CEPEA: oferta diminui e escalas encurtam em algumas regiões

Com variações positivas nos últimos três dias, o Indicador do boi gordo ESALQ/BM&FBovespa reverteu o acumulado negativo na parcial de agosto. Nessa terça (07), ao fechar a R$ 90,03, a variação no mês passou a ser 0,21% positivo. Apesar da ligeira valorização e da melhora na expectativa de alguns pecuaristas em relação às vendas no correr de agosto, o sentimento predominante continua sendo de indefinição, já que as negociações seguem em ritmo bastante lento e em cenário interpretado como incerto por muitos agentes.

A oferta de animais é percebida como menor que nas semanas anteriores em várias regiões. Além disso, as escalas relativamente curtas de abate em algumas unidades têm intensificado a demanda por animais. Por outro lado, parte dos frigoríficos tem escalas ainda confortáveis, em grande parte preenchidas com compras antecipadas, o que pressiona as cotações da arroba em várias regiões acompanhadas pelo Cepea.

Essa indefinição se reflete nas variações distintas das médias regionais. Comparadas aos fechamentos do dia 31 de julho, as médias dessa terça-feira aumentaram em 11 praças e diminuíram em cinco. As desvalorizações ficam entre 0,02% e 0,79%, ocorridas em Colider (MT) e no Rio Grande do Sul, respectivamente. Já os aumentos, vão de 0,13%, em Campo Grande e Triângulo Mineiro, a 1,14% em Goiânia. As maiores médias diárias dessa terça foram registradas no Rio Grande do Sul, onde 15 quilos de carcaça equivaleram a R$ 94,05, seguida da região Noroeste do Paraná, com arroba de R$ 91,64, e pelas das praças paulistas de Presidente Prudente e Bauru, que fecharam na casa dos R$ 90,00/arroba – valores à vista com prazo descontado pela taxa CDI.

Negociações de animais não castrados se diferenciam das de animais cuja carne tem destinos mais específicos, como o europeu, contribuindo para a continuidade da dispersão entre valores mínimos e máximos nas amostras diárias. A diferença de preços desses animais também tem resultado em oscilações das médias diárias, haja vista que as mesmas são formadas pelo relato de efetivações do dia.

Na BM&FBovespa, os contratos futuros de boi apontam valores maiores que os atuais para os cinco vencimentos restantes de 2012. Nessa terça, o contrato Agosto/12 fechou a R$ 92,12 e o Novembro/12, a R$ 99,00.

No atacado da Grande São Paulo, a carne com osso teve ligeira valorização nos últimos sete dias. Entre 31 de julho e 7 de agosto, a carcaça casada do boi valorizou 0,68%, comercializada a R$ 5,90/kg. Os preços do traseiro e a ponta de agulha, no período, tiveram leve reação de 0,14% e 0,23%, respectivamente, com o quilo a R$ 7,00 e R$ 4,43. Para o dianteiro bovino, a alta no preço foi de 1,81%, com a média indo R$ 5,05/kg nessa terça. A carcaça casada da vaca teve valorização bem maior, de 3,6%, com o quilo chegando a R$ 5,47.

Quanto às carnes substitutas, a média da carcaça comum suína acumula alta de 6,67% nessa parcial de agosto, com o quilo a R$ 4,50 na terça. O frango resfriado valorizou 4,64%, negociado a R$ 2,97/kg no dia 7.

No mercado de reposição, entre 31 de julho e 7 de agosto, o Indicador do bezerro ESALQ/BM&FBovespa (animal nelore, de 8 a 12 meses, Mato Grosso do Sul) recuou 2,69%, fechando a R$ 685,34 nessa terça-feira. A média do bezerro São Paulo também caiu, 2,15%, indo para R$ 681,61.

Fonte: CEPEA, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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