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Código florestal: reunião foi palco de forte discussão

A primeira reunião da comissão especial do novo Código Florestal foi realizada ontem (29), com a presença da bancada ruralista e parlamentares ambientalistas. A reunião foi marcada por várias discussões e gritarias entre os envolvidos.

A primeira reunião da comissão especial do novo Código Florestal foi realizada ontem (29), com a presença da bancada ruralista e parlamentares ambientalistas. A reunião foi marcada por várias discussões e gritarias entre os envolvidos.

Os ambientalistas protestaram contra a formação da chapa que conduzirá os debates sobre a revisão das regras ambientais do país. Com o aval do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), os ruralistas incluíram o deputado Sarney Filho (PV-MA) como 1º presidente da comissão. O líder dos “verdes”, Edson Duarte (BA), rejeitou qualquer acordo para legitimar a direção dos trabalhos. “Todo mundo já sabe o que se quer aprovar aqui. E não vamos participar desse teatro”, gritou. “Não fiz acordo com ninguém, não indiquei ninguém, e o deputado Sarney também não concordou com isso”.

Os ruralistas defenderam a suspensão da sessão de instalação. “Vamos ter calma, buscar o acordo”, pregou Waldemir Moka (PMDB-MS). Mesmo assim, a manobra foi interpretada pelos ambientalistas como uma forma de “tratorar” a oposição à revisão do Código Florestal. Na prática, o embate reproduziu as divergências inconciliáveis dentro do governo entre os ministros Carlos Minc (Meio Ambiente) e Reinhold Stephanes (Agricultura).

Os ambientalistas ficaram irados por causa do impasse, e montaram uma “blitz” com parlamentares de esquerda ligados a movimentos sociais para questionar a decisão. Sob pressão dos ruralistas, o presidente da reunião, Valdir Colatto (PMDB-SC), decidiu encerrar a sessão.

A nova manobra desatou protestos e acirrou os ânimos dos dois lados. Sob ameaças de “denúncia internacional” da manobra pelos ambientalistas, os ruralistas reagiram afirmando que as indicações dos nomes da chapa foram feitas em reunião prévia dos líderes com o presidente Michel Temer. Aos gritos, Genoino esbravejou e passou a acusar os ruralistas de “golpe” na comissão. “Aqui, não é um fazendão. Vocês não estão tratando com boi”, gritou. O deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS) levantou e passou a insultar Genoino: “Sem vergonha. Querem vender o Brasil para essas ONGs internacionais”. Sob os holofotes, e aos berros, Genoino retrucou: “Aqui não passa trator. Os líderes não foram ouvidos. É bom para a imprensa registrar”. O tumulto contagiou todos os 20 deputados presentes. “Você chegou agora”, berrou Marcos Montes (DEM-MG) para Valente. “Esse presidente interino cassou a palavra de um líder”, retrucou o líder do PSOL. “Ele se exaltou para aparecer na TV. A minoria tem que respeitar a maioria”, gritou Valdir Colatto.

A reportagem é de Mauro Zanatta, para o jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.

0 Comments

  1. Jucelino dos Reis disse:

    Os comunas nunca criaram uma galinha. Entretanto, querem legislar em assuntos que não têm o menor conhecimento. O quê esses comunas sabem sobre as áreas acidentadas de MG, PR, SC e RS , onde se localizam milhares de propriedades, que conforme a lei atual ficariam completamente inviabilizadas ?, em razão dos aclives acima de 45%, topos de morro, várzeas, fundos de vale, matas ciliares, reserva legal. No Oeste catarinense não sobra 10% das propriedades. No Rio Grande do Sul, toda a zona arrozeira terá de ser abandonada, pois a rigor toda a região é varzea. Esses deputados não têm o direito de legislar sobre assuntos que desconhecem. A rigor, a legislação ambiental deveria obedecer critérios municipais, posto que as diferenças são gritantes de um município para outro.
    Penso que nós produtores temos que nos mobilizar, no sentido de pressionar os deputados a serem no mínimo coerentes.

  2. Luciano Andrade Gouveia Vilela disse:

    Reformular essa antiguidade de forma inteligente e técnica é a única forma da produção agropecuária continuar existinto. Caso contrário feche as porteiras e é o fim da produção. Ninguém aguenta mais tanto papel, tanta burcracia, e muitas vezes antagônicas. É preciso lembrar que qualquer nova regra, e mesmo a atual, deve reger o sistema produtivo independente do viéz político do produtor, se representado pela bancada ruralista ou pelos ” movimentos sociais”. Estou dizendo isso por que aqui em Araguatins TO que tem mais de 20 projetos de assentamentos, e eles põe fogo a todo instante, nesta época do ano, criando um ambiente de terror. Consultando o Naturatins observamos que são irrizórios os pedidos de licensa para tal fim. A lei que já existe e estamos todos vendo que precisa melhorar, não está sendo aplicada com isonomia. Se não tem condições de ser aplicada, não deveria existir; se não está sendo aplicada por benesse política os responsáveis deviam ser responsabilizados, demitidos, e se políticos, cassados por facilitar o não cumprimento da lei.
    É melhor que eles briguem agora lá em Brasilia do que nós passemos a brigar aqui no Brasil Real.
    Abraços a todos

  3. Paulo Cesar Bassan Goncalves disse:

    A mesma “lógica e razão” que pautou esta reunião vem pautando as discussões sobre meio ambiente no Brasil há mais de 10 anos. Quando vai ficar mais séria?

  4. Reinaldo Bassan Gonçalves disse:

    Apesar de serem milhões, os produtores rurais não tem a força necessária para se defender frente ao atual terrorismo ecológico sustentado por um Código Florestal antigo e inexequível, que necessita ser adequado à realidade para ser respeitado.
    Será que é tão difícil para os chamados “ambientalistas” entenderem que se o atual Código Florestal for cumprido à risca, a produção agrícola vai despencar, acarretando desabastecimento e inflação? Que o povo brasileiro vai ser prejudicado?
    Matoé importante, mas não enche barriga.

  5. sergio luis f. nave disse:

    caros amigos na verdade aqui só funciona sob pressão,e se o produtor rural não tomar conciencia de sua força,e não se unir, vai perder mais uma.Mas vamos lembrar a bancada RURALISTA que quem os colaca lá são os produtores rurais e não essa cambada de ambientalista, que estão querendo entregar o pais a essas ong”s e a verdade é só uma o brasileiro está comprando essa idéia e quando acordarmos pode ser tarde de mais