossipol o problema. Fiquei em dúvida, mas fui em frente e pesquisei sobre variedades de algodão e a origem da produção de gossipol. Mais dúvidas.
Então entraram as variedades transgênicas e a variação de produção de óleo oriundo do período de colheita da safra e da safrinha, que são diferentes em quantidades e qualidade. Ficou claro que o caroço, como é de conhecimento, é um subproduto e portanto as variações serão sempre contínuas – o importante na produção de algodão é a pluma e atualmente não existem formas de se rastrear a origem do caroço nas algodoeiras, seja por variedade e quantidade de óleo ou por período de colheita.
E, para finalizar meu comentário, e minhas dúvidas que se seguiram às pesquisas: Encontrei variedades que não produzem gossipol.
Espero ter contribuído e gostaria de mais informações!
Miguel,
Este é um tema bastante complexo. Não só o caroço de algodão, mas também devemos considerar todas e qualquer fonte de gordura polinsaturada na dieta, como a torta de algodão, soja in natura, etc.
Quando entramos com altas quantidades de energia, na forma de gordura polinsaturada com caroço e torta de algodão, o sabor “estranho” que encontramos é a oxidação lipidica que como fator predisponente é o estresse pré-abate. Acredito que grande parte do nosso rebanho, ainda sofre grande estresse no carregamento e principalmente transporte.
Isto creio, ajuda explicar ou entender porque o problema é difícil de se detectar em condições experimentais, ou testes de campo.
Não sou tão radical quanto o Roberto, mas acho que deve ser utilizado limites menores. Outro ponto, é realmente rastrear as causas e fatores pre-disponentes, como estresse, hibridos de algodão e outros fatores associados a dieta, como minerais, etc.
interessante essa troca de informaçao ..parabens
Não se aplica ao caroço de algodão, mas como li a respeito da pessoa que não estava satisfeita com a qualidade da carne, estou dando minha opinião.
Ao meu paladar, o que mais influencia em alteração de saboroma e de textura (e pra um lado negativo), são carnes maturadas. Apesar da praticidade da compra das peças a vácuo, maior garantia de segurança alimentar, pois há menos manipulação, etc, não consigo apreciar.
Trabalho com níveis de 15% (eventualmente 20%) da MS objetivando reduzir ao mínimo o consumo. Em todas as fazendas existem abates de animais para consumo interno e nunca foram detectadas alterações sensoriais
Olá Miguel,
Vou botar lenha nessa fornalha!!
Na minha pequena experiência, compartilhando da explanação de outros colegas anteriormente, acredito que o caroço de algodão não pode ser responsabilizado sozinho. Já degustei cortes de animais que não receberam este ingrediente em sua dieta e mesmo assim detectamos o “gosto característico”.
Algumas pessoas defendem a idéia de que se utilizarmos dietas com alto teor de extrato etéreo (acima de 5%), basta utilizarmos algum antioxidante na dieta, que o “gosto ruim” desaparece!!
De qualquer maneira, acredito que não devemos utilizar o caroço para produzirmos carne premium… Até que a ciência desvende de uma vez por todas este mistério!! Pois definitivo mesmo, ainda não temos nada!!
Espero ter contribuído com a discussão!!
Miguel,
Nos anos de 1998 a 1999 suspeitávamos que bois confinados alimentados com caroço de algodão e soja in natura, ocasionava odores e sabores de figado.Naquela época alguns de nossos clientes vendiam direto nas casas de carne então era fácil saber de onde vinham os animais.
Os consumidores reclamavam principalmente das carnes do dianteiro onde evidenciava mais o sabor .Ai surgiu uma duvida pois todos os animais confinados naquela época recebiam um complexo de vit ADE que por coincidência era oleoso e quando experimentado tinha um sabor muito semelhante com o da carne.Procuramos então o fabricante e nada constava em relação a mudança de sabores.
Não usamos mais a soja in natura por motivo de custo alto, mas usamos caroço de algodão nas dietas entre 10% a 20 % dependendo de cada formulação. Acho que não podemos culpar esse ou aquele produto, pois talvez o problema possa estar na: :combinação de ingredientes, estresse, tempo de confinamento .
