“A Rússia liberou as exportações de seis frigoríficos de carne bovina do Brasil, sendo assim há grandes chances de neutralização dos impactos do embargo imposto pelos russos a outros nove frigoríficos em 2 de outubro”, afirmou ontem o diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne Bovina (Abiec), Fernando Sampaio.
Agora o Brasil conta com 19 frigoríficos liberados para exportar para a Rússia. Segundo Sampaio, esse número é suficiente para manter o nível mensal dos embarques para a Rússia em torno de 30 mil toneladas, visto que sem essas unidades, o desafio dos frigoríficos seria maior.
A decisão dos russos de liberar mais unidades do Brasil é um indicativo de que o veto a outros nove frigoríficos, iniciado em 2 de julho, não teve motivação comercial, como costumeiramente se alega em relação às constantes restrições impostas pelos russos.
Vale ressaltar que a Rússia, realmente tem uma preocupação com a ractopamina – promotor de crescimento de bovinos e suínos, proibido pelos russos e que atualmente tem o registro suspenso no Brasil, mas que já teve resíduos detectados em lotes exportados para a Rússia.
Adicionalmente, a liberação dos seis frigoríficos confirma, ainda, a tese de que a Rússia precisa de carne brasileira neste momento, em que fornecedores como EUA e União Europeia sofrem com restrições de oferta e dificuldades de cumprir a cota de exportação de 60 mil toneladas para a Rússia.
Nesse contexto, as exportações para os russos avançam. Em setembro, o Brasil exportou 31 mil toneladas de carne bovina para a Rússia, que foi o maior importador da carne brasileira no mês passado. No acumulado do ano, a Rússia importou 240 mil toneladas, alta de 13%.
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Fonte: Jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.