A investigação, iniciada em dezembro do ano passado, avalia a possível aplicação de medidas de salvaguarda, que podem limitar temporariamente as compras da proteína bovina pelo país, visando uma proteção da indústria local.
Segundo informações obtidas pelo Agro Estadão, o calendário de avaliação divulgado pelo governo chinês prevê um relatório preliminar já no final de julho. “Então, provavelmente, no final de agosto eles vão ter o relatório definitivo”, afirmou a fonte, ressaltando que a audiência foi “formal” e durou o dia inteiro. Na ocasião, todos os países participantes tiveram a oportunidade de expor seus argumentos contra a medida de salvaguarda. Agora, cada nação tem até o dia 08 de abril para formalizar os pontos levantados na audiência por escrito e enviar ao Ministério do Comércio da China.
Para a abertura do processo de investigação das importações de carne bovina, o governo de Pequim mencionou o excesso de oferta no mercado interno, que derrubou os preços domésticos da proteína.
O pedido alegou que o volume de importação do produto sob investigação teve um aumento expressivo nos cinco anos anteriores, crescendo 106,28% no primeiro semestre de 2024 em comparação ao mesmo período de 2019.
A defesa brasileira tem como principal argumento o de que não houve um surto de importação de carne bovina e que as exportações do país não causaram dano à produção interna na China.
Os chineses são os principais parceiros comerciais do agro brasileiro. Em 2024, eles compraram 46% da carne in natura exportada pelo Brasil, com 1,33 milhão de toneladas importadas, gerando um faturamento de US$ 6 bilhões.
Fonte: Estadão.