O sistema de classificação de bovinos, já deveria estar em vigor há muito tempo, pois permite premiar os produtos de qualidade, diferentemente do que acontece hoje em grande parte do País, onde quem investe em qualidade não ganha nada e quem não investe ganha o mesmo que os primeiros. Essa é a opinião de João Paulo Schneider da Silva, o Kaju, diretor comercial da GAP Genética Agropecuária.
Kaju acredita que o mercado prioriza animais mais jovens. “Isso faz com que o sistema traga maior benefício ao cruzamento industrial”, afirma Silva. Bom para empresas como a GAP, que seleciona reprodutores Brangus há muitos anos.
Para ele, uma das prioridades para a boa aplicabilidade do sistema é o setor esclarecer o que é a uma carne de qualidade e quais os fatores que determinantes dessa classificação, a partir da identificação do que é bom para o consumidor e para aumentar as divisas do País. “O pessoal não pode ter nenhum tipo de tendência racial nessa definição sendo necessário ir ao encontro do que o mercado externo, que é um termômetro do segmento, exige”, explica Silva. Segundo ele, o Brasil está exportando muita carne, mas a um preço médio bastante baixo, “por nós não termos um carne de qualidade se comparado, à Argentina, já que nosso mercado interno não é exigente devido a seu baixo poder aquisitivo”, conta.
O executivo informa que no Rio Grande do Sul, o frigorífico Mercosul já aplica classificação de carcaças valorizando animais com bom acabamento, dentição, idade e raças, bovinos puros e cruzados angus e hereford. Segundo ele o ideal é que no sistema nacional, os animais de qualidade tenham essa remuneração e que haja um bom repasse ao produtor.
Para o diretor, o consumidor também será beneficiado com a classificação de carcaças. “Hoje o consumidor brasileiro, não tem condições de optar por qualidade, o seu principal atrativo é preço, mas com o sistema, no momento em que houver um pequeno aumento de renda e a população começar a gastar mais com o alimento carne, ele vai começar a ter suas preferências”, prevê.
Fonte: Paulo Roberto Brino Mattus, da Equipe BeefPoint