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Churrascos de fim de ano aquecem mercado atacadista

O mercado de carnes no atacado espera o mês de dezembro com uma ponta de euforia. A entrada do 13o salário, as festas natalinas e de fim de ano, eventos de confraternização em empresas e formaturas de estudantes devem aumentar a demanda.

Agentes do mercado varejista explicam que o comércio segue uma característica pontual: vendas fracas do dia 5 ao dia 17 do mês, incremento nas vendas do dia 18 ao dia 4 do próximo mês, e nova retração do dia 5 ao 17. O mercado está atrelado ao poder de compra do consumidor. “Há uma padronização. Primeiro o consumidor procura cortes do traseiro. Conforme vai perdendo poder de compra ele migra para a ponta de agulha e depois para o dianteiro”, explica Rodrigo Alves, da área de vendas para o mercado interno do Frigorífico Minerva Mas a partir de agora, a tendência é de essa padronização das vendas desapareça, a demanda deve ser forte até o final do ano.

“Ainda não houve uma explosão de vendas. Estão ocorrendo muitas consultas, especulações. Os supermercados vão precisar da mercadoria e querem reservar o produto, pois sabem que vai faltar. Mas as vendas ainda não se efetivaram”, explica Roberto Fontana, gerente nacional de vendas do Frigorífico Friboi. Segundo ele, em dezembro todas as reservas dos frigoríficos são zeradas.

A alta de preço esperada é para o traseiro e para a ponta de agulha. É daí que são extraídos os cortes para churrasco. O traseiro fornece cortes como picanha, fraldinha, maminha, alcatra e contra filé, tradicionalmente usados para churrasco. Da ponta de agulha se obtém a costela. “Nos estados do sul, que têm tradição em fazer churrasco de costela, a demanda pela ponta de agulha deve triplicar”, prevê Luciano Borges de Oliveira, gerente comercial do Marfrig. Fontana, do Friboi, acredita que as vendas de cortes de traseiro, para churrasco, devem aumentar de 20 a 30%. “Como regra geral, os cortes para churrasco acabam faltando no mercado nesta época”, acrescenta Fontana.

O cenário indica para uma alta de preços, mas Luciano Borges vê o outro lado da moeda. “A alta do traseiro deverá subsidiar a cotação do dianteiro, que não vende nesta época. Os consumidores dão preferência aos cortes de churrasco por estarem mais capitalizados ao receber o décimo terceiro”.

Os melhora dos indicadores econômicos se refletem em evolução das vendas no segundo semestre de 2004. Abaixo o gráfico de preços de dianteiro (vermelho) e traseiro (azul).


A partir de julho a cotação do traseiro se valorizou em 15%. O dianteiro teve alta de 8% no período. Resta saber o quanto desta alta irá ser repassada varejo, e como este possível repasse irá impactar as vendas de fim de ano.

Fonte: Equipe BeefPoint

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