Para finalizar acho que a pesquisa deve procurar mais atributos para poder realmente descobrir qual a causa desses sabores desagradáveis.
abraços
Fernando Nemi Costa
Miguel, bom dia.
Interessante comentário do Marcelo Manella.
Aqui no RS, temos usado muito farelo gordo de arroz na formulação das dietas, com níveis muitas vezes superiores a 6% de óleo na ingesta total, sem termos relatos de sabores estranhos na carne. Tenho dúvidas, portanto de que a gordura possa ser o fator predisponente.
Nosso gado é manso, europeu e castrado.
Zebuínos inteiros são altamente sujeitos a stress pré abate.
Não seria esta combinação a causa deste nefasto marketing negativo?
Gostaria da palavra do prof. Pedro de Felício.
Miguel bom dia,
tenho visto e lido muita coisa a respeito do sabor de nossa carne e a procura de um culpado gostaria apenas de ponderar alguns pontos:
–mudamos de boi de pasto para boi de cocho
–raças envolvidas
-tínhamos pouca genética em nosso rebanho e evoluímos muito
-somos um pais com muita variedade de subprodutos
-dietas ainda feita por leigos
contudo para mim a maior transformação foi a passagem de boi de pasto para boi de cocho e dietas acima de 80% vindas de concentrados.
um grande 2013 a todos.
Miguel bom dia! Caroço de algodão de jeito nenhum.
Aqui no Vermelho Grill compramos nossas novilhas diretamente da fazenda e em nossa desossa preparamos os cortes a serem servidos no restaurante. Por isso temos uma resposta imediata do nosso cliente em relação a sabor e maciez da carne.
Certa vez a fazenda Paquetá, nossa fornecedora, nos solicitou que fizéssemos um teste pois tinham informação que uma determinada quantidade mínima não daria gosto na carne, porém mesmo assim alguns clientes identificaram logo no primeiro dia.
Sendo assim, na dieta dos nossos animais não pode conter caroço de algodão de forma alguma.
E a temperatura da gôndola do supermercado ?
E a temperatura no momento do transporte ?
E a “talvez” mudança de data de validade ?
O descarregamento da mercadoria no supermercado ?
Que garantias temos a respeito ?
A probabilidade da consumidora que reclamou de encontrar-se em um local distante da produção é grande.
Vamos sozinhos engolir o sapo ?
E dentro da porteira…
Como está a uniformidade dos ingredientes na dieta ?
Sabemos que temos 3 dietas;
-a que formulamos..
-a que misturamos (QUE ACREDITO QUE A PROBABILIDADE DE ERROS É MAIOR)
-e a mais importante, a DIETA QUE O BOI REALMENTE COME…
Parabéns pela inciativa.
Miguel, foi pensando em buscar respostas para este problema que, aqui no Laboratório de Análise Sensorial da FEA-Unicamp, montamos um projeto de pesquisa de pós-doutorado.
O projeto, aprovado pela FAPESP, visa mapear o sabor da carne bovina no Brasil buscando os possíveis responsáveis pelo desenvolvimento do sabor de fígado na carne.
A proposta é avaliar um grande número de amostras provenientes de diferentes sistemas produtivos, regiões e período do ano.
Estamos contatando produtores, associações e frigoríficos para serem parceiros desta pesquisa.
Quem tiver interesse em saber mais sobre o trabalho e quiser participar da pesquisa pode entrar em contato diretamente comigo: Sérgio Pflanzer (19-82633363 – spflanzer@gmail.com).
abraços
Sergio Pflanzer
Parabéns pela iniciativa do debate!..
Sucessos!!
caro Miguel
Vamos iniciar a campanha já! Nada de algodão na dieta dos bovinos nos últimos 15 dias que antecedem a matança. Tenho certeza que as reclamações diminuirão muito.
Um abraço,
Osni
Boa tarde
Entre os anos de 2003 a 2006 trabalhava numa fazenda que vendia carne de novilhas diretamente por uma loja própria na cidade de Coxim e Campo Grande. Quando essas novilhas eram alimentadas com caroço de algodão em sua dieta imediatamente as vendas caiam e as reclamações eram constantes sobre o ” gosto estranho ” que a carne apresentava, segundo palavras dos próprios fregueses. A partir do momento que abolimos o caroço da dieta não tivemos mais reclamações deste gênero. Portanto ,no meu entendimento, para conseguirmos produzir carne de qualidade não podemos usar o caroço de algodão.
