O levantamento, feito a partir de dados do faturamento bruto de 25 produtos agropecuários, indica que o VBP do segmento pecuário, que inclui carnes, ovos e leite, deve crescer 6% para R$ 136,293 bilhões em 2012.
O aumento dos preços da maioria dos produtos agropecuários elevou para 11,2% a previsão de crescimento do Valor Bruto da Produção (VBP) da agropecuária em 2012, para R$ 367 bilhões, segundo projeções divulgadas nesta terça-feira (20/11) pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O levantamento, feito a partir de dados do faturamento bruto de 25 produtos agropecuários, indica que o VBP do segmento pecuário, que inclui carnes, ovos e leite, deve crescer 6% para R$ 136,293 bilhões em 2012.
O crescimento do VBP agrícola será maior: 14,5%, para R$ 230,804 bilhões. O desempenho da soja vai influenciar esse resultado, especialmente porque os preços da oleaginosa estão em patamares mais elevados que os registrados no ano passado. A CNA cita, ainda, o faturamento bruto obtido pelos produtores de milho. O VBP desse segmento deve crescer 40% em relação ao valor de 2011, de R$ 24,5 bilhões para R$ 34,3 bilhões.
O bom cenário para o milho é justificado pelo aumento das exportações brasileiras, que devem variar entre 18 e 19 milhões de toneladas em 2012, segundo a CNA. Os embarques nacionais foram estimulados pela seca que atingiu o centro produtor dos Estados Unidos, reduzindo a produção e o volume disponível para embarque.
O desempenho das vendas externas de milho é um dos fatores que justifica o crescimento de 11,8% nas exportações brasileiras no mês de outubro, quando os embarques de todos os produtos agropecuários brasileiros atingiram o recorde de US$ 9,6 bilhões. A CNA avaliou como positivo o desempenho do setor sucroalcooleiro no cenário externo.
PIB
O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro estimado pela CNA e pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, apresentou recuo de 0,11% em agosto, ampliando para 1,91% a queda acumulada no ano. O fraco desempenho do segmento industrial e seu reflexo sobre os serviços de distribuição explicam o resultado negativo do agronegócio nacional em 2012.
O efeito da seca nas plantações norte-americanas, paralelo às chuvas fora de época no Brasil e às dificuldades de produção na Rússia, já é sentido no preço internacional de diversos grãos, em especial milho, trigo e soja. Até junho, os preços dessas commodities seguiram sem grandes aumentos; a partir de então, o risco de redução dos estoques passou a se refletir em consecutivas altas de preço. De junho a agosto, o preço do milho no mercado interno subiu 38%, do trigo 13% e da soja 26%.
Para a pecuária, a aceleração no preço dos grãos resultou em aumento no custo das rações, que foi rapidamente repassado aos preços dos animais, em especial frango e suínos. Entre junho e agosto, o preço recebido pelo animal vivo subiu 60% no caso do frango e 49% no caso do suíno. Apesar de ainda não ter sofrido fortes altas, a expectativa para o boi gordo também é de preços em crescimento, pois muitos produtores estão desistindo do confinamento em função do aumento dos custos para alimentar os animais. Além disso, o clima mais seco e quente deixa as pastagens em condições ruins, retardando a engorda do boi e, consequentemente, restringindo a oferta do animal pronto para o abate.
Do lado da agroindústria, o cenário é preocupante. A indústria de processamento vegetal acumula queda de 4,73% e a de base animal, de 5,77%. O peso dos produtos asiáticos é sentido com forte intensidade pelas indústrias calçadista, têxtil e de vestuário. No caso do etanol e do açúcar, que também seguem em baixa, a menor produtividade da cana explica o desempenho negativo na produção, reduzindo, com isso, o faturamento das atividades industriais.
O PIB da cadeia agrícola decresceu 0,08% no mês, fazendo com que a queda acumulada no período chegasse a 2,72%. Entre os segmentos, os de Insumos e Primário em agosto apresentaram taxa de crescimento de 0,66% e de 0,48%, respectivamente. Com isso, os Insumos acumularam aumento de 0,12% e, no segmento primário, a queda acumulada reduziu para 1,47%. Fora da porteira, os segmentos Industrial e de Distribuição seguiram em retração, gerando ao final de agosto quedas acumuladas de 4,73% e de 2,31%, respectivamente.
Do lado da pecuária, o cenário mensal foi similar ao observado na cadeia agrícola, ou seja, aumento no mês de 0,28% nos segmentos de Insumos e Primário e queda na Indústria de 1,35% e na Distribuição de 0,50%. No acumulado do ano, os segmentos de Insumos mantiveram expansão 1,46% e no Primário o aumento foi de 2,50%. Já os segmentos Industrial e de Distribuição seguiram caminho oposto e acumularam queda ainda mais acentuada, taxa de 5,77% e 1,67%, respectivamente.
Fonte: CNA, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.