Nesta semana a oferta de animais para abates continuou reduzida e os frigoríficos ainda não conseguiram alongar suas escalas. Assim os preços da arroba subiram novamente. Em São Paulo, poucos negócios são fechados e os frigoríficos paulistas estão recorrendo às compras em outros estados, principalmente no MS. O indicador a prazo teve alta de 2,22% na semana, sendo cotado a R$ 81,55/@.
Nesta semana a oferta de animais para abates continuou reduzida e os frigoríficos ainda não conseguiram alongar suas escalas. Assim os preços da arroba subiram e os compradores estão tendo que trabalhar duro para adquirindo animais, que em muitos caso estão vindo de mais longe do que o de costume.
O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 80,55/@, na última quarta-feira, com variação positiva de 1,74% na semana. O indicador a prazo teve alta de 2,22% no período analisado – de 17/03 a 24/03 -, sendo cotado a R$ 81,55/@.
Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio
Na semana o dólar comercial compra (PTAX) vou a se valorizar (+1,50%), terminando a quarta-feira (24/03) valendo R$ 1,7896. Segundo o InfoMoney, na tarde de ontem, o dólar comercial consolidou sua movimentação positiva, acentuando seus ganhos à medida que se aproximava de seu fechamento.
Contrariando o clima de otimismo visto na véspera, os mercados mostraram-se apreensivos diante dos acontecimentos envolvendo a Europa e dos indicadores econômicos divulgados na economia norte-americana, contribuindo para a busca dos investidores por ativos com menor exposição ao risco, como o dólar.
O presidente Lula disse no Itamaraty que conversará apenas na semana que vem com o atual presidente do BC, Henrique Meirelles, sobre sua possível saída do cargo para disputar as eleições. Durante a entrevista, Lula disse que está nas mãos de Meirelles a decisão de sair ou não do cargo máximo do Banco Central. “Não sei se ele quer ser candidato”, disse o presidente.
Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista, em R$ e US$
As ofertas continuaram curtas durante a semana, gerando dificuldade para os compradores completarem suas escalas, que continuam curtas na maioria das regiões pecuárias do país. Em São Paulo, poucos negócios são fechados e os frigoríficos paulistas estão recorrendo às compras em outros estados, principalmente no MS, onde a oferta é um pouco melhor e os preços também subiram durante a semana.
Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a histórica diferença de preços entre o boi gordo e a vaca gorda, em Mato Grosso, sofreu drástica redução nos últimos anos. De acordo com estatísticas do instituto, a diferença, que era de 21% há quatro anos em favor do boi, despencou para 6%.
Em 2006, a arroba do boi era cotada a R$ 46,69 (preço médio de 2006) e, a da vaca, R$ 38,62. Atualmente, o boi custa R$ 70,62/@ (média de março) e, a vaca, R$ 66,50/@. Ou seja, nesse período a vaca gorda teve uma valorização bem maior (72,19%) em relação à cotação do boi, que avançou 51,25%.
“Desde o segundo trimestre de 2008 observamos uma alta significativa no preço da arroba, acompanhada por uma forte queda na taxa de abate de fêmeas, que passou dos valores acima de 45% entre os anos de 2004 e 2006 para valores abaixo de 38% a partir de 2008”, diz relatório do Imea. “Enquanto o abate de fêmeas estava acima dos 45%, a diferença entre machos e fêmeas era de mais de 14% e após a alta dos preços de 2008, essa diferença caiu para menos de 9%”.
Na avaliação dos pecuaristas, e valorização da vaca gorda se deve à maior procura por parte dos frigoríficos. Segundo o diretor executivo da Associação dos Proprietários Rurais de Mato Grosso (APR/MT), Paulo Resende, a cotação da arroba da vaca gorda aumentou por conta de um maior interesse por este tipo de “mercadoria”. Resende diz que para o produtor é bom, porém “deve-se tomar cuidado para que não ocorra um desequilíbrio e, no futuro, ele tenha falta de fêmeas em seu rebanho e consequentemente de bezerros”.
