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CNA e Abiec criticam ações do Greenpeace e MP

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estuda entrar com uma ação judicial contra o Greenpeace em função de colocações da ONG a respeito do modo de produção de carne brasileira. Giannetti da Fonseca, da Abiec, salientou que, apesar da propaganda do Greenpeace, nenhum quilo de carne da Amazônia é exportada para a União Europeia. Não é vendida por causa de questões sanitárias, segundo o economista, e não por problemas ambientais. "Esta é uma má publicidade de ONGs, que dizem que praticamente todo o gado brasileiro é produzido na Amazônia. É uma mentira quando dizem que o gado brasileiro vem da Amazônia"

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estuda entrar com uma ação judicial contra o Greenpeace em função de colocações da ONG a respeito do modo de produção de carne brasileira. A afirmação foi feita, sem mais detalhes, pelo presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás, José Manoel Caixeta, durante audiência pública extraordinária na Comissão de Agricultura do Senado para discutir a situação dos frigoríficos.

De acordo com Caixeta, se for inviabilizada a produção em áreas consideradas como desmatadas, os custos de produção tendem a aumentar e o preço da carne deve subir, prejudicando os consumidores. “A produção será inviável. Ou chegará muito cara ao consumidor”, disse. O representante da CNA na audiência pública garantiu que os pecuaristas não querem agir na ilegalidade, mas afirmou que ações como a do Ministério Público em Estados produtores e ações constantes de ONGs preocupam o setor, que já vem sofrendo em função da situação de crise.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec), o economista Roberto Giannetti da Fonseca, fez duras críticas ao Ministério Público Federal e ao Greenpeace, durante audiência pública. “As informações em sites fazem parecer que eles (MP) e as ONGs são heróis, enquanto as empresas são as vilãs”, considerou. “É preciso que haja uma correção disciplinar, por parte do Senado, a esses fatos que ocorreram no Estado do Pará”, pediu.

O MP não enviou, porém, qualquer representante para a audiência pública. A alegação é de que estariam participando de um evento na Câmara. Durante sua explanação, o economista enfatizou que os 2,5 mil fornecedores do frigorífico Bertin não estão incluídos na listagem de propriedades embargadas pelo Ibama e nem pelo Ministério do Trabalho.

“Os fornecedores não cometeram crime e os clientes, acuados, disseram que não vão mais comprar carne do Estado do Pará. Mas que história é essa? Não se respeitam mais os direitos das empresas. Esses fatos são muito graves. Me assusta a irresponsabilidade com que o MP trata o caso”, criticou o presidente da Abiec.

Giannetti da Fonseca salientou que, apesar da propaganda do Greenpeace, nenhum quilo de carne da Amazônia é exportada para a União Europeia. Não é vendida por causa de questões sanitárias, segundo o economista, e não por problemas ambientais. “Esta é uma má publicidade de ONGs, que dizem que praticamente todo o gado brasileiro é produzido na Amazônia. É uma mentira quando dizem que o gado brasileiro vem da Amazônia”, defendeu. O presidente da Abiec destacou ainda que representantes do Greenpeace também não compareceram à audiência pública. Para ele, o MP agiu inspirado pelo Greenpeace e não de modo próprio.

Irritado com a ausência dos convidados, o senador Valter Pereira (PMDB-MS), presidente da comissão, afirmou que o MP deu demostração de que o órgão “não tem interesse” em debater e estaria agindo “ao arrepio da lei”. “A ação do MP é equivocada e não tem embasamento legal”, disse o senador Gilberto Goellner (DEM-MT). Os senadores decidiram realizar uma nova audiência pública, desta vez em Belém (PA), para debater o tema. Greenpeace e Ministério Público serão novamente convidados.

As informações são da Agência Estado e do Valor Econômico, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Paulo Cesar Bassan Goncalves disse:

    As questões levantadas pelo Green Peace devem ser consideradas com muita seriedade, pois envolvem geração de riquesa, desenvolvimento de uma grande região do país e a seriedade de todo um setor produtivo e não apenas daquela região. Os senhores do Green Peace devem provar o que dizem e não apenas deixar uma denúncia vazia no ar que vai ser útil apenas como ferramenta de manipulação do mercado para em seguida cair no esquecimento. As denúncias devem ser apuradas com seriedade e isenção e se forem infundadas os acusadores devem responder perante a lei. Os orgaos de classe e entidades do setor envolvidas direta ou indiretamente na questão tem que agir com a firmeza que o momento exige. Denuncismo vazio e demagógico não dá mais. Chega !!!

  2. Herne Moreira Alves disse:

    Essa irresponsabilidade do MP inspirado por “ONG´s” pode ocasionar uma crise sem precedentes no Estado do Pará. Estão colocando em risco muitas pessoas que dependem direta e indiretamente da pecuária e agricultura.