Tecnologias e incentivo para adesão a novas práticas direcionadas ao crescimento da produção agropecuária e investimentos em infraestrutura e pesquisa, além de políticas públicas voltadas para a diminuição da pobreza no campo são algumas das iniciativas desenvolvidas pela China para incentivar o setor agropecuário local.
Tecnologias e incentivo para adesão a novas práticas direcionadas ao crescimento da produção agropecuária e investimentos em infraestrutura e pesquisa, além de políticas públicas voltadas para a diminuição da pobreza no campo são algumas das iniciativas desenvolvidas pela China para incentivar o setor agropecuário local. Essas características foram apresentadas nesta terça-feira (24/04), em Pequim, na China, pela vice-ministra da Agricultura, Zhang Yuxiang, à presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu. “Os dois países são grandes produtores mundiais de alimentos e são importantes em termos de comércio, mas enfrentam problemas parecidos, como os relacionados à pobreza rural”, afirmou a presidente da CNA.
Em relação à extensão rural, a senadora Kátia Abreu lembrou que a CNA defende esse instrumento como forma de aumentar a produtividade da atividade, reduzindo a pobreza rural. Contou que o Brasil está desenvolvendo um novo modelo de extensão rural baseado na meritocracia, que garantirá uma renda adicional aos técnicos de extensão que consigam ampliar a renda dos produtores, especialmente para aqueles das classes D e E, que reúnem 3,6 milhões de agricultores. Apesar dessas classes reunirem o maior número de produtores – 3,6 milhões de propriedade de um total de 5,175 milhões em todo o Brasil, esse grupo tem renda de apenas US$ 100 por hectare ao ano.
Entre 2006 e 2011, a renda dos agricultores da China cresceu 13% ao ano, para 6.977 yuans (US$ 1.105) em 2011. Nos últimos anos, o número de produtores pobres caiu de 94 milhões para 26 milhões, segundo dados de 2010. Lembrou que a China foi o primeiro país a cumprir uma das metas do milênio de redução da pobreza. “Além disso, a China investiu muito em infraestrutura, especialmente no acesso à água potável, energia e educação”, afirmou. A China também estabeleceu um sistema de pagamento de salário mínimo aos agricultores, política que beneficia 53 milhões de pessoas que vivem no campo.
Sistemas de irrigação também foram discutidos na reunião. A presidente da CNA lembrou que o Brasil tem 29 milhões de hectares irrigáveis, mas exploramos apenas 5,6 milhões de hectares. Na China, esse potencial é muito explorado. De acordo com as autoridades locais, são explorados 60 milhões de hectares, área que representa 50% da terra cultivável da China. Nessa área, são produzidos 75% da produção de alimentos. A vice-ministra propôs a troca de informações e tecnologia entre Brasil e China nessa área.
Fonte: CNA, resumida e adaptad apela Equipe BeefPoint.