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China: novas oportunidades

Nos últimos anos quando se fala em China todos nós demonstramos enorme interesse. Nos últimos anos, o Mapa e a Abiec estão lutando para abrir este importante mercado para a carne bovina brasileira. No 18º Congresso Mundial da Carne, realizado em setembro do ano passado, em Buenos Aires, Argentina, assistimos a uma palestra de um representante chinês que informou um pouco sobre o mercado de carne do país. Jin Xiangyu, presidente & CEO da Sichuan Goldkinn Foods Co. Ltd prevê que o consumo de carne na China vai manter uma taxa de crescimento anual de 3% a 5% ao ano nos próximos 10 anos, e ai está o motivo do grande interesse da indústria mundial de alimentos nesse país tão distante.

Nos últimos anos quando se fala em China todos nós demonstramos enorme interesse. Como é na China? Como eles conseguem? Quanto ainda vão crescer? Esse interesse vem da importância que o país asiático ganhou últimos anos, registrando um crescimento econômico impressionante. Hoje podemos dizer que se você tem uma empresa ou está preocupado com impacto dos produtos chineses sobre o seu negócio ou está querendo vender alguma coisa para eles – a indústria de alimentos de maneira geral se encontra nessa segunda categoria.

Assim não é raro escutar no meio pecuário a seguinte frase: “Já pensou se cada chinês comesse um bife por dia? Ia faltar carne no mundo”. Com mais 1,3 bilhão de habitantes não é exagero dizer que o aumento de consumo iria puxar muito a demanda para cima.

Nos últimos anos, o Mapa e a Abiec estão lutando para abrir este importante mercado para a carne bovina brasileira. Falando sobre as expectativas da 2011, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antônio Jorge Camardelli, declarou, “pretendemos fortalecer os mercados para os quais já dispomos de boa relação comercial e inibir a restrição imposta a certas plantas para ingresso a mercados como a China, por exemplo”.

Apesar de ter comprado apenas 1.763 toneladas de carne bovina do Brasil em 2010, responsável pela receita de US$ 5,8 milhões, pessoas que atuam na exportação de carne comentam que existe uma triangulação nas vendas para a China, onde o nosso produto acaba entrando no país via Hong Kong – 3º maior importador de carne bovina in natura do Brasil -, que adquiriu 165.495 toneladas, com negócios de US$ 503 milhões no ano passado.

No 18º Congresso Mundial da Carne, realizado em setembro do ano passado, em Buenos Aires, Argentina, assistimos a uma palestra de um representante chinês que informou um pouco sobre o mercado de carne do país.

Jin Xiangyu, presidente & CEO da Sichuan Goldkinn Foods Co. Ltd, começou sua apresentação ressaltando o tamanho da pecuária no gigante asiático. Segundo ele a produção total de carne em 2009 atingiu a marca de 76,420 milhões de toneladas, representando 27,26% da produção mundial.

Xiangyu afirmou que nos últimos 10 anos a atividade apresentou grande desenvolvimento, com o Governo incentivando a melhoria da atividade e investindo no aprimoramento da indústria e da produção. Ele salientou que pode se considerar que o nível do desenvolvimento da indústria de carne é um importante índice para medir o nível de qualidade de vida das pessoas, assim o setor tem acompanhado o intenso crescimento econômico.

Evidenciando essa melhora na eficiência e o constante desenvolvimento da indústria da carne do país, o representante chinês afirmou que de 2008 para 2009 a receita do setor apresentou um crescimento de 22%.

Apesar de todo esse crescimento, a indústria da carne chinesa também sofreu com os impactos da crise financeira e como forma de amenizar esses problemas o Governo tem estimulado o consumo e apostado na expansão da demanda doméstica. “Assim, podemos manter a situação favorável à produção e venda da carne nacional. Penso que a principal oportunidade da nossa indústria da carne está nas necessidades do mercado interno”, completou.

As tecnologias adotadas pelo setor estão centradas principalmente na busca de segurança alimentar, higiene, comodidade, redução de custos e proteção do meio ambiente. Somado a tudo isso, métodos avançados de marketing têm desempenhado um papel positivo na promoção do produto chinês.

