Mercado Físico da Vaca – 15/09/10
15 de setembro de 2010
Mercados Futuros – 16/09/10
17 de setembro de 2010

Cenário apresenta poucas alterações e frigoríficos evitam reajustar preços da arroba

O mercado do boi gordo segue a mesma toada das semanas anteriores. As ofertas permanecem restritas e é nítida a dificuldade em adquirir animais para abate. Para driblar a situação os compradores estão buscando animais em praças vizinhas e negociando prazos mais curtos, é grande o volume de negócios fechados à vista. Diante deste cenário, de um lado os pecuaristas pleiteiam preços mais altos, do outro os frigoríficos evitam reajustar os preços e muitos trabalham em ritmo mais lento, alegando que os preços da a carne já estão muito elevados e temem que o consumidor final passe a dar preferência para proteínas mais baratas.

O mercado do boi gordo segue a mesma toada das semanas anteriores. As ofertas permanecem restritas e é nítida a dificuldade em adquirir animais para abate. Para driblar a situação os compradores estão buscando animais em praças vizinhas e negociando prazos mais curtos, é grande o volume de negócios fechados à vista.

Diante deste cenário, de um lado os pecuaristas pleiteiam preços mais altos, do outro os frigoríficos evitam reajustar os preços e muitos trabalham em ritmo mais lento, alegando que os preços da a carne já estão muito elevados e temem que o consumidor final passe a dar preferência para proteínas mais baratas.

Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo a prazo

O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 93,33/@, nesta quarta-feira, acumulando variação positiva de 0,08% na semana. O indicador a prazo registrou alta de 0,29% no período analisado (08/09 a 15/09), sendo cotado a R$ 94,43/@ na última quarta-feira.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio

Compradores consultados pelo BeefPoint informaram que já começou a entrar nas linhas de abates um volume maior de animais terminados em confinamento, mas concordaram que este volume ainda é pequeno e não tiram a firmeza do mercado.

De acordo com estimativa da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), considerando seus 50 associados, o número de animais confinados deve cair 20% este ano. Em 2009, os pecuaristas ligados à Assocon colocaram 374 mil bois sob engorda intensiva. Extrapolando para todo o mercado do Brasil, o confinamento deve recuar ainda mais, cerca de 30%, de 1,9 milhão de animais para 1,3 milhão de cabeças, de acordo com Ricardo Merola, presidente da Assocon.

O leitor do BeefPoint, José Ricardo Skowronek Rezende, acredita que se a seca continuar a oferta ainda pode demorar para ser normalizada. “Acredito em um quarto trimestre com bons preços”.

Como está o mercado na sua região? Utilize o formulário para troca de informações sobre o mercado do boi gordo e reposição informando preços e o que está acontecendo no mercado de sua região.

A BM&FBovespa registrou retração durante a semana. O primeiro vencimento, setembro/10, acumulou recuo de R$ 0,71 na semana, fechando o pregão de quarta-feira a R$ 92,61/@. Os contratos que vencem em outubro/10 fecharam a R$ 92,03/@, com queda de R$ 1,30 na semana.

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 08/09/10 e 15/09/10

Em apenas trinta dias, o antes tranquilo Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) dobrou, atingindo 0,99% na primeira prévia de setembro, o resultado mais salgado desde a primeira prévia de junho, quando a inflação iniciou trajetória de queda. Composto principalmente por preços no atacado, o IGP-M serve de termômetro do que pode acontecer com a inflação ao consumidor, que está em quase zero há três meses. Os sinais, contudo, são claros: a pressão de preços está concentrada em alimentos.

“Esta primeira prévia do IGP-M de setembro demonstra que os movimentos de preços de commodities no mercado internacional são muito importantes na determinação dos preços internos. Não tem como fugir disso”, avalia Fabio Silveira, sócio diretor da RC Consultores, para quem o desafio, agora, está em estimar quando as elevações percebidas no atacado atingirão os consumidores.