O leitor do BeefPoint, Renato Aurelio Freitas dos Santos, de Fernandópolis/SP, informou através do formulário de cotações do BeefPoint que na sua região o boi gordo está sendo negociado a R$ 79,00/@, com pagamento em 30 dias.
Fabio Fernandes Alves Ferreira, de Aparecida do Taboado/MS, comentou que ofertas são pequenas e o mercado da carne está péssimo. Ele informou que na fronteira do MS com SP, os compradores estão ofertando R$ 73,00 pela arroba do boi gordo para pagamento à vista.
De Teófilo Otoni/MG, Arnoldo Tomich Laender, comentou que a cotação do boi gordo está em R$ 70,00/@ e a vaca gorda está valendo R$ 66,00/@, ambas com 28 de dias de prazo.
Roberto Junqueira Filho, de Jaíba, no norte de Minas, informou através do formulário de cotações do BeefPoint que na sua região a arroba do boi gordo também é cotada a R$ 70,00/@.
Como está o mercado na sua região? Utilize o formulário para troca de informações sobre o mercado do boi gordo e reposição – uma iniciativa do BeefPoint em parceria com a Bayer – para informar preços e o que está acontecendo no mercado de sua região.
A exemplo do mercado físico, a BM&FBovespa também registrou alta durante a semana, com todos os vencimentos apresentando variação positiva. Março/10 fechou a R$ 80,63/@ na última quarta-feira, com valorização de R$ 1,49. Os contratos que vencem em maio/10 tiveram alta de R$ 1,89, fechando a R$ 80,03/@. Outubro/10 – considerado o contrato de boi gordo mais importante, por se tratar do pico da entressafra -, acumulou variação positiva de R$ 0,97, fechando a R$ 85,91/@ no último pregão.
Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 17/03/10 e 24/03/10
Segundo o Boletim Intercarnes, o mercado da carne basicamente inalterado de como iniciou a semana. A procura segue lenta e abaixo da regularidade, mantendo certo equilíbrio, pois ofertas efetivamente não evoluíram. A tendência para a próxima semana é de manutenção dos preços, já que a procura não deve apresentar reação de imediato, pois estamos nos aproximando do final do mês e da Semana Santa, quando normalmente o consumo de carne bovina é reduzido.
No atacado paulista, o traseiro foi cotado a R$ 6,20, o dianteiro a R$ 4,30 e a ponta de agulha a R$ 3,90. O equivalente físico foi calculado em R$ 77,40/@, com valorização de 2,24% na semana. O spread (diferença) entre indicador de boi gordo e equivalente está em R$ 3,15/@.
Tabela 2. Atacado da carne bovina
Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico
Na reposição, o indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 666,83/cabeça, com variação positiva de 2,31% na semana. Este valor é 10,91% superior ao levantado no mesmo período do mês passado, em 24 de fevereiro o indicador foi cotado a R$ 601,21/cabeça.
A relação de troca voltou a recuar ficando em 1:1,99. Clique aqui para ler mais sobre o mercado de reposição.
Adidos agrícolas irão trabalhar para abrir novos mercados
Neste semana está terminando o treinamento dos adidos agrícolas que irão assumir os postos nas embaixadas dos Estados Unidos, Japão, União Europeia (Bélgica), Rússia, Suíça (OMC), Argentina, China e África do Sul.
“Desde fevereiro, esses profissionais têm recebido formação específica para atuar na promoção e defesa do agronegócio nacional. Agora, estão conhecendo empresas, associações de produtores e indústrias representativas, no interior de São Paulo, como complemento aos cursos já realizados nos ministérios da Agricultura e das Relações Exteriores”, explica a coordenadora-geral de Articulação da Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Eliana Martins Ferreira, que participou da elaboração das regras de seleção e acompanha a viagem dos adidos.
