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5 de março de 2002
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7 de março de 2002

CNA aposta em ganhos com taxação argentina

O Brasil poderá se beneficiar da perda de competitividade de alguns produtos primários argentinos, especialmente a soja e a carne bovina, se a Argentina taxar de fato suas exportações, como foi anunciado na segunda-feira pelo ministro da Economia, Jorge Remes Lenicov. A expectativa é do coordenador do Departamento de Comércio Exterior da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Antonio Donizzeti Beraldo. “Há um certo receio por parte dos empresários brasileiros de perder espaço com o retorno da Argentina nas exportações de soja e de carnes, especialmente para a Europa”, observou.

Apesar da vantagem que o Brasil possa vir a tirar da taxação, Beraldo observou que esse tipo de medida representa um confisco cambial, embora de emergência. “Esta é uma medida de difícil implementação porque contraria os princípios de livre comércio da Organização Mundial do Comércio (OMC). Embora a Argentina seja a mais prejudicada diretamente, este tipo de medida abre um precedente perigoso. Assim como taxam as exportações podem taxar as importações”, alertou.

O coordenador da CNA disse que a taxação das exportações, tanto de produtos primários como industriais, acabará se refletindo também na formação de preços de commodities no mercado internacional. “No caso do trigo, por exemplo, embora os países do Mercosul estejam excluídos da medida, o aumento de 10% no custo de produção acabará influenciando a fixação de preços no cenário externo”, observa.

O anúncio de taxação das exportações da Argentina, como forma de aumentar a receita do país a partir dos ganhos obtidos pelas empresas com a desvalorização do peso, foi feito segunda-feira pelo ministro Jorge Lenicov. Conforme o anúncio, as exportações de produtos primários seriam taxadas em 10% e os manufaturados de origem industrial e agropecuária em 5%.

Fonte: Hoje em Dia/MG, adaptado por Equipe BeefPoint

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