Apesar de todos problemas e conflitos que estamos vivendo no Brasil, a imagem que a população lá fora aparentemente tem do país é ainda muito positiva, com altos escores para o sol, a alegria, a música e a Amazônia. Simplesmente, para mim, não tem carne mais saudável no mercado mundial do que a brasileira. Eu estou sentindo que as indústrias de carne ainda sofrem de um certo complexo de inferioridade e até hoje parece que tem medo de assumir as responsabilidades que uma identificação clara e bem visível dos produtos brasileiros.
Em Amsterdã na Holanda, vi muita gente usando sandálias do tipo havaianas, com a bandeira brasileira, nas ruas desta cidade. Que para mim, também é maravilhosa e pelo jeito se criou assim um novo tipo de “fashion” popular no verão europeu, com a alegria brasileira no pé. Realmente temos que tirar o chapéu para os fabricantes das sandálias e seus marketeiros.
Apesar de todos problemas e conflitos que estamos vivendo no Brasil, a imagem que a população lá fora aparentemente tem do país é ainda muito positiva, com altos escores para o sol, a alegria, a música e a Amazônia.
As cores verde, amarelo e azul representando a natureza e a paz, a riqueza e a esperança, o mar e a tranqüilidade, são símbolos que realmente podem estimular a alegria no pé, no corpo e na alma.
Em termos de marketing, estas são verdadeiras jóias da coroa e riquezas a serem explorados em todos os produtos que produzimos no país e exportamos. E a melhor noticia é que neste campo me parece que não temos concorrência.
Simplesmente, para mim, não tem carne mais saudável no mercado mundial do que a brasileira, argentina e a uruguaia. Mas a Brasileira deve ter até mais componentes de saúde e energia através de mais genes zebuínos e mais horas de sol num sistema de produção barata, na sua grande maioria em regime de pasto, às vezes, com um pequeno período de terminação.
Neste campo os ingleses, irlandeses, holandeses etc, não tem como competir, mas nós aqui estamos ainda muito tímidos em fazer um marketing contundente sobre as qualidades atuais da nossa carne e seus derivados.
Em vez de ficar ouvindo as reclamações de sempre sobre um possível grau inferior de maciez, podemos ressaltar a enorme diferença em sabor que tem entre uma carne européia e uma carne da América Latina, principalmente a brasileira (nossa carne é muito mais saborosa) e linkar sabor e saúde, energia e alegria, certamente vai calar rapidamente as vozes que sempre reclamam sobre a maciez da carne com genes zebuínos.
Eu estou sentindo que as indústrias de carne ainda sofrem de um certo complexo de inferioridade e até hoje parece que tem medo de assumir as responsabilidades que uma identificação clara e bem visível dos produtos brasileiros para os consumidores finais lá fora implicam.
Tudo mundo está se escondendo atrás de importadores, tradings para os grandes conglomerados de super e mega mercados, num grande e caro jogo de “como posso ficar invisível” ou um “esconde-esconde” para que quase todos possam achar que se livrarão caso existam problemas que possam ter conseqüências financeiras e/ou legais.
Os importadores usam este medo para manipular o mercado, misturar carne de várias origens e usar embalagens próprias, que na grande maioria não dão qualquer informação sobre a origem primária destes produtos.
Isto faz com que aparentemente o imenso trabalho de certificação e rastreamento possa ser literalmente somente para o inglês ver (se inclui aí o irlandês também).
O sucesso de vendas aqui nos frigoríficos brasileiros é na sua grande maioria quase somente medido em toneladas de carne, como se fosse simplesmente um produto a granel como o milho e a soja são.
É exatamente por esta razão que em geral não se faz jus aos preços muito maiores que podiam ser obtidos através de contatos mais diretos com os consumidores finais, com produtos que nesta situação sempre tem um valor agregado maior sustentado ou pelo processamento industrial e/ou na percepção dos consumidores lá fora.
Criar e manter esta percepção é o verdadeiro pulo do gato para obter resultados positivos e sustentáveis. A maior e mais valiosa certificação de um produto é feita pelo consumidor final, e por isto quero ver os produtos brasileiros bem identificados nas gôndolas dos supermercados.
Deve se pensar em algumas medidas que estimulem os consumidores a comprar, através de identificação fácil dos produtos brasileiros como, por exemplo:
As garantias de qualidade e rastreabilidade se perdem automaticamente quando os produtos brasileiros são embalados ou re-embalados lá fora sem a previa autorização dos fabricantes aqui no Brasil e, mesmo sendo previamente autorizado, de qualquer maneira a nova embalagem terá que ter todos os dados de origem e a bandeira brasileira bem visível para o consumidor final do produto.
Todos produtos produzidos no país têm que ter a bandeira brasileira bem visível nas embalagens usadas para a venda aos consumidores finais.
Recentemente saiu num jornal holandês um artigo que descreve a suposta necessidade de comer menos carne para causar menos danos ao meio ambiente e, por incrível que pareça, este pode ser um estimulo para levarmos a preservação do meio ambiente a sério e ao mesmo tempo ressaltar nosso sistema muito mais saudável de produção de carne no Brasil. Além de vender uma sensação de bem estar e alegria para o consumidor final que no fim vai ter o orgulho e a satisfação de ter comprado produtos brasileiros.
Eu ouvi até dizer que praticamente ninguém tem muito orgulho de comprar, atualmente, um produto chinês porque muitos consumidores estão com medo da qualidade duvidosa que é até às vezes perigosa e prejudicial á saúde de tal maneira que já provocou “recalls” de vários produtos com estes problemas.
A frase “Made In China” já pode estar provocando uma sensação de um certo desespero, desconforto e até inveja e ira; todos os sentimentos com uma carga altíssima de energia negativa e na verdade creio que a única razão pela qual ainda compramos a grande maioria dos produtos chineses é o preço baixo, obtido graças a um custo social imenso que felizmente poucos outros países são dispostos a pagar, ainda bem.
E como não tem almoço de graça, vai durar muito tempo até os padrões satisfatórios de qualidade sejam atingidos por lá e me parece que cada vez mais a qualidade vai ter um valor agregado. E com certeza quem chega no mercado com um produto que é percebido pelo consumidor como de qualidade e com um preço razoável vai levar e quando se trata de alimentos então nem se fala e esta pode ser à força da carne brasileira.
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Exatamente! Assino embaixo e parabéns pela carta! Os frigoríficos brasileiros devem usar mais recursos em marketing e RP juntos aos consumidores finais nos seus mercados de exportação.
Amei o artigo. É exatamente a expressão do que eu sinto em relação não só ao nosso mercado, quanto a forma como nós brasileiros nos portamos em relação ao que vem de fora do país, complexo de inferioridade. Bom sentir que a mentalidade de cada um de nós está mudando e que estamos resgatando nossa honra.
Prezados senhores, concordo plenamente com a matéria nos termos de que nós brasilerios não nos valorizamos. Mas nós não produzimos apenas zebrinos, também produzimos taurinos, (charoles), com tão boa qualidade, apenas comendo pasto, com suplementação mineral. Mas voltando a questão, apresentar o produto brasileiro, gostaria de perguntar. Onde esta a CNA, somente na cobrança da anualidade? não temos política decente para a agricultura, ela está apenas nos planfetos da CNA, caso não seja isto, os nossos parlamentares são meramente marionetes?
sds