O presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, defendeu a "desburocratização" do sistema de rastreabilidade do rebanho brasileiro. Em reunião na sede da CNA, em Brasília, para discutir a Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA), que vai servir de base para o novo Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov), ele lembrou que o modelo atual, além de ser oneroso e difícil de ser cumprido, não traz vantagens financeiras para os pecuaristas. "Os frigoríficos recebem animais prontos para exportação, exportam a carne, mas não pagam para o pecuarista o diferencial que ele gastou com a rastreabilidade", afirmou.
O presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, defendeu a “desburocratização” do sistema de rastreabilidade do rebanho brasileiro. Em reunião na sede da CNA, em Brasília, para discutir a Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA), que vai servir de base para o novo Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov), ele lembrou que o modelo atual, além de ser oneroso e difícil de ser cumprido, não traz vantagens financeiras para os pecuaristas. “Os frigoríficos recebem animais prontos para exportação, exportam a carne, mas não pagam para o pecuarista o diferencial que ele gastou com a rastreabilidade”, afirmou.
O PGA estabelece uma série de alterações no sistema nacional de rastreamento. Uma das mudanças previstas no PGA é a possibilidade de dois tipos de identificação nas fazendas: coletiva ou individual. A coletiva é para os animais cuja carne ficará no mercado interno ou será exportada para países que não exigem a rastreabilidade do rebanho. A segunda é a “brincagem” individual do rebanho, exigência da União Européia (UE) para compra de carne bovina. Hoje, só é possível rastrear os animais individualmente. “No novo modelo, o brinco vai informar se os animais podem ir ou não para exportação, posição que depende do pagamento de um bônus pelos animais entregues com o brinco individual”, afirmou.
Nogueira lembrou que uma das finalidades do novo modelo de rastreabilidade é garantir a retomada do volume de exportação para a UE, comércio que está abaixo do potencial desde 2008, quando as autoridades européias, sob alegação de deficiências no modelo de rastreabilidade adotado pelo Brasil, restringiram as importações de carne do Brasil. O novo modelo também vai possibilitar o aumento de comercialização de carne rastreada no mercado interno que, segundo Antenor Nogueira, é o principal destino do produto. “Queremos melhorar a gestão das propriedades brasileiras. Temos o maior rebanho comercial do mundo. O PGA não é um sistema voltado apenas para a exportação. O mercado interno é nosso principal cliente. Apenas 3% da carne produzida no País vai para a União Europeia”, completou.
Presente à reunião, o coordenador do Sisbov, Naor Luna, do Ministério da Agricultura, admitiu que os produtores são prejudicados pela “burocracia” do sistema de rastreamento. “O produtor fazia tudo certinho, mas às vezes faltava apenas algum documento. Uma burocracia que gerava uma não conformidade”, afirmou. Ele lembrou que hoje apenas os 27 países da UE cobram a rastreabilidade. O Chile, contou, chegou a sinalizar com a exigência da rastreabilidade, pleito que não foi adiante. Aos representantes do setor que participaram da reunião do fórum, ele lembrou que o número de auditores aumentou nos últimos anos: de 80 em 2007 para os atuais 600.
Antenor Nogueira explicou que o PGA permitirá que o produtor tenha uma senha para acessar ao sistema de onde estiver, inclusive para impressão de Guias de Trânsito Animal (GTA), documento que autoriza o trânsito de animais entre fazendas e para frigoríficos. Outra vantagem do PGA é a ampliação do controle sanitário, já que eventuais problemas poderão ser comunicados eletronicamente para o escritório local responsável pela propriedade que forneceu os animais. “O escritório recebe essa informação e, a partir daí, poderá ser desencadeada uma visita a essa propriedade para verificar possíveis deficiências”, explicou.
As informações são da CNA, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.
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Nada contra simplificar processos. Certamente é algo desejável. Mas também é importante mantermos a qualidade e os controles necessários.
E a remuneração será sempre decorrente da oferta e demanda. Se houver ampla oferta de animais rastreados simplesmente não haverá diferencial pelos mesmos.
Não existe uma mágica que simplifique o processo para todos os produtores, elevando a oferta de animais rastreados, e que, ao mesmo tempo, mantenha a remuneração paga pelos frigoríficos pelos animais rastreados. Simplesmente é uma questão lógica.
E é importante entendermos isto para agirmos conscientes e não nos frustarmos na frente.
Att,
Realmente,e felizmente,como estou afastado à dois meses de Auditorias,sigo o mesmo pensamento, e como seu discípulo,já que foi meu CHEFE em Goiás,acho que chega de tanta bagunça em cima de animais tão ou melhores que qualquer outros deste nosso p
laneta cheio de defeitos ,principalmente lá onde tanto “EXIGEM” e “NADA” pagam de especial aos produtores desta carne tão especial como eles querem,já que não produzem a carne de “QUALIDADE” para eles mesmos comerem!!!!!
Tudo estaria excelente se tivessemos o pagamento do prêmio merecido ao produtor.
