Presidentes dos 125 sindicatos rurais de Goiás reuniram-se ontem, na Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), para o lançamento do sistema de rastreabilidade e certificação de bovinos da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). O programa, que atende às exigências do Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov), será desenvolvido no Estado pela empresa gaúcha Planejar, que utilizará a estrutura sindical rural, constituída pela Faeg, sindicatos rurais e associações de produtores.
O coordenador do Fórum Nacional da Pecuária de Corte da CNA, Antenor Nogueira, explicou durante o encontro que o convênio firmado entre a confederação e a Planejar permitiu que se oferecesse ao pecuarista goiano uma alternativa de rastreamento de seus rebanhos a custos bastante acessíveis. Ele argumenta que a exigência da rastreabilidade é para o frigorífico exportador que, portanto, terá que se dispor a pagar melhor pelo boi rastreado e certificado.
Hoje, o Estado possui cerca de 19 milhões de cabeças do rebanho bovino de corte. O potencial de abate é de três milhões e 800 mil cabeças ao ano e as exportações de carne destinam-se na maior parte ao mercado europeu.
Custos
Para o produtor, de acordo com o presidente da Faeg, Macel Caixeta, o custo da rastreabilidade deve ficar entre R$ 2,50 e R$ 3,50 por cabeça, dependendo do tipo de identificação que adotar para seus animais: chip, brincos, tatuagem ou marca a fogo. Segundo ele, a identificação eletrônica é a mais cara e a marca a fogo a mais barata, mas em qualquer dos casos, sua opinião é de que o produtor não deve arcar com esses custos. “Vamos discutir a fundo essa questão com os frigoríficos, pois no nosso entendimento a rastreabilidade só tem sentido para o pecuarista agregar algum valor ao seu produto”, argumenta.
Barreira sanitária
Antenor Nogueira afirma que a rastreabilidade não deixa de ser uma barreira sanitária, já que o consumidor europeu exige carne que tenha origem. Ele diz que o novo sistema demanda um determinado tempo para ser cumprido e acredita que a implantação total deva acontecer até 2007.
Entretanto, ressalta a importância dos criadores vislumbrarem um preço diferenciado dos animais rastreados. “O produtor não pode simplesmente arcar com mais essa despesa sem que ganhe nada.” Na próxima terça-feira, dia 2 de julho, todos os frigoríficos exportadores se reunirão em Brasília com a CNA para discutir sobre o valor diferenciado da carne de animais rastreados.
Fonte: O Popular/GO e Diário da Manhã (por Lucielle Bernardes), adaptado por Equipe BeefPoint