Em contrapartida concordo com o o Sr João Horacio sobre diversidade nas variedades de algodão. Trabalho atualmente com torta de algodão ( torta gorda) e não tenho problemas quanto ao gosto da carne. Muitas pesquisas precisam ser feitas nesta área para darmos embasamento cientifico aos nosso comentários.
Prezado Fernando Costabeber, agradeço a menção ao meu nome no seu comentário. Eu não sei o que dizer sobre o farelo de arroz, mas vou ver se existe alguma coisa a respeito na literatura. Se encontrar algo voltarei a escrever.
Abraços a você e aos demais participantes deste debate.
Pedro E. de Felício
@robertogrecelle: Alem do paladar já estourado, o LIMITE é a ética com o boi, um pastejador por natureza. #boiapasto
Bom dia. Gostei muito desta reportagem, venho tarde, pois já venho reclamando sobre esta ocorrência ha mais de dês anos. Estes dias atrás a empresa MacDonalts sofreu denuncias na qualidade de sua carne, a qual foi amplamente divulgada nas redes sociais, e aproveitei para a redigir um testo sobre a ma qualidade da nossa carne bovina, sabor da mesma provenientes de animais tratados com caroço de algodão e publiquei no FaceBoock. Por varias vezes cheguei a jogar fora toda a carne servida em minha mesa, sabor intragável, com gosto de sabão de barra e por muitas vezes já de coloca-la na panela se sente o cheiro alterado, muito ruim. Por varias vezes comentei com donos de frigoríficos este fato e também que se continuasse desta forma poderíamos ate perder mercado para outras carnes e todos me respondiam que não tinham nenhuma reclamação neste sentido e na minha ótica senti uma certa conformidade deles quanto a quererem mudar esta situação. Cheguei a ver um consumidor chegar a um açougue de uma rede de supermercados respeitável a nível nacional e perguntar ao açougueiro se tinha carne de boi sem ração, ou seja, de boi verde, o funcionário respondeu que não tinha e o consumidor saiu criticando em voz alta, nervoso e sem realizar a compra. Conversando com outro pecuarista vizinho de minha fazenda, o qual também tem granjas de frango com a empresa Sadia, ele me disse que na avicultura eles mudam o tipo de ração uns dias antes do abate dos frangos para que sejam eliminados os resíduos da mesma que interferem na qualidade da carne. Talvez seja esta a solução.
Agradeço a vocês por esta reportagem e vou publica-la no Faceboock.
Saudações. Cesar G. Galli
Sou veterinária e vivo há muitos anos em Portugal; além de possuir algum conhecimento técnico sobre o assunto, me coloco também no papel de consumidora. Fico extremamente feliz quando encontro nos supermercados alguns cortes de carne (picanha, contra-filé, filé, alcatra e mais raramente maminha) provenientes do Brasil e com preços muito competitivos com os praticados aqui. Algumas vezes também pude constatar algum paladar “diferente”, o que me deixou decepcionada.
Podemos encontrar aqui diferentes origens da carne bovina sul americana como: Uruguai, Argentina e mais raramente Paraguai no mesmo supermercado e às vezes com variações de preços significativas.Gostaria de poder continuar a ver a carne brasileira no seu merecido lugar de destaque e com toda a garantia da qualidade de produção “à pasto” como é tão apreciada aqui.
Deveriam ser melhor publicitadas as campanhas de produção de qualidade onde “todos ganham” e não valorizadas as “fórmulas mágicas” de ganhos quase imediatos como por exemplo a ractopamina nos suínos que levou ao desastre as exportações.
Parabèns a todos que estão participando desse tema tão importante ~para o Brasil, produtores e consumidores de carne bovina.
Moro em São Paulo e ja vivi no Rio Grande do Sul e Argentina, portanto sei bem o que é carne boa na panela e na churrasqueira.
