As pessoas que buscam refeições com carne bovina em Pequim estão pagando mais pelo quilo que as pessoas em Boston, uma discrepância que mostra os desafios que a China está enfrentando em reviver o crescimento, à medida que as pressões inflacionárias fazem um retorno prematuro. O índice de preços ao consumidor da China aumentou 3,2% em fevereiro com relação ao ano anterior, o valor mais alto em 10 meses, de acordo com dados oficiais. O aumento na inflação de apenas 2% em janeiro foi direcionado pelo aumento de 6% nos custos dos alimentos.
As pessoas que buscam refeições com carne bovina em Pequim estão pagando mais pelo quilo que as pessoas em Boston, uma discrepância que mostra os desafios que a China está enfrentando em reviver o crescimento, à medida que as pressões inflacionárias fazem um retorno prematuro. O índice de preços ao consumidor da China aumentou 3,2% em fevereiro com relação ao ano anterior, o valor mais alto em 10 meses, de acordo com dados oficiais. O aumento na inflação de apenas 2% em janeiro foi direcionado pelo aumento de 6% nos custos dos alimentos.
Os preços que aumentaram muito poderão prejudicar a preferência do governo em permitir um crescimento econômico, após ter caído em 2012 para um ritmo mais fraco em uma década. O crescimento somente começou a aumentar no quarto trimestre após uma queda de sete trimestres. Porém, se o governo chinês agir rápido para amortecer a inflação, eles poderão igualmente prejudicar o crescimento que estão tentando nutrir. Esse é um dilema que os novos líderes da China, Xi Jinping e Li Keqiang, podem enfrentar na recuperação econômica.
De acordo com o vice-diretor do Instituto de Finanças e Valores Mobiliários da Universidade Renmin, Zhao Xijun, esse ano, existem três prioridades: “estabilizar o crescimento econômico, estabilizar os preços dos bens e reduzir o risco de dívidas ocultas, como produtos de gestão de riquezas”. Já existem indicações de que o Banco Central da China está mudando seu foco político para inflação do crescimento. A China precisa controlar a inflação como prioridade, segundo o Banco Central, mudando de uma promessa em seu relatório anterior para o suporte à economia acima de outras necessidades.
As pressões sobre os preços da carne na China destacam não somente o desafio de trazer a inflação sob controle, mas também, mudar a economia em direção ao crescimento liderado pelos consumidores, objetivo declarado de Pequim após décadas de expansão liderada pelas exportações. Os preços dos alimentos tipicamente aumentam antes do feriado do Ano Novo Lunar, que esse ano ocorreu em fevereiro. Porém, mesmo com o término do feriado, os preços das carnes, especialmente da carne bovina e de cordeiro, permaneceram elevados.
O economista chefe da High Frequency Economics, em Nova York, Carl Weinberg, afirma que a aceleração dos preços dos alimentos significa menos crescimento nos gastos em outros bens e serviços na economia. Os preços varejistas da carne bovina em Pequim estão maiores comparados com os supermercados da região de Boston. A carne suína, que é a principal carne consumida na China, está cerca de 50 centavos por quilo a menos que o preço dos Estados Unidos, de acordo com uma comparação de preços varejistas da Reuters. Isso é um efeito direto do poder de gasto dos chineses, cuja renda média é de cerca de um décimo da dos americanos.
A perda de terras agrícolas e mão de obra rural para a urbanização e as restrições aos pastoreio devido à degradação da terra adicionam mais custos à produção de alimentos. Wang Jimin, que acompanha as tendências pecuárias da China no Instituto de Desenvolvimento Rural e Econômico da Academia de Ciência Agrícola Chinesa, comenta que quanto mais a economia se desenvolve, mais difícil fica criar bezerros. Em curto prazo, os preços das carnes não sofrerão quedas, a menos que haja muitas importações. Apesar de conseguirem registrar aumento de menos de 1% nesse ano, a produção de carne bovina da China registrou queda em todos os anos desde 2008, segundo o USDA. Os maiores preços da carne bovina deverão direcionar ganhos maiores na inflação no terceiro trimestre.
Os maiores preços dos alimentos representam uma área sensível à liderança do Partido Comunista da China, considerando que a tensão social frequentemente acompanhou os aumentos anteriores de preços. Eles podem impulsionar expectativas de inflação que levam a um aumento maior na inflação e ao risco do Banco Central ajustar a política monetária para manter um controle nas pressões de preços.
Porém, os governantes deverão resistir a uma ação preventiva, Conforme o economista chefe do Bank of América/Merrill Lynch, em Hong Kong, Ting Lu, os governantes devem ser cautelosos com a inflação no final desse ano e com a recuperação do crescimento econômico.
A reportagem é da Reuters, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.