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Cepea: custos de produção sobem mais que inflação

O aumento dos custos de produção da pecuária de corte segue em ritmo mais intenso que a inflação; a arroba de boi, ao contrário, corre em sentido oposto, registrando consecutivas quedas mesmo nesta época em que, tradicionalmente, os preços começavam a subir. O resultado é a diminuição consecutiva da receita do produtor, podendo ameaçar seus índices de produtividade que conferem à carne brasileira a atual competitividade.

Esse produto, tanto no mercado interno quanto no externo é basicamente tomador de preços, ou seja, o vendedor de carne bovina não consegue impor os preços. Por esse motivo, os custos de produção são o principal parâmetro para as decisões dos produtores e das indústrias como um todo.

No período de dezembro de 2003 a junho de 2005, o aumento dos custos de produção da pecuária chegou a 15,6% quando consideradas depreciações de instalações e maquinários (COT) e a 10,5% se contabilizados apenas os gastos correntes (COE). Os preços da arroba, ao contrário, no mesmo período mantiveram praticamente estáveis em termos nominais, evidenciando as perdas significativas dos pecuaristas.

Os custos operacionais efetivos do boi produzido no Brasil subiram cerca de 26% em dólar, o que equivale à variação dos custos mais a valorização do Real perante o dólar.

Uma análise regional da pecuária proporcionada pelos dados gerados pelo CEPEA/CNA, levando em conta a variedade dos sistemas de produção adotados, revela que os produtores de Rondônia têm, de longe, a pior condição, acumulando aumento dos custos de quase 29% de dezembro de 2003 até junho de 2005. Na seqüência vem Minas Gerais, com elevações de 22,2%. Os preços da arroba de boi em Minas Gerais neste período chegaram a ter o pequeno aumento nominal de 0,3%, enquanto em Rondônia recuaram 2,74%.

Nos casos de São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul os reajustes acumulados nessas praças são um pouco menores, de 15,6 a 20%. Em São Paulo, os preços da arroba do boi decresceram 1,06%, em Mato Grosso, 0,7% e em Mato Grosso do Sul, 0,64%.

Cinco dos nove Estados inclusos nesta pesquisa acumulam aumento de custos superior à inflação – IGP-M acumulado de dezembro/03 a junho/05 é de 14,4%.

As elevações dos custos operacionais totais no Rio Grande do Sul, Paraná e Pará estão próximas de 11% e a menor é verificada em Goiás, de 8,1%. Somente nessas praças, os reajustes dos insumos pecuários foram menores que a inflação. No entanto, as variações negativas dos preços da arroba ficaram próximas 1%.

No atual cenário, a sobrevivência do produtor está condicionada necessariamente a ganhos de produtividade, caso contrário pode-se assumir que este ciclo esteja em andamento, em ritmos diferentes entre as regiões.

Fonte: Cepea, adaptado por Equipe BeefPoint

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