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CNA quer que ministério seja mais duro com greve

O presidente da CNA, Antônio Ernesto de Salvo, pediu providências enérgicas ao ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, em relação à greve dos fiscais sanitários, que está paralisando a liberação dos embarques nos portos e impedindo o trânsito de animais e de produtos agrícolas perecíveis. “Este prejuízo não se reverte”, alertou. O ministro informou que retomaria os entendimentos com representantes do setor.

Para Ernesto de Salvo, “o governo tem que ser duro ao tratar do assunto. A lei de greve tem que ter limites quando se trata de um serviço essencial como a fiscalização sanitária dos produtos agropecuários”. Segundo ele, “é preciso desfazer este nó político, pois estão usando politicamente um serviço essencial de extrema importância para a atividade agropecuária brasileira”.

O presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da CNA, Antenor Nogueira, afirmou que a paralisação ocorre em momento extremamente inoportuno. Ele destacou que o atual momento exige que Brasil concentre esforços na reabertura de mercados internacionais para a carne bovina, depois da detecção de casos de febre aftosa em gado de Mato Grosso do Sul. A greve dos fiscais, dentro desse contexto, é mais um fator negativo nesse processo de reconquista das exportações.

O chefe do Departamento Econômico (Decon) da CNA, Getúlio Pernambuco, calculou que cada dia de greve dos fiscais sanitários representa perda de US$ 120 milhões. “Esse é o valor dos produtos do agronegócio que o Brasil deixa de exportar diariamente”, disse. Pernambuco ressaltou que a greve dos fiscais em portos e aeroportos paralisa não apenas as exportações como também as importações de produtos de origem animal e vegetal que precisam de aval da defesa sanitária para ingressar ou sair do país. Há perdas, portanto, não apenas nas remessas do agronegócio, mas em todo o fluxo comercial de produtos agrícolas.

No caso de produtos perecíveis, como carnes, a impossibilidade de exportar gera prejuízos ainda maiores porque aumenta os custos de estocagem. “Há custo adicional para manter em operação os contêineres refrigerados e os navios parados nos portos”, ressaltou o chefe do Decon. A multa por aumento do tempo de permanência de um navio em um cais, chamado demurrage, varia de US$ 45 mil a US$ 75 mil por dia. “Isso significa prejuízo às exportações e descumprimento de cláusulas contratuais, uma vez que operações comerciais que haviam sido firmadas não estão sendo concluídas, ou seja, os produtos não estão sendo entregues”, concluiu.

Fonte: CNA (por Otília Rieth Goulart), adaptado por Equipe BeefPoint

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