Há quatro anos foi assinado um acordo sanitário entre Brasil e China, que prometia intensificar o comércio entre os dois países, principalmente o comércio de carnes. Porém os exportadores brasileiros ainda enfrentam dificuldades para atuar neste mercado.
Há quatro anos foi assinado um acordo sanitário entre Brasil e China, que prometia intensificar o comércio entre os dois países, principalmente o comércio de carnes. Porém os exportadores brasileiros ainda enfrentam dificuldades para atuar neste mercado.
Ao contrário do que era esperado as venda de carne brasileira à China tem, registrado forte redução no volume desde 2005, quando o regime de cotas foi substituído pelo sistema de habilitação de frigoríficos.
Segundo notícia de Mauro Zanatta, do jornal Valor Econômico, após um encontro bilateral na semana passada, em Pequim, o governo brasileiro aposta na vinda de uma missão sanitária chinesa em meados de setembro para avançar na habilitação de novos frigoríficos. “Mas há uma questão de fundo que é a exigência deles para a assinatura de acordos bilaterais, e não unilaterais”, diz o secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Célio Porto. O Brasil insistia em firmar acordos sem considerar as ambições chinesas de exportação de carnes de aves e tripas suínas.
Na tentativa melhorar as negociações, o Brasil acenou agora com a habilitação de três frigoríficos chineses de aves e de tripas de suínos. “Se der certo, podemos habilitar 24 frigoríficos de aves e adicionar cinco novas plantas de bovinos às três hoje autorizadas a exportar para lá”, calcula.
O secretário aposta, que a nomeação de Clodoaldo Hugueney como novo embaixador brasileiro em Pequim, um dos principais negociadores brasileiros na OMC, onde tem mantido relações próximas com os chineses, pode ser uma alternativa para melhorar as discussões sobre o caso.
Para Célio Porto, os chineses tem interesse na abertura por causa dos planos de formação de estoques reguladores de carne para combater a inflação dos preços. No caso da carne suína, o governo chinês estima uma elevação de 60% nos preços internos. “Por isso, eles já reduziram o imposto de importações da carne brasileira de 12% para 6% até o fim do ano”, afirma.
O país asiático tem brecado a compra das carnes com exigências burocráticas via reiterados pedidos adicionais de informação e mesmo sendo membro da OMC, adota restrições sanitárias mais duras do que as recomendadas.