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Catarinenses trocam pecuária por grãos

Lages, a maior cidade da serra catarinense quer despontar na agricultura. A tradição da pecuária começa a perder espaço nos campos do Planalto Serrano para a cultura de grãos. O motivo é a estagnação do preço do boi de corte e aumento do custo de produção. A opção dos pecuaristas é arrendar as terras para o cultivo de soja, milho, trigo e feijão.

Conforme levantamento da Secretaria Municipal de Agricultura, a área de soja plantada em Lages quase quadruplicou desde 2000. A previsão era colher este ano 140 mil sacos de 60 quilos. Mas, devido à seca, o número caiu para 110 mil sacas.

O trigo era quase inexistente em 2002. Hoje, há 400 hectares desse alimento. Outras culturas de inverno, como aveia e azevém, também ganharam espaço. Essa mudança também é refletida no movimento econômico da região. A agricultura representava, há cinco anos, 2,3% da receita municipal. Em 2003 subiu para 4,7% e a estimativa é que em 2005 sua participação ultrapasse 5% do bolo orçamentário.

“Nunca foi tão farta a fatia da agricultura. Nos últimos dois anos houve um crescimento por causa dos arrendamentos de terras. Esse sistema não oferece risco para o proprietário, que ganha por saca colhida”, explicou o secretário Arnaldo Moraes.

Com 184 associados, a mais antiga cooperativa de grãos da região, a Cooperplan, acompanha há uma década essa evolução. Quando foi inaugurada em 1994, tinha capacidade para armazenar 6,3 mil toneladas de grãos. Hoje, os silos podem abrigar até 20 mil toneladas. A soja serrana é exportada e o milho abastece aviários e suinocultores de toda a região sul do estado. “Anualmente, o nosso crescimento na produção de grãos está variando entre 20% e 25%”, disse o diretor comercial Luiz Carlos Uncini.

Quem não se desfez totalmente da pecuária, pelo menos reduziu a criação em 50% da propriedade e investiu o restante na plantação de pinus e no cultivo de grãos.

Para facilitar o escoamento dessa nova produção, a prefeitura teve que investir na melhoria das estradas do interior do município. De acordo com os dados oficiais, nos últimos 24 meses foram abertos aproximadamente cerca de 18 quilômetros de vias para ligar as lavouras.

O presidente do Sindicato Rural de Lages, Carlos Luiz Peron, aprova a diversificação de culturas no município, porque propicia novas alternativas de renda para os produtores. Porém, ele espera uma melhoria na assistência técnica para atender os produtores.

“Estamos deficientes nesse serviço, tanto na área da pastagem quanto na de grãos. Os solos aqui são muito variados e o agricultor depende desse auxílio para adequar suas propriedades em culturas rentáveis à região”, salientou.

O gerente do escritório da Epagri em Lages, Humberto Silveira de Souza, disse que a entidade está trabalhando na programa Microbacias, que visa atender as pequenas propriedades, não somente na produtividade, mas também na melhoria do meio ambiente e qualidade de vida.

Souza destacou que a região tem excelentes condições de evoluir na agricultura devido ao clima e ao solo propícios para o cultivo de várias culturas. “Temos tudo para atingir uma alta produtividade na serra em um período não muito distante”, salientou.

Fonte: Diário Catarinense (por Diego Rosa), adaptado por Equipe BeefPoint

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