Após amargar pelo menos cinco meses de prejuízos por causa da estiagem que assolou praticamente todas as propriedades rurais do Pantanal de Mato Grosso do Sul nos últimos meses do ano passado, os fazendeiros voltaram a viver melhores dias. Com o bom volume de chuvas durante todo o mês de janeiro, os campos estão verdes novamente, as pastagens foram recuperadas e a comercialização do gado ganhou mais entusiasmo.
O reflexo é visível no mercado pecuário. De acordo com a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), no primeiro mês deste ano foram comercializados mais de 19 mil animais somente no município de Aquidauana, volume que superou os meses anteriores e que dá sinal de que nos próximos meses a tendência é crescer.
“O rastro de destruição deixado pela seca e pelo fogo nos campos da maioria das fazendas do Pantanal de Aquidauana deu lugar para o cenário de muita água e açudes transbordando”, comemorou o presidente do Sindicato Rural de Aquidauana, o pecuarista Zelito Ribeiro, ao informar que o rebanho está voltando para as invernadas.
No entanto, a região do baixo Pantanal ainda necessita de muita água para deixar os pecuaristas mais tranqüilos. “É preciso mais uns 400 milímetros na parte baixa para garantir a estabilidade de todo o Pantanal”, afirmou. Nesta região, os pastos já estão recuperados, mas os açudes precisam de um maior volume d’água para garantir o abastecimento do rebanho durante o ano.
Expectativa
O presidente do sindicato rural afirmou que com a melhora das pastagens o rebanho ganhou peso, qualidade e provocou uma boa oferta no mercado. “Sobra capim, o boi engorda e movimenta o mercado”. Para Ribeiro, os frigoríficos estão com a escala de abate cheia em até 10 dias.
Essa boa oferta, disse ele, acaba provocando uma queda no preço entre 2% e 3%. Uma melhor expectativa dos fazendeiros é para o período de carnaval. “A procura deve aumentar porque nesta época o consumo de carne é bem maior”, acredita.
No entanto, o empresário Leirton Faustino Nogueira, da LN Leilões Rurais, que mensalmente comercializa cerca de duas mil cabeças, disse que o movimento no setor melhorou, mas ainda existe muito produtor retendo o rebanho. “Esta retenção é normal. Muitos fazendeiros seguram o gado na expectativa de o preço melhorar. O animal vai ganhando peso e preço”, contou. “Mesmo assim, a oferta é maior que a procura”, concluiu.
Fonte: Correio do Estado/MS (por Ronaldo Régis), adaptado por Equipe BeefPoint