Acompanho muito a atividade agropecuaria e estava muito feliz com o desenvolvimento tecnico e genetico da pecuaria brasileira, mas de uns 2 anos para cá venho notando uma queda grande na qualidade/sabor da carne bovina brasileira ate mesmo nas carnes premiun. Uma caracterisca que tenho percebido e quando se coloca um bife na frigideira solta uma grande quantidade de água, vira bife cozido e o gosto não é bom.
Me pergunto se a intensificação dos confinamentos no Brasil e me parece que a resposta é sim.
Vamos lá gente salvem a carne brasileira senão vamos ter que comprar carne argentina se quizer-mos saborear uma boa carne
Prezados,
Parabéns Ana Maria Araújo pelo seu comentário pertinente e a alerta que faz. É necessário ter muito cuidado com as Tecnologias tanto no animal quanto no seu processamento antes, durante e após o abate. Acredito que a avaliação apenas financeira de determinadas tecnologias pode levar o comprometimento, de maneira irreversível, de determinados produtos. Pensem nisto!
Prof. Wagner
Veterinária / UFMG
Parabens Ana Maria Araujo. Sou Pecuarista e adoro a carne bovina,sou como onça em carne, portanto sou também consumidor e acredito que com a força das Redes Sociais podemos fazer algo nos sentidos de mudarmos de principios que nao estao dando certo. Conforme voce ve em meu testo que ja reclamo deste fato a mais de dês anos, quase vinte e nada mudou. Estou muito feliz como produtor de carne bovina e como consumidor pela iniciativa do BeefePoint, pela participaçao de pessoas como voce, pois aqui no Brasil nao temos a noçao de como é vista nossa carne em outros países. Aqui nao esta lá muito bem. Obrigado e Saudacoes Ruralistas.
Acredito já ter lido um debate sobre esse mesmo tema a uns 3 ou 4 anos aqui mesmo no beefpoint. Mas infelizmente após dezenas de postagens não se chegou a um consenso.
Existem muitos fatores que podem estar relacionados ao sabor desagradável da carne, que são em geral principalmente ligados ao abate, processamento, tamperaturas de conservação no frigorífico, transporte e gôndolas de supermercado, no transporte e conservação até o consumo… Conclui-se que existem muitos pontos para ocorrer falha e causar alterações muito significativas no sabor da carne.
Quanto a dosagem, ou se o caroço de algodão é ou nao responsável por piorar o sabor da carne é simples de se resolver… é preciso fazer trabalhos científicos levando em conta critérios técnicos e estatísticos para finalmente resolver esse dilema. Para continuar avançando na pecuária de corte, temos que parar com achismos, e opiniões leigas nos assuntos. Isso nao resolve e não prova nada.
As universidades de valor estão aí preparadas e bem remuneradas para resolverem isso com agilidade e conhecimento. Soube que esse ano uma equipe a ESALQ em piracicaba fará um trabalho científico testando diferentes dosagens de caroço de algodão para tentar desmitificar ou entender melhor essa história. Ainda existem muito poucos trabalhos científicos no assunto.
Um abraço.
Faço semi-confinamento desde 1997 e sempre utilizei caroço de algodão com 20% da dieta concentrada ou seja 600gr/dia/cab. Portanto nunca mudou o sabor da carne, pois a proteína bovina que comemos é da propriedade.
Realizei durante o meu experimento de doutorado a avaliação da oxidação lipídica da carne de bovinos alimentados com grãos de soja ou caroço de algodão (24% da MS dietética). Foi verificado que a carne de bovinos alimentados com soja apresentou maiores concentrações de malonaldeido após 42 dias de maturação que a carne de bovinos alimentados com caroço de algodão. Como já foi falado neste fórum, o problema pode acontecer com qualquer fonte de gordura insaturada.
Otávio R. Machado Neto
Professor Adjunto I – UFMG.
Na minha região tenho sempre observado carne “sem sabor”. Também temos problemas muito frequentes quanto a maciez da carne, uma vez que a população compra colchão mole que parece colchão duro de tão dura que é a carne. Quanto ao gosto de “fígado” na carne raramente acontece. Aqui se trabalha com animais anelorados criados a campo. Não teria relação diferente entre raças bovinas x % de caroço de algodão na dieta?