A queda do desmatamento e as várias iniciativas sustentáveis desenvolvidas pelos produtores brasileiros dão ao Brasil autoridade moral para discutir questões ambientais na Rio+20, segundo a presidente da CNA. Acrescentou que os produtores rurais são os principais interessados na preservação de suas propriedades.
As iniciativas desenvolvidas pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no âmbito do Projeto Biomas, as ações sustentáveis voltadas para o setor agropecuário, a proposta de criação de um conceito mundial de Área de Preservação Permanente (APP) nas margens dos rios e uma política de governança climática que garanta a comercialização de créditos de carbono oriundos da atividade rural.
Essas são as principais iniciativas que serão apresentadas pela presidente da CNA, senadora Kátia Abreu, na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que acontece entre os dias 13 e 22 de junho, na cidade do Rio de Janeiro. “Vamos mostrar que o Brasil tem a maior e a melhor agropecuária do planeta, produzindo em 27% do território nacional e preservando 61% dos biomas”, afirmou.
Em São Paulo, onde inaugurou o Espaço CNA, na sede da Sociedade Rural Brasileira (SRB), a senadora lembrou que o desmatamento está em queda e que o Brasil atingirá, muito antes do previsto, a meta de redução do desmatamento assumida pelo País em Copenhague, na Dinamarca, em 2009. Na época, o Brasil comprometeu-se a reduzir para 5,4 mil quilômetros quadrados o desmatamento até 2020. Em 2010, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o desmatamento foi de 6.600 quilômetros quadrados. “O Brasil cumpriu 80% da meta muito antes de 2020”, afirmou.
A queda do desmatamento e as várias iniciativas sustentáveis desenvolvidas pelos produtores brasileiros dão ao Brasil autoridade moral para discutir questões ambientais na Rio+20, segundo a presidente da CNA. Acrescentou que os produtores rurais são os principais interessados na preservação de suas propriedades. “Fazenda degradada reduz produtividade, renda e lucro. A preservação faz bem ao patrimônio do produtor”, afirmou a presidente da CNA.
Como uma das práticas sustentáveis típicas do Brasil, a presidente citou o plantio direto, que evita a aração da terra, evitando, assim, a perda de CO2. De acordo com a presidente da CNA, 25 milhões de hectares são cultivados no Brasil a partir do sistema do plantio direto. Defendeu, também, o plantio de florestas e os sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta.
Agenda Rio+20
A CNA divulgará, durante a Conferência, o documento de posicionamento do setor agropecuário para a Rio+20, que recebeu contribuições de lideranças rurais, técnicos, produtores, universidades e instituições do agronegócio. Foram realizados workshops de orientação para a coleta de subsídios para o documento em Brasília (18/04), Uberaba/MG (02/05) e São Paulo (08/05), consolidados em propostas que serão apresentadas pela presidente da CNA, Kátia Abreu, no dia 21 de junho, em evento com a presença de autoridades e negociadores.
Os três workshops organizados pela CNA mobilizaram diversos segmentos do setor para o debate das posições que serão levadas à Rio+20. No primeiro encontro, em Brasília, reuniram-se os técnicos da área; o segundo, em Uberaba, concentrou os produtores rurais e, em São Paulo, foram recebidas contribuições do setor como um todo. Durante os workshops foram abordados temas como meio ambiente, inovação e tecnologia, educação no meio rural, segurança alimentar e nutricional e erradicação da pobreza.
Fonte: CNA, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
1 Comment
Que os negociadores/palestrantes brasileiros do encontro Rio+20, exijam dos governantes, europeus, americanos, asiaticos o mesmo grau de preservação ambiental, exigidos do produtor brasileiro. A impressão que se têm hoje é que no Brasil, se exige demais e no resto do mundo se exige de menos.