“A abertura de mercados que estão fechados por questões sanitárias exige muita diplomacia e insistência. Essa é a grande vantagem de ter um adido agrícola. Ele estará lá (no exterior) o tempo todo para cuidar dessa agenda”, afirmou o secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Celio Porto. “O diálogo direto com as autoridades locais, até para esclarecer questionamentos de rotina, é muito importante”, acrescentou.
Segundo Celio Porto, a principal recomendação dos exportadores de carne bovina, é para que trabalhem pela abertura de mercados relevantes e que hoje estão fechados ao País. O principal deles é o Japão, que importou o equivalente a US$ 6 bilhões em carne bovina e suína em 2008 – mas nada procedente do Brasil, por conta de restrições sanitárias. Os Estados Unidos, que compraram US$ 3,5 bilhões em carnes do exterior no mesmo ano, apresentam o mesmo argumento para não importar produtos brasileiros. “México, Coreia do Sul e Canadá também são mercados acima de US$ 1 bilhão fechados em razão da ocorrência de febre aftosa no País em 2005”, afirmou Porto.
O papel dos adidos, segundo ele, será insistir para que esses países reconheçam o status brasileiro de livre de febre aftosa com vacinação, confirmado pela Organização Mundial de Saúde Animal. “Como essas nações fazem parte da Organização, têm de reconhecer o status sanitário brasileiro”, disse. De acordo com Porto, esse processo está “bem avançado” com os Estados Unidos, que devem reconhecer apenas Santa Catarina, que tem o status livre de aftosa sem vacinação, e com a Coreia do Sul.
O médico veterinário Esequiel Liuson, designado para o posto na embaixada chinesa explica que a China é um mercado muito interessante para os diversos setores produtivos, principalmente pela totalidade de seus habitantes: um quinto da população mundial. “À medida que o consumo interno de um determinado alimento cresce entre os chineses, sem dúvida, gera demanda para outros países”, avalia. O futuro adido agrícola acredita que a carne bovina é uma oportunidade de aumento das exportações brasileiras para a China. “Embora o processo de habilitação de frigoríficos seja lento, como adido, poderei identificar os pontos que dificultam essas exportações e, com certeza, melhorar as condições para que o Brasil alcance melhor este mercado”, afirma Liuson, que fala fluentemente o mandarim.
Quatro Marcos
Durante a 7ª Assembléia Geral dos Credores do frigorífico Quatro Marcos, realizada ontem, foi aprovado o Plano de Recuperação Judicial da empresa.
“A proposta aprovada para os pecuaristas melhorou um pouquinho. A dívida será paga em 12 parcelas, sendo a primeira daqui a 30 dias, com correção pela taxa Selic a partir de novembro de 2009, e não depois de 30 dias da homologação dessa última AGC, como previa a última proposta do frigorífico”, explicou o assessor jurídico da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Armando Biancardini Candia. Ele ressalta que “agora temos que acompanhar o pagamento dessas parcelas e torcer para que o acordo seja cumprido, pois no caso disso não acontecer, o pedido de falência será feito”.
Para o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, “o acordo não era o esperado, mas diante de tantas idas e vindas, conseguimos avançar e o possível foi feito. Lutamos pelo pagamento da correção a partir de 6 de fevereiro de 2009, pois é justo que o produtor receba pelo dinheiro que ficou parado nas contas do frigorífico, mas não deu”. Fazendo uma análise desse mais de um ano de espera, Vacari diz que “tomara que Quatro Marcos tenha aprendido com os erros cometidos no passado recente, caso queira voltar ao mercado, pois do jeito que tratou os pecuaristas nesse processo judicial, não dá para continuar”.
A dívida do Quatro Marcos é de R$ 427.869.332,67. Os pecuaristas têm um crédito de R$ 35,7 milhões para receber desse montante.
