Em busca de novas alternativas de negócio, a cooperativa Castrolanda, do Paraná, está desenvolvendo um programa para abrir mercado para a carne de vitelo, ainda pouco consumida no Brasil, apesar de muito popular na Europa. Desde janeiro, a cooperativa abate entre 35 e 50 animais por mês, para “dar destino aos reprodutores excedentes, que eram vendidos a preço de nada”, explica o coordenador de comercialização de gado de raça e vitelo, Dirceu Rodrigues.
Por enquanto, toda a produção é entregue em São Paulo, para a Wessel e Multicarne, porque o comércio paranaense ainda não é muito receptivo. “O problema é cultural e de poder aquisitivo”, diz o coordenador, uma vez que a carne de vitelo costuma ser até 100% mais cara que a de gado tradicional.
Segundo ele, há também um certo preconceito contra o produto, porque muita gente acredita tratar-se de feto bovino, o que não é verdade. O animal é criado até os cinco meses de vida, quando atinge entre 180 e 210 quilos de peso.
Em função das dificuldades, a cooperativa espera para avaliar o comportamento do mercado para aumentar a produção. Segundo Rodrigues, uma das principais vantagens da carne de vitelo oferecida pela Castrolanda é a garantia de qualidade e condições de saúde dos animais. Isto também se reflete no preço da carne, fazendo com que seu custo seja mais alto, “já que exige maior cuidado na criação e principalmente na alimentação dos animais”, diz.
Rodrigues conta que as vendas são melhores, por enquanto, para os cortes mais nobres. A parte dianteira ainda é difícil de colocar no mercado, embora, garante, o coxão duro do vitelo é até mais macio que o coxão mole de um boi adulto comum. Por isso, a cooperativa deixou de apresentar o produto em cortes especiais. Nos últimos abates são comercializadas as carcaças inteiras.
A carne de vitelo também é considerada mais rica em proteínas e com menos gordura e colesterol, qualidades obtidas pelos cuidados com a alimentação dos animais.
Fonte: Valor On Line (por Miriam Karam), adaptado por Equipe BeefPoint