Para Fabio Ramos, economista da Quest Investimentos, a transmissão do IGP-M para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador de inflação ao consumidor do país, ocorrerá já neste mês. Ramos aposta que a deflação de 0,24% registrada pelos alimentos no IPCA de agosto será revertida para uma alta de até 1% em setembro. O foco agora está nos alimentos”, aposta Ramos.

O preço da carne nos açougues e supermercados paulistas acumula aumento médio de 3,82% entre janeiro e julho deste ano. A alta, levemente superior à inflação geral do período, que marcou 3,36%, só deve ceder em novembro, com a volta das chuvas e a melhora das pastagens. A elevação, constatada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) durante a verificação do Índice de Custo de Vida (ICV), que mede a inflação na capital, foi maior na carne de segunda, que subiu 5,6%. Os cortes de primeira tiveram elevação de 3,4%.

Péricles Salazar, presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), afirma que o aumento é consequência da redução de oferta do produto. Salazar diz que em anos anteriores o preço pago ao produtor de carne bovina caiu, o que fez com que muitos produtores abatessem um número elevado de matrizes, o que interfere na oferta do produto.

Martinho Paiva Moreira, vice- presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), credita a inflação do setor à demanda. O executivo da Apas avalia que com a melhora da condição econômica da população brasileira mais gente tem acesso ao produto, o que contribui para a elevação do preço.

Segundo Alexandre Mendonça de Barros – que apresentou palestra na Interconf, em Goiânia/GO, organizada pela Assocon -, o preço da carne está perto do limite para o consumidor.

De acordo com o Cepea os preços da carne bovina seguem em alta no atacado da Grande São Paulo, mesmo após o período de maior demanda (final/início de mês). “As negociações de carne com osso têm sido efetivadas nos maiores valores nominais registrados pelo Cepea – série inicia em 2001. Devido aos ajustes, as carnes suína e de frango também têm valorizado, de acordo com dados do Cepea”.

Segundo o Boletim Intercarnes, mesmo com ofertas ainda reduzidas, o mercado começa a sinalizar maior oscilação e pretensão de negócios a preços mais baixos em função das vendas mais retraídas, como normalmente ocorre nas 2ª quinzenas do mês. O negócios com cortes de traseiros se mantém mais ativo e com preços firmes, o que efetivamente vai dando uma melhor sustentação. Apesar desta oscilação observada os preços tendem a se manter mais estáveis, visto que a oferta não deve apresentar recuperação e a procura deve se tornar mais ativa para a próxima semana.

No atacado paulista, o traseiro foi cotado a R$ 7,30, o dianteiro a R$ 5,00 e a ponta de agulha a 4,90. Na última quarta-feira, o equivalente físico foi calculado em R$ 91,37/@, com valorização acumulada de 2,49%. O spread (diferença) entre indicador e equivalente está em R$ 3,07/@.

Tabela 2. Atacado da carne bovina

Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico

O que aconteceu na semana?

Independência suspende pagamentos

Polícia prende donos do Frigol

Frigol esclarece problemas envolvendo seus diretores

JBS tem carne barrada na UE

MT: JBS anuncia fechamento da planta de Cáceres

Arantes: juiz determina destituição de administradores

0 Comments

  1. Eder Vandre disse:

    Esta claro as dificuldades de compra , tendo em vista que em MT , ocorrem muitas queimadas dificultando o termino dos animais .
    E os confinamentos com a perda do ano passado , acredito eu que tivemos uma reducao de animais confinados de no minimo 40%.
    Os frigorificos vem operando com as escalas curtas ( 3 dias ), mas sem grande mudancas no valor da @ , tendo que o estado esta sem opicao de concorrencia .

  2. Alberto Balbé de Oliveira disse:

    É uma pena que nem todo território Brasileiro desfrute destes preços da arroba do boi gordo.No Rio Grande do Sul por exemplo, o boi gordo chega a ser cotado a 10 reais a menos a arroba que no centro do País. Claro que estamos em plena “safra“do boi, porém não justifica esta diferença tão grande. Os negócios estão sendo fechados de R$81 a R$85 a arroba, com prazo de trinta dias.