Em maio do ano passado, o preço médio pago pela carne in natura brasileira era de US$ 1.647 por tonelada. Em maio deste ano, o valor médio pago pela mesma tonelada é de US$ 2.249. Houve, portanto, uma evolução de 36,5% nos preços médios de exportação. E ainda há espaço para maior recuperação de preços, alerta o presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, lembrando que em 2000 a tonelada da carne chegou a ser negociada por US$ 2,7 mil.
Com base nos preços médios que agora estão em vigor e nos resultados de exportação já acumulados, Nogueira projeta que o Brasil irá exportar cerca de 1,5 milhão de toneladas de carne bovina em 2004, obtendo receita de pelo menos US$ 2 bilhões. No ano passado, as exportações do setor somaram 1,3 milhão de toneladas, com faturamento de US$ 1,5 bilhão. No acumulado de 12 meses encerrado em maio deste ano, o País já registrou faturamento de US$ 1,842 bilhão com as exportações de carne bovina, o que indica crescimento de 52% na comparação com os US$ 1,205 bilhão registrados com as remessas do setor realizadas entre junho de 2002 e maio de 2003.
A decisão da Rússia de suspender as compras de carne bovina brasileira, depois da descoberta de foco de febre aftosa em Monte Alegre (PA), não deverá afetar a projeção de crescimento das exportações brasileiras de carne em 2004. “Esse foco de aftosa foi registrado em região que fica fora da zona livre da doença, portanto que não produz carne para exportação. Além disso, o Brasil já está prestando informações ao governo russo”, disse, certo de que o impasse será logo solucionado. A decisão da Argentina de suspender a importação de animais e produtos de origem animal do Brasil foi equivocada, avalia Nogueira. “Essa medida, desprovida de base científica, prejudica a imagem da região e dificulta as negociações do Mercosul na conquista de novos mercados”, afirma Nogueira.
Apesar dos bons resultados de exportação, o produtor rural enfrenta queda de renda, no campo. O estudo Indicadores Pecuários, da CNA e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Cepea/Esalq-USP) apurou aumento de 2,5% dos custos de produção de janeiro a maio, enquanto que o preço pago pela arroba do boi caiu 3,82% no período. Apenas a suplementação mineral, item que representa 11% dos custos da pecuária de corte, subiu 5% desde janeiro.
Fonte: CNA (Ayr Aliski), adaptado por Equipe BeefPoint