O presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da CNA, Antenor Nogueira, defendeu a participação de todos os elos da cadeia produtiva da carne bovina para discutir, de forma homogênea, alternativas para solucionar os gargalos do setor
O presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, defendeu a participação de todos os elos da cadeia produtiva da carne bovina para discutir, de forma homogênea, alternativas para solucionar os gargalos do setor. Neste contexto, ele informou que uma das iniciativas para avançar neste diálogo será a criação do Conselho dos Preços do Boi (Consebov), que terá a participação de pecuaristas, além de representantes da indústria, varejo e da academia, cuja instalação está sendo discutida entre todos os integrantes da cadeia. O tema foi abordado nesta terça-feira (7/8), em audiência pública, na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR), que reuniu representantes dos segmentos da cadeia e do governo.
“Hoje temos uma cadeia completamente heterogênea e chegou a hora de aprendermos a discutir assuntos que impactam os preços pagos ao produtor. Todos os elos da cadeia querem lucro e o produtor também precisa ter renda para continuar investindo na sua propriedade e fornecer matéria-prima”, enfatizou. Um dos temas debatidos na audiência pública foi a concessão de crédito aos frigoríficos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Sobre este ponto, Nogueira mostrou preocupação com o fato de a instituição conceder financiamentos apenas às grandes indústrias, o que acaba prejudicando os pequenos e médios frigoríficos, reforçando a concentração do setor, além de restringir o poder de comercialização do produtor.
“O BNDES não precisa parar de emprestar para os grandes, mas as pequenas e médias empresas também têm o direito de crescer”, afirmou. Outra preocupação mencionada pelo representante dos pecuaristas se refere à falta de pagamento das indústrias em dificuldade financeira aos produtores pela comercialização do boi. Dessa forma, ele defendeu mecanismos que protejam o produtor nestas situações, como a criação de um seguro para o pecuarista.
A partir da criação do Consebov, destacou Antenor Nogueira, os elos da cadeia produtiva terão uma relação mais transparente para discutir pontos como a formação dos preços pagos ao produtor e a desoneração tributária. Ele disse, também, que há outras demandas que precisam ser debatidas entre os representantes da cadeia, como regras para a classificação de carcaças e a pesagem de animais, entre outros pontos. Ressaltou, ainda, que a cadeia produtiva deve olhar com mais atenção para o mercado interno, que consome mais de 80% da produção de carne.
Também participaram da audiência pública o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne Bovina (Abiec), Antônio Jorge Camardelli, o presidente do Grupo JBS, Wesley Mendonça, o presidente da Associação Brasileira dos Frigoríficos, Péricles Salazar, o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumo Honda, o presidente da Frente Nacional da Pecuária (Fenapec), Francisco Maia, o representante do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), Alexandre Lauri Henriksen, o chefe do Departamento de Agroindústria do BNDES, Jaldir Freire Lima, e o gerente do Departamento de Acompanhamento e Gestão da Carteira do BNDES, André Gustavo Teixeira Mendes.
Fonte: CNA, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
2 Comments
Há muito tempo que venho defendendo a união de todos os elos da cadeia produtiva. Por onde passo como convidado para palestras, debates e discussões, prego por esta necessidade absoluta de estarmos todos integrados em defesa dos nossos interesses comuns.
Finalmente, parece que a CNA agora “comprou a idéia”. Espero que não seja fogo de palha.A criação da FENAPEC ajudou a empurrar a maior entidade da produção primária do país. Parabéns ao Antenor Nogueira, FENAPEC e seus diretores.
“O remédio considerado mais eficaz contra a malignidade das crises é a união, a parceria, o associativismo e a cooperação. Isso multiplica e fortalece as ações solitárias, conseguindo-se resultados admiráveis. Seguindo esse raciocínio, é preciso estabelecemos as forças impulsoras, modernas, eficientes e sintonizadas com o presente contexto de um quadro de economia mais estável em um mundo globalizado e competitivo.”
“Para isso acontecer, torna-se necessária uma modernização no relacionamento entre produtores e frigoríficos. Não adiantam, mais, as brigas de ocasiões. A negociação deve ser ainda mais ampla com a participação de todos os integrantes da cadeia produtiva, inclusive o varejo.”
LEIA MAIS sobre o assunto no artigo, A CRISE E A OPORTUNIDADE DA PECUÁRIA DE CORTE, publicado aqui neste BeefPoint e que pode ser acessado no link adiante :
https://beefpoint.com.br/cadeia-produtiva/espaco-aberto/a-crise-e-a-oportunidade-da-pecuaria-de-corte-28377/