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CNA: produzir boi está cada vez mais caro

"Nunca foi tão caro produzir um boi no Brasil", disse o presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira. A valorização de 3,35% da arroba do boi no primeiro trimestre deste ano não foi suficiente para cobrir os custos de produção. De janeiro a março, o Custo Operacional Efetivo (COE) e o Custo Operacional Total (COT) variaram 13,3% e 10,6%, respectivamente.

A valorização de 3,35% da arroba do boi no primeiro trimestre deste ano não foi suficiente para cobrir os custos de produção. De janeiro a março, o Custo Operacional Efetivo (COE) e o Custo Operacional Total (COT) variaram 13,3% e 10,6%, respectivamente.

“Nunca foi tão caro produzir um boi no Brasil”, disse o presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira. Segundo os Ativos da Pecuária de Corte, divulgados ontem pela CNA e Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo, a elevação do COE em março foi de 5,07%, enquanto o COT registrou alta de 4,04%, mantendo o ritmo de alta dos custos de produção verificado nos dois primeiros meses do ano.

Para Nogueira, um dos fatores da elevação dos custos é a alta nos preços do suplemento mineral usado na alimentação do rebanho, de 8,57% em março, acumulando 48,25% no ano. Conforme os dados dos Ativos da Pecuária de Corte, este item representou 18,42% dos custos totais da pecuária no trimestre. “Está cada vez mais difícil engordar boi no Brasil por causa dos aumentos abusivos dos insumos”, destacou.

De março de 2003 a fevereiro deste ano há ainda uma defasagem de mais de 30% dos custos de produção em relação à valorização da arroba. Enquanto o COT subiu 63,19%, a arroba teve valorização de 27,22%. “Esse aumento excessivo impacta diretamente no custo do pecuarista”, explicou Nogueira.

Outro fator que tem impactado nos custos de produção é a reposição do rebanho diante da valorização do bezerro e das fêmeas. Conforme os Ativos, a baixa oferta de bezerros elevou em 5,6% os preços de reposição em março. “O aumento do preço da arroba se torna nulo se colocarmos no papel os custos de produção. Não há motivos para comemorar, mas para se preocupar”, alertou o presidente do Fórum, prevendo o agravamento do cenário caso o governo não tome providências.

O levantamento aponta também para o reajuste do salário mínimo como outro item que contribuiu para o aumento dos custos de produção nos dez estados pesquisados. Em São Paulo a variação foi de 1,22%, passando de R$ 410,00 para R$ 415,00, enquanto nos demais a elevação foi de 9,21%. Já os adubos e corretivos tiveram elevação de 3,6% em março.

As informações são da CNA.

0 Comments

  1. Michel Caro disse:

    Boa análise, que merece bastante projeção na midia!

  2. Vicente Romulo Carvalho disse:

    Michel Caro, sua sugestão jamais será aceita, a verdade, nem sempre, dá Ibope, notadamente com relação ao setor produtivo rural.

  3. Adimar Leonel Souto disse:

    Muito oportuno este esclarecimento, visto que a maioria das informações sempre coloca os produtos agropecuarios como bode espiatório para todas as dificuldades do gênero, não levando em consideração de que se colocarmos na ponta do lapis na verdade os produtores estão é estreitando cada vez mais as suas margens e consequentemente perdendo poder aquisitivo.

    Parabéns e precisamos de mais pessoas com visão lógica da situação para que o relacionamento produção x industrialização x consumo encontre o ponto de equilibrio.

    Saudações.