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CEPEA: demanda fraca e mercado da carne tem queda

Nesse contexto, mesmo com as escalas de abate curtas na maioria dos frigoríficos, compradores têm proposto valores "de balcão" muitas vezes inferiores aos mínimos dos intervalos que abrangiam a maioria dos negócios efetivados na primeira quinzena de janeiro.

Sem o estímulo da demanda – como já é típico de janeiro -, os preços das carnes bovina, suína e de frango no atacado da Grande São Paulo continuam em baixa. Percentualmente, a carne bovina com osso é a que cai menos, mas o suficiente para acentuar a pressão que representantes da indústria frigorífica exercem sobre as cotações do boi gordo.

Entre 10 e 17 de janeiro, a carcaça casada de vaca chegou a recuar 3,7%, com o quilo a R$ 5,92 na terça. A carcaça de boi caiu menos, 1,1%, negociada a R$ 6,49/kg nessa terça-feira. Esse percentual refletiu a desvalorização de 2% do traseiro, mas também a estabilidade do dianteiro e o avanço de 1,1% da ponta de agulha. O preço médio a prazo do traseiro, na terça-feira, foi de R$ 8,50/kg, o do dianteiro, de R$ 4,60/kg e o da ponta de agulha, R$ 4,70/kg.

Quanto às carnes substitutas, a carcaça comum suína teve desvalorização de 5,6% em sete dias, negociada a R$ 4,10/kg na terça, e o frango inteiro resfriado desvalorizou 4,8%, com o quilo a R$ 2,68 na terça-feira.

Nesse contexto, mesmo com as escalas de abate curtas na maioria dos frigoríficos, compradores têm proposto valores “de balcão” muitas vezes inferiores aos mínimos dos intervalos que abrangiam a maioria dos negócios efetivados na primeira quinzena de janeiro.

A reação de muitos pecuaristas a essas propostas é de se retirar do mercado e aguardar oportunidade para negociar a valores maiores ou vender apenas pequenos lotes. Em alguns casos, no entanto, tem se visto a formação de lotes maiores, provenientes de diferentes pecuaristas que se unem para aumentar o poder de negociação. E, de fato, nesses casos, o preço obtido pelo boi tem sido maior, geralmente representando os limites máximos do intervalo atual. Essa estratégia tem sido vista principalmente nas regiões paulistas.

Entre os dias 10 e 17 de janeiro o Indicador do boi gordo ESALQ/BM&FBovespa (mercado paulista) teve ligeiro aumento de 0,62%, fechando em R$ 98,29 (sem Funrural) nesta terça (17). No conjunto de 16 regiões divulgadas pelo Cepea, houve queda em algumas e aumento em outras entre as duas últimas terças-feiras. A baixa mais expressiva ocorreu na região de Cuiabá, onde a arroba à vista (com desconto do prazo pela taxa CDI) cedeu 1,92%, passando de R$ 88,40 no dia 10 para R$ 86,70 no dia 17. Por outro lado, a região de Araçatuba foi a que teve alta mais significativa, de 1%, passando de R$ 97,17 para R$ 98,12.

As chuvas recentes em muitas regiões têm gerado receio em relação aos embarques, o que, em alguns casos, pode agravar a taxa de ociosidade de indústrias que já trabalham com escalas incompletas. As chuvas trazem também ânimo ao setor graças à recuperação que proporciona às pastagens, mas o efeito deve ser visto somente daqui a algum tempo.

No mercado de reposição as negociações são retomadas lentamente, com valores pressionados em diversas regiões. Em Mato Grosso do Sul, o Indicador do bezerro fechou em R$ 728,33 nesta terça, 17, acumulando ligeira baixa de 1,1% no mês e, em SP, a média à vista foi de R$ 750,52, ganho de 3,2% na parcial de janeiro.

Fonte: Cepea (via Indusval&Partners Corretora), adaptada pela Equipe BeefPoint.

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