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Carteira do crédito rural cresceu 5,7% ao ano em 11 anos, diz Ipea

O saldo acumulado das carteiras de crédito rural dos bancos cresceu, em média, 5,7% ao ano entre 2007 a 2018 no país, segundo cálculos divulgados hoje pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Esse resultado foi garantido por um aumento de 9,9% ao ano de 2007 a 2014, já que depois disso houve queda de 1,4% ao ano, em média.

Segundo Fábio Servo, especialista em políticas públicas e gestão governamental do Ipea, o setor agropecuário tem registrado um desempenho acima da economia e, historicamente, sempre “muito dependente” do crédito.

Os cálculos do Ipea também confirmam que o perfil do financiamento ao setor tem mudado nos últimos anos, com o avanço da participação das fontes de recursos com juros livres como as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), por exemplo, e a queda de fontes tradicionais como os depósitos à vista e a poupança rural.

Enquanto a participação das fontes com taxas controladas no volume de contratações de refiro rural recuou de 92,6%, na safra 2014/15, para 71,6% neste ciclo 2018/19 (até março), a fatia dos recursos com juros livres subiu de 7,4% para 28,4% na comparação.

“A tendência é que os recursos livres continuem ganhando participação”, disse Servo ao Valor. “No Plano Safra 2019/20, teremos uma transição, numa tentativa de preservar os recursos, que terão taxas de juros mais próximas da realidade de mercado e algum subsídio ainda, mais focado em médios e pequenos produtores”, acrescentou.

Segundo o economista do Ipea, esse cenário de crédito rural menos dependente de fontes públicas também está associado ao fato de o governo não conseguir mais suportar o mesmo impacto fiscal de anos atrás. E ele lembra que os juros da economia brasileira estão em um patamar mais baixo, o que permite o crescimento dos financiamentos a taxas de mercado.

“A gente vê que o papel dos bancos públicos tem decrescido e o das cooperativas e dos privados, aumentado”, encerrou Servo.

Fonte: Valor Econômico.

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