Segundo o presidente da Sichuan Goldkinn Foods Co. Ltd, embora a produção total de carne da China ocupe o primeiro lugar do mundo, a carne não é o principal alimento do chinês, o seu consumo per capita é pequeno e está baseado principalmente em carne suína. “Porém com o aumento da renda da população esse hábito do consumo deve mudar. O consumo de carne do povo chinês está em uma fase de crescimento estável”. Mesmo assim ele ressalta a importância das marcas. “A segurança dos alimentos está atraindo mais e mais atenção de toda a sociedade. Marca é símbolo da qualidade do produto e da reputação de uma empresa. Ela reflete a força global da empresa”.

Ele citou uma previsão de que o consumo de carne na China vai manter uma taxa de crescimento anual de 3% a 5% ao ano nos próximos 10 anos, e ai está o motivo do grande interesse da indústria mundial de alimentos nesse país tão distante. Com este crescimento e aumento do poder aquisitivo se abrem espaços para a venda de carnes porcionadas, semi-processadas, congeladas, cozidas, diferenciadas, alimentos funcionais, entre outros produtos.

0 Comments

  1. carlos massotti disse:

    Nao acredito que uma eventual abertura do mercado chines para a carne bovina brasileira possa trazer grandes beneficios ao Brasil – primeiramente porque, tal qual em Hong Kong, o consumo de cortes nobres do traseiro bovino em praticamente todos os restaurantes provem especialmente da Australia/Nova Zelandia/Canada/USA-em qualquer restaurante que se entre em HK no menu ou na porta de entrada está escrito New Zealand steak Australian beef -USA tenderloin – Canadian tenderloin or sirloin -e na Mainland China nao é diferente pois estes paises já exportam direto para a china e tem fortissima tradicao como fornecedores de carne de alta qualidade – alem claro da producao local chinesa de carne bovina , que é bastante volumosa –

    e cane bovina nao é um dos principais alimentos do povo chines – o crescimento da demanda por proteina animal está direcionada , alem da carne suina super demandada , para frango e nao nos esquecamos , carne ovina –

    Claro que alguma demanda por carne bovina brasileira poderá haver , mas aí vai depender de precos de venda, os quais ,todos sabemos, estao bastante altos no Brasil ,em niveis superiores aos de outros paises exportadores –

    0s cortes bovinos que atualmente o Brasil exporta para HK ficam basicamente em HK, que tem uma populacao de aproximadamente 6 milhoes de habitantes e mais estimados 6 milhoes de habitantes de populacao flutuante ou seja um mercado super consumidor de comida – o que é desviado para a china,em grande parte de nossas exportacoes , sao os miudos bovinos estes sim com um grande consumo.-todos os paises produtores de carne exportam miudos , muitissimo demandados.

    Claro que quanto mais mercados abertos para o Brasil melhor para nos -mas com base no acima exposto nao creio em grandes beneficios ,seja para a pecuaria e a industria frigorifica ,em uma eventual abertura do mercado chines para a carne bovina brasileira -como tampouco acredito em grandes beneficios numa eventual mas improvavel abertura dos Estados unidos /Canada/Mexico -creio deveriamos direcionar esforcos para abrir mercados como a Coreia Taiwan Japao destravar Malasia Indonesia Turquia Siria e alguns outros mercados importadores liquidos de carne bovina atualmente sendo atendidos por paises concorrentes.

  2. Carlos Magno Pereira disse:

    Mais uma vez uma prova de que devemos estar atentos aos mercados futuros…todavia com marca de carne. Comodites é coisa do passado…

  3. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Mesmo com todas as considerações corretamente expostas pelo Sr Carlos Massotti acredito no potencial do mercado Chines. O consumo per capita chinês de carne bovina ainda pode ser baixo, mas tende a crescer com a melhora de renda da população. E a população é maior que as de Coréia, Taiwan, Japão, Malásia, Indonésia, Turquia e Síria juntas.