O Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) admitiu que pode fazer uma suplementação ao orçamento do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec) neste ano para garantir o cumprimento do novo cronograma para o início da produção do primeiro chip desenvolvido e fabricado no país. A decisão será tomada em duas semanas, depois que a estatal "detalhar" seu plano estratégico para o MCT, disse ontem o ministro Aloizio Mercadante.
O Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) admitiu que pode fazer uma suplementação ao orçamento do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec) neste ano para garantir o cumprimento do novo cronograma para o início da produção do primeiro chip desenvolvido e fabricado no país. A decisão será tomada em duas semanas, depois que a estatal “detalhar” seu plano estratégico para o MCT, disse ontem o ministro Aloizio Mercadante.
Segundo o presidente do Ceitec, Cylon Gonçalves da Silva, há a necessidade de um aporte de R$ 40 milhões, além do orçamento de R$ 50 milhões neste ano, para iniciar a produção dos semicondutores em escala comercial em 2012. Esse prazo já significa um atraso de cinco anos em relação à previsão original e, sem o aporte extra, poderão ocorrer novos atrasos no cronograma.
Desde que começou a ser implantado, a partir da doação dos primeiros equipamentos pela Motorola, em 2001, o Ceitec recebeu investimentos de R$ 500 milhões, a maior parte do MCT. O coração da fábrica, a chamada “sala limpa”, foi inaugurada em fevereiro de 2010. O prédio foi concluído em fevereiro deste ano e até 15 de junho deve ser encerrada a verificação da conformidade entre o projeto e a construção.
Agora, diz Cylon, que foi nomeado para o cargo em agosto do ano passado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os novos recursos são necessários para os “acabamentos”, a manutenção e a operação da fábrica. Só a conservação dos equipamentos, que ainda não foram usados, vai custar R$ 22 milhões, quase a metade do orçamento original deste ano. A conta de água e energia vai consumir outros R$ 12 milhões e a folha de pagamento, R$ 7,5 milhões. O Ceitec tem 129 funcionários, mas prevê contratar mais 62 neste ano e outros 50 em 2012.
Ontem, com o governador Tarso Genro (PT), Mercadante participou do lançamento do programa RS Tecnópole, que na largada destinou R$ 12 milhões em recursos estaduais para projetos de infraestrutura nos polos tecnológicos do Rio Grande do Sul. O ministro reconheceu a necessidade da suplementação de verbas para o Ceitec, mas em função do corte de gastos do governo federal, disse que pretende “arrochar bem” o valor para “aumentar a eficiência e reduzir custos”. “O aporte é para produção. Será necessário aumentar o quadro de pessoal e comprar matéria-prima”, afirmou Mercadante.
A transferência de tecnologia da alemã XFab para o Ceitec vai começar no dia 1º de outubro, junto com o início da fabricação local em fase experimental, e será concluída em 18 meses. Ao longo desse período, a parcela da produção realizada em Porto Alegre será gradualmente ampliada, até chegar a 100% em março de 2013, quando a capacidade instalada será de 50 milhões a 100 milhões de chips por ano.
O primeiro semicondutor fabricado pelo Ceitec em escala comercial, a partir de 2012, será destinado à rastreabilidade bovina, o chamado “chip do boi”, desenvolvido pela própria estatal. O objetivo de Cylon é fazer com que o centro se especialize na produção de chips para identificação por radiofrequência. Produtos com outras aplicações, como comunicação em banda larga sem fio e mídias digitais, serão desenvolvidos pela empresa, mas terão protótipo e produção fora do país.
A matéria é de Sérgio Bueno, publicada no Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
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Como brasileiro gostaria muito de contar com produção de semi-condutores nacionais mais baratos. E ainda torço para o sucesso da empreitada.
Mas sinceramente a Ceitec tem divulgado inicio de produção comercial ao longo dos anos e descumprido sistematicamente os prazos estipulados por ela mesma. Basta fazer uma pesquisa aqui mesmo no beefpoint.
O fato é que já gastamos R$ 500 milhões de recursos públicos e tenho receio que a demora possa tornar a fabrica completamete obsoleta antes mesmo de iniciar operações. Se é que entrará em operação realmente.
Sei que trata-s e de área estratégica para o Brasil mas será que não seria melhor para o pais oferecer subsidios fiscais para atrair empresas do setor? Sinceramente não é fácil para o Estado ter a agilidade necessário a este ramo de atividade.
Pois é… Novamente o tal "Ufanismo Barato" nos sairá muito caro…
Revejam as notícias já publicadas aqui mesmo no BeefPoint, me dava a impressão de que os "chips" estavam chegando em breve ao mercado… e até 2012 nada chegará…
Afinal R$ 500.000.000,00 já foram… e somente neste ano outros R$ 90.000.000,00 são necessários, só para produzir o tal "chip bovino"… isso se tudo der certo, o que neste país com a administração que tivemos nos últimos 500 anos, nos indica que dificilmente se atingirá qualquer objetivo… Como exemplo podemos citar os estádios para a copa, sem mencionar a infra-estrutura necessária… transporte, aeroportos, segurança…
Continuamos os mesmos… fingindo que acreditamos que faremos, mesmo sem termos a mínima chance de conseguir cumprir o que prometemos…
Continuamos fingindo não ter conhecimento de nossa interminável irresponsabilidade… fruto do oportunismo e da "porção predadora" de nossos administradores… com a complacência "BOVINA" de cada um de nós…
Difícil acreditar que algum dia, alcançaremos o "tal futuro de bonanças", apesar da assiduidade presente com que nos chegam os "boletos" dos impostos…
Pagar, pagar e pagar… Pelo menos poderiam nos poupar das constantes "mentiras insinceras" que temos que ouvir… Talvez fosse melhor somente escutá-las em vez de ouvi-las… nos faria menos mal…
Recentemente estive em fábrica de Injeção de chip no Uruguai, a fábrica produz muito chip e tem 20 funcionários.
Nada contra o CEITEC mas, há 10 anos eles falam que terão os CHIPS e ganham cada vez mais dinheiro e a roda não vira. Não Entendo porque eles querem reinventar a roda, os Chips estão no mercado com preços cada vez mais competitivos, se o governo reduzir a carga tributária chegará a preços mais baixo ainda.
Fica a Pergunta, será que é válido todo esse investimento?