Fechamento 12:07 – 21/03/02
21 de março de 2002
França poderá ter multa de US$ 557 mil por dia devido ao embargo à carne bovina britânica
25 de março de 2002

Chile deverá abrir seu mercado às carnes argentinas

A abertura de mercados para a carne argentina, com o avanço da terceira campanha de vacinação contra a febre aftosa, vem se mantendo com um bom ritmo. A expectativa é de que o Chile abra seu mercado a partir de maio, o que significaria um aumento de exportações anuais no valor de US$ 100 milhões.

As autoridades chilenas aceitaram primeiro o status de região livre de aftosa ao sul do paralelo 42 (Patagônia), e, de acordo com as negociações que mantiveram com as autoridades sanitárias da Argentina, logo permitirão a importação de carne proveniente de regiões onde não se registraram focos de aftosa nos últimos 6 meses. Com esse critério, com exceção de Córdoba, La Pampa e Santiago Del Estero, as demais províncias estarão habilitadas a exportar carne bovina ao mercado chileno.

O Chile era o terceiro colocado entre os importadores de carnes frescas argentinas até o dia 13 de março de 2001. A partir desta data, quando o governo argentino admitiu a existência de um foco de febre aftosa no país, houve o fechamento de 77 mercados.

As autoridades do Chile tomaram medidas rigorosas de prevenção para manter o status de país livre de febre aftosa. Porém, após o controle da doença na Argentina, as autoridades argentinas consideraram as medidas chilenas exageradas, parecendo responder ao interesse dos produtores de carne chilenos, que teriam o objetivo de defender o mercado interno. A relação se tornou ainda mais tensa quando o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa) argentino decidiu proibir as importações de carne suína do Chile, alegando deficiências sanitárias nos estabelecimentos fornecedores do produto.

A campanha de vacinação contra a febre aftosa e a abertura dos mercados da União Européia e Israel exerceram influência positiva sobre as autoridades chilenas. “As perspectivas são muito favoráveis”, disse Víctor Tonelli, presidente da Carnes Hereford, empresa criada pela Associação Argentina de Criadores de Hereford, a qual desenvolveu um programa para exportar carne com marca própria.

O Chile importa um terço da carne que consome, aproximadamente 110 mil toneladas. Até antes da desvalorização da moeda brasileira, a Argentina era o principal fornecedor deste produto. Porém, a diferença no câmbio fez com que o Brasil ganhasse mercado. Após o aparecimento de aftosa na Argentina, em março de 2001, o Paraguai também foi incluído entre os fornecedores para compensar a falta de oferta argentina.

Estados Unidos

A Argentina prossegue tentando abrir os mercados dos Estados Unidos e do Canadá. Há pouco mais de duas semanas o presidente do Senasa, Bernardo Cané, esteve em Washington para se reunir com as autoridades do Serviço de Inspeção de Estabelecimentos e Animais (Aphis).

“Convidamos as autoridades norte-americanas para uma missão técnica em abril do próximo ano”, disse Cané. O secretário da Agricultura da Argentina, Miguel Paulón, reuniu-se, nesta semana, com o responsável pela área agrícola da embaixada dos Estados Unidos, Phillip Shull, a quem solicitou a reabertura do mercado norte-americano quando o país completar um ano sem que se registrem casos de aftosa.

Fonte: E-campo, adaptado por Equipe BeefPoint

Os comentários estão encerrados.