O presidente do Fórum Nacional de Pecuária de Corte da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, e o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Inácio Kroetz, irão visitar propriedades produtoras de gado bovino na Espanha. A viagem será realizada para entender como funciona o sistema de rastreabilidade dos animais nas propriedades européias.
O presidente do Fórum Nacional de Pecuária de Corte da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, e o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Inácio Kroetz, irão visitar propriedades produtoras de gado bovino na Espanha. A viagem será realizada para entender como funciona o sistema de rastreabilidade dos animais nas propriedades européias. “Vamos olhar a rastreabilidade européia. Ninguém sabe como funciona”, afirmou Nogueira.
“Brasil tem de adotar os mesmos critérios que são adotados por lá [na Europa]”, diz o dirigente da CNA.
Segundo o jornal Valor Econômico, desde antes da decisão dos europeus em habilitar fazendas aptas a exportar ao bloco, Nogueira já defendia que o governo brasileiro tratasse a UE da mesma forma que o bloco tem tratado o Brasil.
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É sempre boa a evolução do conhecimento, sobretudo partindo do Brasil, que emerge como potência na produção e comercialização de carne bovina, suína e de aves, num país de primeiro mundo como a Espanha, que também está em fase de crescimento com a unificação européia.
A Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), instituição responsável pela criação do Fórum Nacional de Pecuária, tem dado a sua contribuição pela melhoria de qualidade do rebanho brasileiro, recomendando a vacinação periódica contra as zoonoses, entre elas a febre aftosa.
A CNA e as Federações de Agricultura e Pecuária dos Estados onde a pecuária de corte e de leite tem peso econômico e social foram as primeiras a sair da toca recomendando a imunização do gado aos criadores, muitos resistentes a princípio pelo comodismo de uns e porque teria que enfiar a mão no bolso de outros.
Estas entidades não se entregaram, fazendo ver a cada produtor que por falta de vacinação, os prejuízos financeiros viriam. Elas pressentiram, graças à sua visão do negócio, que todos tinham que atuar numa ação comum. Qualquer pé em falso, poderia por a perder todo um trabalho.
Não deu outra. Um foco de aftosa aqui e outro ali e a União Européia, onde o consumidor é mais exigente e com inteira razão, embargou a comercialização de carne bovina brasileira. Foi um Deus nos acuda. A OIE , com sede em Paris, concordou com o sinal vermelho.
Nova luta. A CNA, com a figura do Antenor Nogueira à frente, faz nova peregrinação, mostrando aos pecuaristas que a vacinação tinha que ser cumprida à risca.
Os europeus que não são bobo nem nada, famintos de proteína animal, concordaram com o sinal amarelo em vez do vermelho aos brasileiros. Mas, impuseram visitações da OIE (Organização Internacional de Epizootias) aos criatórios nacionais e ainda foram além. Impuseram o brinco na orelha dos animais e o monitoramento do rebanho.
O pecuarista – como qualquer outra atividade econômica humana – tem que focar no consumidor final. Nada de malandragem. O comprador faz jogo duro e a tendência é exigir sempre mais. Afinal, o mundo está globalizado. As informações chegam em questão de segundos.
Não se pode fazer negócios sérios como se fosse uma brincadeira. Um negócio errado pode significar a perda do mercado e sua recuperação é mais trabalhalosa, porque envolve a credibilidade. Por isso, a palavra é um valor intrinsico.
E a missão da CNA à Espanha tem a sua importância, por se tratar da busca de novos conhecimentos ou a reafirmação dos nossos conhecimentos.
Lí a notícia, e fiquei sem saber se é para rir ou para chorar. Quer dizer então que ninguém sabe como funciona a rastreabilidade na UE? Então seria esta a razão da rastreabilidade não funcionar no Brasil?
Como é possível impingirem um sistema de rastreabilidade, que na prática, nunca viram funcionar. Se não estão nos tratando como cobaias, a notícia desta viajem é mais uma justificativa para um trem da alegria.
Fazemos votos de que a CNA leve na comitiva seu assessor técnico Paulo Mustefaga. Na audiência pública, sobre o Sisbov, em 13 de dezembro passado, na Câmara Federal, cuja íntegra pode ser ouvida em,
http://imagem.camara.gov.br/internet/audio/Resultado.asp?txtCodigo=00011351
Vimos Mustefaga ser mandado às feras. Seus superiores sumiram. Em sua primeira intervenção repetiu o argumento, pífio, que vem sendo repetido pela CNA sempre que ela é cobrada pelo fato de que foi a principal interlocutora, da parte dos pecuaristas, quando o Sisbov foi imposto à nossa classe goela abaixo.
O argumento, ridículo e indefensável, é que o Sisbov é facultativo. Como ele é uma pessoa inteligente, um técnico capacitado, não resistiu quando foi confrontado pelo Deputado Ronaldo Caiado, que lhe fez ver novamente (e ele não é bobo, claro que sabe disso) que, com as regras anteriores o frigorífico exportador simplesmente podia se recusar a comprar bois não rastreados. Agora, com as novas regras, suspeitíssimas, eles estão muito mais tranqüilos, porque são obrigados a recusar-se a comprar boi sem brinco.
Pois bem, eu havia dito que Mustefaga resolveu abrir-se, e o fez com muita categoria em suas considerações finais. Vai aqui a transcrição:
“O Ministério da Agricultura não pode assumir compromissos em nome da cadeia produtiva que não sejam exeqüíveis, que não possam ser cumpridos. Nós vimos aí no passado coisas absurdas que foram cometidas quando o Sisbov foi implantado, e as coisas não tinham a menor transparência. Dizia-se na época, as pessoas que estavam coordenando este sistema, que se tratava simplesmente de exigências da União Européia, e que o Brasil tinha duas opções: ou cumpria, ou não exportava para a União Européia. Nós brigamos, participamos de debates, de grupos de trabalho dentro do Ministério da Agricultura, onde ficou claro que isso tudo não passava de mentira, que não existia esta questão de que a União Européia impunha e nós tínhamos que cumprir, ou cumpria ou não exportava. Estivemos na União Européia e ficou claro, os europeus colocaram que na verdade eles não impunham nenhum sistema de rastreabilidade, eles impunham as condições de qualidade para a compra de carne. Quem tinha que definir o sistema, quem tinha que oferecer as garantias, era o Brasil. Então esta mentira foi desmascarada.”