Ao invez de querer mudar as coisas, não seria mais fácil precionar as empresas frigoríficas para repassar um mínimo das enormes vantagens econômicas recebidas pelas vendas para a UE aos verdadeiros merecedores, os produtores da carne ?
Tudo parece um grande jogo de interesses que como na política, estamos cheios de discursos, poucas ações e todos os “estrelas” parecem estar abraçados.
Os produtores conseguem sem dificuldades atuarem no atual sistema. Mudanças poderão trazer facilidades e várias brexas para armações e voltarmos ao que era antes, ou seja, um nada, um monte de enganação que trouxes consequencias óbvias, a não-conformidade para o Brasil e a seu descredenciamento para este grupo que compra pouco da nossa produção, más que nos ensina que devemos ter qualidade na produção.
É frustrante quando se vai até uma empresa frigorífica acompanhar um abate e se vê uma carcaça boa – destino UE e quando no meio de uma boiada acontece contaminação ou tem carcaça com um mínimo de problema, imaginem onde fica esta, para os nobres produtores (nós brasileiros). Vemos que o maior ganho deste todo é uma mudança de paradigmas. Temos que comer coisa boa, com garantias e não lixo.
Um abraço a todos os verdadeiros compromissados com a cadeia produtora da carne.
Simplificar o processo não resolver todos problemas da rastreabilidade, isso seria apenas tampar o sol com a peneira, o que precisa ser feito e valorizar a carne rastreada. Pagando bem que mal tem, a maioria dos pecuaristas não estão no sistema por falta de valorização do produto rastreado e não porque o sistema e burocratico, se fosse tão burocratico não teria fazendas habilitadas.
Simplificar o processo so levaria o sistema a estar em xeque novamente e na pior das hipoteses seria a falta de confiança no sistema por parte do mercado consumido (UE) assim como ocorreu na primeia implantação dos sistema.
O grande gargalo hoje, é ter que manter a bnd atualizada a todo instante. A queda do brinco é uma realidade que independe de renovação dos SISBOV´s. Neste momento, todos os envolvidos com a rastreabilidade oficial, já sabem quais são as rotinas e prazos, relativamente simples de cumprir. Já se passaram 8 anos de muito trabalho e dedicação, será que não temos competência para atuarmos e ajustarmos uma norma exequível? Faltam poucos e pequenos ajustes. Falar em mudança é perder credibilidade, é criar o medo do desconhecido, o novo nem sempre é melhor que o antigo. O processo é evolutivo com ajustes, discutindo com quem vive a realidade no campo, procurando ajustar o que é possível de realizar, observando o que é exigido e aparando as arestas entre os interesses individuais. Os frigorificos aparententemente assistem essas alterações como se não fizessem parte do processo, é sabido que o produtor para se manter habilitado para UE, precisa de investimento em treinamento de mão de obra, em tecnologia de leitura de brincos ou chips, em software para controle das movimentações e estoque, enfim é uma mudança muito grande para a realidade brasileira. Esta mercadoria é trabalhada com muito cuidado e atenção pelo produtor, por isso precisa ser valorizada e diferenciada. Na maioria das vezes isso não acontece de uma forma atraente e justa. Esta relação comercial que beneficia unilateralmente um segmento da cadeia, com certeza não traz crescimento sustentável e nem bem estar para quem se sente prejudicado.Se mudar o sistema, torçam para acertar, pois senão o começo do fim estará bem perto.
DesBURROcratização para beneficiar FRIGORÍFICO e prejudicar PRODUTOR. É melhor o frigorífico ter um excesso de oferta e não pagar nada do que ter oferta reduzida e ter que pagar.
O Cenário atual não é igual ao de 2008, o mercado é DINÂMICO, fica claro no texto que nossos “representantes” estão preocupados só com o valor numérico das exportações e não com o valor numérico agregado ao produtor, vantagens. Se querem volume, o mercado deve demandar, depois o frigorifico deve remunerar e consequentemente terão a oferta adequada e o número da exportação adequada.
Os passos acima serão ideais para todos os elos, mas os “representantes” não estão preocupados com os produtores e sim com SEUS números que devem prestar contas e com os FRIGORÍFICOS que a cada dia se AGIGANTAM.
Desburocratização a que custo??? Quem vai ganhar com a desburocratização???
Não estão desburocratizando, estão criando um NOVO que TRARÁ PREJUIZO a TODOS e efetivamente TODOS os produtores. O POR QUE é muito simples, se o programa for de tamanha simplicidade e visa atender inclusive MERCADO INTERNO, deixemos de lado a segurança, PODEREMOS ter (produtores já estão cançados e o sistema em descrédito por tantas mudanças) um EXCESSO de animais rastreados e a CONSEQUENCIA será o DESÁGIO no valor do boi “O NÃO PAGAMENTO DE PREMIO”. Voltaremos aquela época onde o frigorifico só comprava se fosse rastreado. Ou seja, o produtor tinha que rastrear para vender pelo mesmo preço e o que não rastreava perdia, fácil raciocinio TODOS PRODUTORES perdem, SÓ OS FRIGORÍCOS GANHAM, foi a época em que mais ganharam dinheiro.
