O efeito das cigarrinhas sobre a pastagem se dá tanto devido à ação das ninfas quanto à ação dos adultos. As ninfas se alojam na base das plantas, ficando protegidas por uma espuma. Elas permanecem por bastante tempo em contato com as plantas (desde a eclosão dos ovos até a fase adulta), sugando a seiva e depauperando-as. Já os adultos, além de sugarem a seiva, injetam toxinas que provocam o bloqueio do floema e do xilema.
As cigarrinhas causam, portanto, dois tipos de efeito nas pastagens: no caso das ninfas, as plantas apresentam um amarelecimento que começa pela base e se estende por toda a planta; já no caso dos adultos, a planta apresenta sintomas de fitotoxicidade que variam de espécie para espécie, sendo a “queima” das pastagens o sintoma mais característico (as plantas secam). Dentre os sintomas descritos, pode-se citar: listas cloróticas nas folhas; áreas cloróticas nas folhas; folhas com pontas secas; morte total da planta.
A ação das cigarrinhas pode levar a perdas da ordem de 10 a 90%, dependendo da espécie, do tipo de gramínea, das condições climáticas e do manejo do pasto. Estima-se que, em média, ocorra uma redução de 15% na produção de massa verde nas áreas atacadas. Segundo Reis et al. (1983), citado por Silveira Neto (1994), em uma área com nível de infestação de 25 cigarrinhas adultas por metro quadrado a produção do pasto é reduzida em 30% no prazo de dez dias. Estes dados mostram a importância desta praga em sistemas de produção animal a pasto.
Nos próximos artigos desta série serão discutidos os métodos de controle de cigarrinhas disponíveis atualmente e suas vantagens e desvantagens.
Referência bibliográfica:
SILVEIRA NETO, S. Controle de insetos nocivos às pastagens de Brachiaria spp. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DA PASTAGEM, 11., Piracicaba, 1994. Anais. Piracicaba:FEALQ, 1994. p.73-97.