Devido a classificação do Ceará como “área de risco desconhecido” em relação à febre aftosa, os animais deste Estado não podem circular em outras regiões do País. Isso está comprometendo os negócios dos criadores, pois faz com que o plantel do Ceará fique impedido de participar de feiras e que seja comercializado com preço menor do que o praticado convencionalmente no mercado. No nordeste, somente Sergipe e Bahia podem transitar com animais para abate e reprodução em outros estados.
Neste contexto, a intenção do Estado é antecipar de 2005 para 2003 a inclusão do Ceará na área de zona livre de febre aftosa. A estratégia da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce), órgão vinculado à Secretaria do Desenvolvimento Rural, é reforçar a fiscalização nas cinco barreiras zoofitossanitárias – Aracati, Jati, Penaforte, Crato e Parambu. Outra medida é divulgar a prevenção à doença junto a produtores e associações, por meio de campanhas, palestras, e pelos 71 Centros de Atendimento aos Clientes (Centec) no Estado. As ações de defesa animal para este ano contam com recursos do Estado da ordem de R$ 360 mil.
A busca também é pela cobertura total de vacinação. O reforço pode vir da lei estadual nº 13.067, regulamentada este mês pelo decreto nº 26.369, e que obriga os produtores a vacinar seus animais. Em fevereiro deste ano, foram imunizadas 945,295 mil cabeças no Estado. Os números de agosto estão sendo apurados.
Segundo o responsável pelo serviço de defesa animal na Ematerce, Joaquim Sampaio Barros, desde 1998 não há nenhum registro de caso de febre aftosa no Estado. Ele informou que as últimas ocorrências foram em 1997, com 18 focos, a maior parte no interior. No entanto, Barros alerta que, se os animais não estiverem imunizados, podem surgir focos da doença a qualquer momento.
Segundo dados da Organização Internacional de Epizootias (OIE), os seguintes estados brasileiros são considerados como livres de febre aftosa com vacinação: Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Distrito Federal.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Tony Duda) e Organização Internacional de Epizootias (OIE), adaptado por Equipe BeefPoint