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Chegada de vacinas no RS ocorre em clima de hostilidade

Ontem, a chegada no Rio Grande do Sul, do primeiro lote de um milhão de vacinas, depois de dois dias de controvérsias, não melhorou o clima de hostilidade entre o Ministério da Agricultura e o Governo do Estado. Em vez de ser levado a Pelotas (RS), onde a Secretaria da Agricultura montara a central de distribuição, o produto foi desviado para Santa Maria (RS) pelo secretário de Defesa Agropecuária, Luiz Carlos de Oliveira.

O funcionário do ministério acompanhou o carregamento desde Campinas (SC) num avião da FAB, determinando sua transferência em caminhões frigoríficos para os municípios gaúchos de Rosário do Sul e Santana do Livramento, onde a vacinação deve começar hoje. No comando da operação, Oliveira se negou a utilizar helicópteros colocados à disposição para apressar o transporte da vacina.

Criadores pedem vacina em todo RS

Enquanto as doses para a vacinação do gado nos 25 municípios da área de segurança chegavam à Santa Maria, mais de 70 representantes de sindicatos rurais dos municípios que fazem parte da área de segurança – mas que não receberão as vacinas – reivindicaram a volta da imunização em todo o Estado.

Os criadores se reuniram com a direção da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag) em Santo Ângelo e definiram estratégias de atuação do Movimento Sindical dos Trabalhadores Rurais (MSTR), que inclui um pedido de exoneração do ministro da Agricultura, Pratini de Moraes, e do secretário nacional de Defesa Sanitária, Luís Carlos de Oliveira.

A tensão entre os criadores aumentou, com a suspeita de dois novos focos da doença no Estado – um em Alegrete e outro em Uruguaiana, este não foi confirmado. Já em relação a Alegrete, o secretário de Agricultura, José Hermeto Hoffmann confirmou a suspeita de existência do foco. Mas, a informação foi negada pela Secretaria de Agricultura de Alegrete. Hoffmann afirmou que todas as medidas sanitárias já foram tomadas, como o isolamento e a colocação de barreiras sanitárias na área. Amostras de sangue dos animais foram coletadas e já foram enviadas para Recife, onde será feito o exame laboratorial.

Além dos sindicatos que estavam presentes à reunião de ontem, a Federação tem o apoio de praticamente todos os 349 sindicatos rurais filiados. Os criadores participam de manifestações amanhã, em Tuparendi e Porto Xavier, e na segunda-feira, em Porto Alegre. Para cada manifestação são esperados cerca de 1.300 pessoas.

Fonte: Gazeta Mercantil (por Daniel Gallas), adaptado por Equipe BeefPoint

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