JBS volta às compras
A JBS S.A. emitiu um comunicado na sexta-feira passada informando que que firmou um acordo para aquisição da Companhia Rockdale Beef na Austrália.
Rockdale Beef possui uma operação de carne bovina integrada através de fazendas, confinamentos, fábrica de ração e frigorífico. Situada em New south Wales, Austrália, a Companhia possui uma capacidade de abate de 200.000 bois/ano combinada com uma capacidade de confinar mais de 50.000 bois simultaneamente.
O comunicado assinado pelo Diretor de Relações com Investidores, Jeremiah O´Callaghan, ressalta que a conclusão da operação está sujeita à aprovação pelas autoridades competentes, incluindo órgão anti-trust da Austrália e o Conselho de Administração da Companhia.
Pecuária mais inteligente – não menos pecuária – é igual a menos calor
Reduzir o consumo de carne não traz efeitos positivos na luta contra o aquecimento global, afirmou o especialista em clima da Frank Mitloehner, da Universidade da Califórnia, em Davis. “Quem sustenta essa teoria desvia a atenção da sociedade das verdadeiras causas das mudanças climáticas”, disse, referindo-se à campanha liderada pelo ex-Beatle Paul McCartney, que sugere a adoção de hábitos vegetarianos.
Mitloehner contestou dados das Nações Unidas que mostram que os rebanhos bovinos são responsáveis por 18% das emissões de CO2 na atmosfera. “Produzir menos carne e leite só levará mais fome aos países pobres”, disse.
Algumas figuras centrais no debate sobre mudanças climáticas – como o diretor do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), Rajendra Pachauri – têm citado o índice de 18% produzido pelo relatório de 2006 como um motivo para as pessoas reduzirem seu consumo de carne.
O relatório de 2006 – intitulado A Grande Sombra do Gado, publicado pela FAO, a agência da ONU para alimentação e agricultura – chegou ao índice de 18% somando todas as emissões de gases nocivos ao ambiente associados à produção de carne, desde a fazenda até a mesa. Isso inclui a produção de fertilizantes, técnicas para abrir campos, emissões de metano da digestão dos animais e uso de veículos em fazendas.
No entanto, o professor Mitloehner afirma que os autores do relatório não calcularam as emissões do setor de transporte da mesma forma, se limitando a usar dados do IPCC que só incluem queima de combustíveis fósseis. “Essa ´análise´ tendenciosa é uma clássica comparação de ´maçãs com laranjas´, que realmente confundiu o assunto”, disse ele.
Um dos autores do relatório da FAO, Pierre Gerber, disse à BBC que aceita a crítica feita por Mitloehner.
“Eu tenho que dizer que, sinceramente, ele tem razão em um ponto – nós analisamos tudo na produção de carne, e não fizemos a mesma coisa com transporte”, disse ele. “Mas o resto do relatório eu creio que não foi realmente contestado.”
A FAO está preparando agora uma análise mais abrangente de emissões do setor de alimentos, disse Gerber. O relatório será concluído até o final do ano e deve permitir comparações mais precisas entre diferentes tipos de dietas – tanto com carne como vegetarianas.
Outros cientistas argumentam que a carne é uma fonte necessária de proteína em algumas sociedades com pouca diversidade de alimentos, e que em regiões do leste africano e do Ártico não há possibilidade de plantas sobreviverem. Nesses lugares, a dieta baseada em carne é a única opção.
Mitloehner afirma que em sociedades desenvolvidas, como nos Estados Unidos – onde as emissões do setor de transporte chegam a 26% do total, comparado com 3% da pecuária – a carne é o alvo errado das campanhas de redução de ambições.
A contestação ocorre num momento em que a ONU tenta reparar a credibilidade do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC), após a detecção de erros em seus estudos e o vazamento de polêmicos e-mails.
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na minha cidade boi acima de 14@ valor de r$ 70,00 à vista.