Vamos concluir então se a DESBUROCRATIZAÇÃO (palavra bonita não é, mas a que CUSTO) será vantajosa para quais elos da cadeia.
O BOI EUROPA em 2009 e 2010 seguiu o seguinte raciocínio:
Primeiro semestre – preços a mais por @ de R$5,00 a R$7,00 reais.
Segundo semestre – preços a mais por @ de R$2,00 a R$3,00 reais. OBSERVAÇÕES PERTINENTES E IMPORTANTES, no ano de 2010 esta diferença para baixo veio mais cedo, sendo o motivo saida de animais confinados e rastreados. Alguns produtores neste período com boi europa não tiveram diferencial, O MOTIVO É O SEGUINTE: Naquele dia que o frigorifico te disse que não estava pagando nada a mais pelo BOI EUROPA, com CERTEZA estava, com certeza tinha BOI EUROPA morrendo NAQUELE DIA com diferencial, o DETALHE é que os animais DAQUELE DIA foram negociados a alguns meses atrás, tendo preços da @ e do diferencial do BOI EUROPA travados. OU SEJA, o frigorifico já tinha o BOI DELE EM SEU PROPRIO CONFINAMENTO ou já HAVIA negociado um grande volume de um ou mais grandes produtores e assim conseguiu fechar a escala de alguns dias, semanas, meses para o produto “BOI EUROPA”.
Amigo produtor este assunto eles não discutem e nem se preocupam em fazer como nos EUA, onde os frigorificos não podem ter animais para REGULAR MERCADO.
Aparecem com DESBUROCRATIZAÇÃO (dá ibope né) mas não aparecem com nada com relação a cada ano que se passa os frigoríficos baixarem o diferencial do BOI EUROPA. NÃO QUEREMOS DESBUROCRATIZAÇÃO, inclusive fomos reauditados, estamos a quase dois anos na lista e já nos acostumamos.
QUEREMOS diferencial a mais na @ que já nos pagaram até R$20,00 a mais na @ em 2008, eles podem nos pagar.
Outro detalhe, se desburocratizar e muitos produtores entrar, e o preço do inicio do ano e do final do ano SUMIR, quero ver se “representantes” dos produtores que estão propondo ISTO vão aparecer para dar explicação a seguinte pergunta:
GANHAMOS ATÉ 20,00 A MAIS NA @ EM 2008, EM 2010 GANHAMOS DE 2,00 A 7,00 A MAIS NA @ E COM ESTA DESBUROCRATIZAÇÃO TIVEMOS O DIFERENCIAL DE FATO SUMIU, VOCES FIZERAM ISTO PARA BENEFICIAR QUEM??? QUEM VAI PAGAR OS INVESTIMENTOS????QUEM VAI PAGAR MEU INVESTIMENTO???
NO FINAL DAS CONTAS HAVERÁ NOVO DES-ESTIMULO DOS PRODUTORES JÁ CANÇADOS DE TANTAS MUDANÇAS E TANTAS POLÍTICAS QUE OS PREJUDICAM, QUE QUANDO ESTAO GANHANDO ALGUMA COISA, SEUS REPRESENTANTES TIRAM ATRAVÉS DE desBURROcratização.
Precisa haver integração do processo, e aparecem iniciativas nesse sentido:
onde o varejista se entende primeiro com os produtores, acertam padrões de qualidade entre outros detalhes.
O frigorífico, nesse modelo, entra como prestador de serviço e não como intermediário.
Passam querendo mudar as regras da rastreabilidade; a evolução é sempre salutar, mas todos querem alterar a parte burocrática. Só que no Rio Grande do Sul, nossas invernadas são reduzidas e a cada auditoria movimentamos vários lotes de animias para que os auditores anotem a numeração de no minimo trezentos animais e vejam passar mais trezentos e ter certeza que nós produtores não tiramos os brincos dos animais. Todos falam em remuneração por parte dos frigorificos e esquecem de quantos quilos foram perdidos com este manejo onde a cada seis meses tem uma auditoria onde exige uma movimentação de no minimo de seiscentos animais.
É tudo uma questão de confiança, que se conquista através da seriedade dos procedimentos. Creio que não podemos pensar em ratreabilidade para a venda de carne para o mercado interno. O consumidor europeu, quando chega na gôndola de um mercado e examina um corte de carne onde consta no rótulo da embalagem, ser um produto rastreado, tem pleno entendimento e confiança no que está dito ali. No nosso caso, no Brasil, façamos uma pesquisa para saber; primeiro, se o consumidor tem o entendimento do que seja a rastreabilidade e segundo se pagaria mais por esta carne. Se nós não temos confiança,se nosso sistema não nos dá essa segurança,como podemos querer que lá fora acreditem ? Com certeza, no momento que tivermos um sistema agil, perfeitamente auditável e com fiscalização severa conquistaremos o mercado europeu tão exigente e desconfiado,talvez com razão. Aí ,aqueles que trabalharem nesta linha serão adequadamente remunerados, na continuidade, á medida que as informações forem disseminadas , inclusive o consumidor brasileiro pagará mais por este produto.Antes, não. Devemos fazer o tema de casa.