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Circuito Pecuário Nordeste aumenta medidas contra aftosa

O Circuito Pecuário Nordeste, integrado por estados de Alagoas ao Maranhão, conclui hoje uma agenda de compromissos para mudar a atual classificação do território – de área de risco desconhecido de febre aftosa – para risco médio. A idéia é abreviar de 2005 para 2003 o prazo estipulado pelo Governo Federal para a erradicação da doença na Região. No Nordeste, apenas Sergipe e Bahia (Circuito Leste) figuram na área livre de febre aftosa com vacinação.

O presidente do Fórum Regional de Secretários de Agricultura do Nordeste, Aguinaldo Ribeiro (PB), destaca como requisitos para a mudança de classificação, a cobertura vacinal de 85% do rebanho, criação de uma legislação estadual, estruturação do serviço de defesa agropecuária e período de dois anos sem registro de febre aftosa.

Uma das dificuldades para os estados tem sido o cadastramento dos produtores. “Através desse levantamento é que teremos conhecimento do rebanho e o controle sobre a vacinação”, explica Ribeiro, lembrando que a última estatística acerca do plantel nordestino é do IBGE (1996). Pernambuco e Ceará são os estados mais atrasados na colheita dos dados.

O diretor de produção e comercialização da Secretaria de Desenvolvimento Rural do Ceará, Francisco Alves, diz que a meta do Estado era concluir o cadastramento em julho, mas as pressões para erradicar a doença fizeram o prazo cair para março. Até agora apenas 40% do levantamento foi concluído. Pelos dados do IBGE, o rebanho do Estado é de 1,7 milhão de animais.

Na última reunião do circuito, realizada em Alagoas (14/11), Pernambuco projetava para dezembro de 2002 a finalização do cadastro. Para se alinhar ao desempenho dos outros estados, a Secretaria de Produção Rural e Reforma Agrária (SPRRA) decidiu rever a data e espera finalizar o cadastramento até março. O secretário-adjunto, Gabriel Alves, garante que 60% do levantamento já foi concluído. Ele destaca que desde fevereiro de 1998 o Estado não registra focos da doença.

Os estados mais adiantados no processo são Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte, que já concluíram seus cadastros e partem agora para as outras etapas. “A pesquisa de campo durou um ano e foi concluída em novembro”, comemora o delegado do Minisério da Agricultura, Domício Silva. Alagoas tem hoje um rebanho de 687.043 bovinos, espalhados por 60.165 propriedades. Nas duas etapas da campanha contra a aftosa deste ano, a cobertura vacinal chegou a 90% dos animais, totalizando investimentos de R$ 540 mil apenas do ministério.

No Ceará, a campanha chegou a 50% do rebanho, consumindo R$ 600 mil em recursos. Para o próximo ano a idéia é ampliar a cobertura para 80% na primeira etapa e atingir 100% na segunda. O Estado também comemora quatro anos sem casos da doença. “Nossa equipe de fiscalização tem hoje 250 técnicos entre veterinários, auxiliares e zootecnistas”, contabiliza Alves.

Em Pernambuco, onde o rebanho estimado é de 1,3 milhão de animais, foram aplicados cerca de R$ 1,2 milhão/ano na área de defesa agropecuária. Alves adianta que está sendo criada agência para dar mais agilidade à condução do programa de combate à aftosa. Atualmente, a equipe de fiscalização da secretaria conta com 150 técnicos. Os produtores do Estado reclamam que o número é insignificante para fazer o controle adequado e evitar a entrada de animais contaminados.

Fonte: Gazeta Mercantil (por Adriana Guarda), adaptado por Equipe BeefPoint

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