Até o final de novembro, os criadores de 18 regiões de São Paulo (Botucatu, Bragança Paulista, Campinas, Franca, Guaratinguetá, Itapetininga, Itapeva, Limeira, Mogi das Cruzes, Mogi Mirim, Orlândia, Pindamonhangaba, Piracicaba, Registro, Ribeirão Preto, São João da Boa Vista, São Paulo e Sorocaba) deverão vacinar, além de bovinos e bubalinos, toda a população de eqüinos, ovinos e caprinos contra a raiva dos herbívoros, doença transmitida pelo morcego hematófago, a qual não tem cura e causa prejuízos econômicos ao produtor.
Segundo o médico veterinário Vladimir de Souza Nogueira Filho, responsável pelo Programa de Estadual de Combate à Raiva dos Herbívoros, da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, houve redução do número de focos no Estado.
“Em 2002, foram registrados 207 focos e, neste, foram apenas 101. Nos últimos quatro meses, chegou-se a uma média de quatro focos/mês. A vacinação protege os animais quando atacados por morcegos contaminados. Aliado a isso, a Defesa Agropecuária realiza um trabalho intensivo de capturas de morcegos hematófagos. Neste ano, já foram capturados mais de 10 mil. Eles são tratados com pasta vampiricida e soltos. De acordo com a literatura, cada morcego tratado poderá eliminar até dez outros morcegos. Em média, podemos afirmar que, em 2003, foram eliminados cerca de 50 mil morcegos no Estado”, explicou.
Em um cálculo aproximado, é possível estimar o prejuízo que os morcegos eliminados pelo trabalho da Defesa Agropecuária deixaram de provocar. Um morcego consome 30 ml de sangue/dia, o que dá um total de 1.500 litros/dia não-consumidos. Seu ataque debilita e enfraquece os animais, além de oferecer o risco de raiva.
A CDA mantém 17 equipes, atuando no Estado, nos trabalhos de captura e controle dos morcegos hematófagos. São 18 médicos veterinários e 38 auxiliares. Foram realizados mutirões contra a raiva (captura de morcegos nas propriedades) nas regiões dos Escritórios de Defesa Agropecuária (EDA) de Mogi Mirim, São João da Boa Vista, Limeira, Piracicaba, Campinas e Franca. Neste mês, o mutirão é realizado no EDA de Itapeva.
O criador deve estar atento à ocorrência de mordedura nos animais. Caso apareçam muitos animais mordidos, o que indica a presença de grande quantidade de morcegos, deve informar imediatamente o EDA. Notando apenas um ataque pequeno, o criador pode fazer a aplicação da pasta vampiricida, ao redor da mordedura. Como explicou Nogueira, o morcego tem o hábito de retornar para sugar o sangue no mesmo local. Ao fazer isso, ele entrará em contato com a pasta, que provocará sua morte.
A vacinação contra a raiva dos herbívoros é realizada em maio e novembro em São Paulo. Na primeira etapa, em maio, o índice de cobertura de vacinação foi 98,62%.
O criador que deixar de vacinar estará sujeito a multas de 5 Ufesps (R$ 57,45) por animal não-vacinado e mais 3 Ufesps (R$ 34,47), por cabeça, por deixar de comunicar a vacinação.
Fonte: Assessoria de Imprensa da CDA, adaptado por Equipe BeefPoint