Segundo os pesquisadores do Cepea, depois de quatro anos de custos de produção registrando aumentos superiores aos preços da arroba, o que desmotivou muitos produtores, 2007 foi marcado por cotações recordes para o bezerro, boi gordo e para a carne no atacado, que atingiram seus maiores preços em dezembro.
Segundo os pesquisadores do Cepea, depois de quatro anos de custos de produção registrando aumentos superiores aos preços da arroba, o que desmotivou muitos produtores, 2007 foi marcado por cotações recordes para o bezerro, boi gordo e para a carne no atacado, que atingiram seus maiores preços em dezembro.
Para o bezerro, não foi registrada queda de preços em nenhum momento deste ano. A baixa oferta de animais de reposição fez com que o Indicador ESALQ/BM&F do bezerro (Mato Grosso do Sul) aumentasse mais de 33% no acumulado de 2007.
No mercado de boi gordo, a oferta restrita de animais para abate também impulsionou as cotações no correr do ano, com claro destaque para os ajustes do segundo semestre. Embora pequenos lotes de confinamentos começassem a ficar prontos no final de setembro, boa parte já estava comprometida em contratos. Com isso, um novo movimento de alta foi iniciado. No dia 25 de outubro, o Indicador do boi atingiu mais um recorde, de R$ 65,15, com altas se sucedendo até o patamar de R$ 77,00/arroba no início de dezembro. Em 28 de dezembro, o Indicador fechou a R$ 71,74, valor 36% maior que o mesmo dia de 2006.
Em 2007, a carne negociada no mercado atacadista da Grande São Paulo, também atingiu os maiores valores nominais já registrados pelo Cepea desde o início da pesquisa, em 2001. O preço recorde da carcaça casada de boi foi verificado no dia 5 de dezembro, quando o quilo foi negociado a R$ 4,67, a prazo.
Além da oferta de animais para abate menor do que a demanda – e conseqüente aumento dos preços para níveis que dificultaram os repasses para segmentos a jusante -, indústrias frigoríficas enfrentaram dificuldades também nas exportações.
Se, de um lado, os contratos de boi a termo tiram muitos compradores do mercado físico, por outro, frigoríficos que buscaram comprar animais no spot enfrentaram grande dificuldade, influenciando diretamente nos preços da arroba, que passaram a ser formados por esses poucos negócios efetivados no físico.
De maneira geral, os aumentos de preços oferecidos por frigoríficos para a compra de animais surtiam pouco efeito sobre o volume posto à venda pelos pecuaristas, ainda que os mesmos se mostrassem surpresos e satisfeitos com os novos patamares. Esse fato, mais marcante no segundo semestre, trouxe à tona a real “falta” de animais, esperada por alguns agentes desde anos anteriores, quando um volume considerável de matrizes foi abatido.
O setor pecuário encerrou o ano de 2007 em meio a uma série de dúvidas. Operadores de modo geral se mostram inseguros em relação a fatores diversos, que podem influenciar diretamente nos vários mercados da cadeia produtora de carne bovina e dificultar o planejamento não apenas de longo período, mas também de médio e curto prazos.
Além das dúvidas características e mais comuns como aquelas ligadas à quantidade e época em que os animais serão disponibilizados para os abates no decorrer de 2008, frigoríficos se mostraram apreensivos sobretudo por causa da baixa adesão de pecuaristas ao novo sistema de rastreabilidade e das rígidas exigências que vêm sendo impostas por países importadores da carne brasileira, especialmente os da Comunidade Européia.
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Já estava na hora do produtor rural ver algum dinheiro entrar. Vamos torcer para que este ano de 2008 seja uma surpresa boa para o agronegócio brasileiro.