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Circuito Boi Verde premia vencedores

A Associação de Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) encerrou as atividades de 2007 anteontem, com uma festa que premiou os vencedores da quinta edição do Circuito Boi Verde, de julgamento de carcaças de animais da raça, criados a pasto. O circuito, que tem apoio da Tortuga, teve 13 etapas e avaliou este ano 8.939 animais. Ao todo, foram 188 lotes de 170 pecuaristas. Um dos destaques deste ano foi a volta das etapas no Paraguai, Rondônia e Paraná.

A Associação de Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) encerrou as atividades de 2007 anteontem, com uma festa que premiou os vencedores da quinta edição do Circuito Boi Verde, de julgamento de carcaças de animais da raça, criados a pasto. O circuito, que tem apoio da Tortuga, teve 13 etapas e avaliou este ano 8.939 animais. Ao todo, foram 188 lotes de 170 pecuaristas. Um dos destaques deste ano foi a volta das etapas no Paraguai, Rondônia e Paraná.

O melhor lote de carcaças de 2007 foi do pecuarista André Ribeiro Bartocci, da Fazenda Nossa Senhora das Graças, em Caarapó (MS), que obteve nota 10.550,28 no abate da etapa de Nova Andradina (MS). Na outra categoria, de melhor comprador de boi, o vencedor foi o frigorífico Bertin, unidade de Mozarlândia (GO), que ainda bateu o recorde do circuito em quantidade de animais avaliados em uma só etapa: 1.944.

Homogeneidade

De acordo com o gerente de Produto da ACNB e coordenador do circuito, Guilherme Alves, 90% dos 108 animais do lote vencedor estavam entre 17 e 19 arrobas (60% entre 17 e 18 arrobas) e tinham até 36 meses (4 dentes). No quesito acabamento de gordura, 80% do lote teve avaliação “mediano” (a nota máxima). “O lote tinha muitos animais. Isso mostra que era bastante homogêneo”, destaca Alves.

O coordenador explica que os animais são avaliados individualmente, mas a nota final do lote é calculada pela média das notas de todos os animais. Portanto, quanto mais animais, mais difícil é manter a boa média. “É importante que o pecuarista tenha um bom padrão de animais. E o circuito acaba certificando a qualidade do plantel.”

O lote segundo colocado, do pecuarista Antonio Cestari, teve nota 10.490,15. “A diferença foi bem pequena”, diz Alves. Ele diz que a diferença entre as notas do primeiro e do último lotes foi menor que no ano passado. “Este ano o circuito foi mais disputado.” A nota média geral do campeonato este ano foi de 7.869, também superior à média de 2006.

Em cinco anos de circuito, já foram avaliados 53 mil animais em abates técnicos. “O objetivo da competição é fomentar a raça nelore e mostrar o potencial da raça em produzir carne de qualidade”, destaca. A próxima edição deve começar em fevereiro 2008.

Frigorífico paga mais por qualidade

Das cinco edições do Circuito Boi Verde, o pecuarista André Ribeiro Bartocci participou de quatro. Logo no primeiro ano em que concorreu, em 2004, já foi campeão. Este ano, pela segunda vez, a Fazenda Nossa Senhora das Graças, em Caarapó (MS), venceu a competição com o melhor lote de carcaça do circuito. “Como a raça nelore é a base da pecuária de corte, o circuito é uma referência real da qualidade do rebanho brasileiro. Todos os pecuaristas que participam saem ganhando”, diz.

O rebanho, como pede a competição, é mantido a pasto. Para manter a qualidade do gado, Bartocci, que só faz recria e engorda, faz questão de comprar bezerros de bons criadores, com genética garantida. E investe em pasto de alta qualidade. “O pasto é tratado como cultura”, diz.

O manejo com a criação também tem atenção especial. As pessoas que lidam com o gado, garante o pecuarista, são treinadas e especializadas, porque é preciso saber a hora certa de fazer os tratos para não estressar o animal.

Bem-estar

“O boi que não está tranqüilo não engorda.” Atualmente, a fazenda abate em torno de 3.500 novilhos precoces por ano. “O fato de ter ganhado o circuito em 2004 me estimulou a buscar mais qualidade de mão-de-obra, insumos, genética. Percebi que a qualidade vale a pena. Por isso, só vendo em frigoríficos que valorizam qualidade.”

No frigorífico Bertin Mozarlândia, que ganhou o circuito este ano na categoria melhor comprador de boi, a qualidade pode render ao pecuarista até 6% mais no valor da arroba.

De acordo com o gerente de compra de boi do frigorífico, Silvio Luis Busnardo, todo animal que entra para abate é avaliado e a premiação para os melhores animais vai de 0,5% a 6% do valor da arroba.

No dia do abate técnico do circuito, todos os pecuaristas que participaram receberam o prêmio máximo, que foi de R$ 2 por arroba.

“Normalmente, a carne do boi verde, ou seja, criado exclusivamente a pasto, já é uma carne de excelente qualidade. E os criadores que participam do circuito querem trazer seus melhores animais. Os animais eram realmente muito bons”, diz ele, que já pensa na próxima edição do circuito. “Vamos tentar abater 2 mil animais em 2008, batendo nosso próprio recorde.”

Fonte: O Estado de S. Paulo


Foto: Lotes são avaliados nas baias dos frigoríficos parceiros. Depois, carcaça é pontuada.

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