Mercado Físico da Vaca – 01/09/10
1 de setembro de 2010
Mercados Futuros – 02/09/10
3 de setembro de 2010

Com valorização de 2,59% indicador tem nova semana de alta

Nesta semana a arroba seguiu em alta, com o indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista sendo cotado a R$ 92,88/@ e acumulando alta de 1,86% na semana. O indicador a prazo registrou valorização de 2,59% nos últimos 7 dias e na quarta-feira foi cotado a R$ 93,76/@. Durante o mês de agosto, a variação acumulada foi de +8,07%. No mercado físico a oferta segue curta nas principais praças e compradores tem certa dificuldade em alongar suas escalas.

Nesta semana a arroba seguiu em alta, com o indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista sendo cotado a R$ 92,88/@ e acumulando alta de 1,86% na semana. O indicador a prazo registrou valorização de 2,59% nos últimos 7 dias e na quarta-feira foi cotado a R$ 93,76/@. Durante o mês de agosto, a variação acumulada foi de +8,07%.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio

Diante desta alta e da retração observada na cotação da moeda americana (-1,29% na semana), que terminou a última quarta-feira valendo R$ 1,7433 (Dólar compra PTAX), a arroba do boi gordo em dólares também apresentou valorização, ficando em US$ 53,28.

Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista em R$ e em US$

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 10,75% ao ano. A decisão, que já era esperada pelo mercado, encerrou o último ciclo de aperto monetário da atual gestão. Desde abril, os juros subiram 2 pontos percentuais.

De acordo com o comunicado, o BC acredita que o patamar adotado na última reunião, de 10,75%, “proporciona condições adequadas para assegurar a convergência da inflação”. O comunicado segue afirmando que “ao mesmo tempo em que não espera que o nível de inflação registrado nos últimos meses se mantenha em um futuro próximo, o Copom observa a continuação do processo de redução de riscos para o cenário inflacionário. Nesse contexto, o Comitê avalia que, neste momento, a manutenção da taxa de juros básica proporciona condições adequadas para assegurar a convergência da inflação para a trajetória de metas”.

Mercado físico

No mercado físico a oferta segue curta nas principais praças e compradores tem certa dificuldade em alongar suas escalas. Diante destas dificuldades temos observado reajustes constantes e em muitos casos os frigoríficos precisam negociar prazos mais curtos para efetivar compras.

Compradores que atuam no Mato Grosso do Sul comentam que a seca é muito forte e o volume de animais terminados a pasto é quase zero, ressaltando que mesmo animais tratados em semi-confinamento e com proteinado estão apresentando ganhos muito pequenos. Outro ponto que tem influenciado a oferta no Estado é a redução e atraso na saída de animais confinados, assim os preços ainda devem seguir sustentados e com alguma perspectiva de alta.

Antonio Pires Braga Júnior, do norte de Minas, informou que fechou um negócio ontem com bois aptos a serem exportados para a Europa a R$ 83,00/@, à vista. “Buscarão em Francisco Sá (norte de Minas) e mataram em Ituiutaba (triângulo mineiro)”.

O leitor do BeefPoint Men De Sá Souto dos Reis, nos enviou o seguinte comentário: “O trem está ficando melhor, me ofertaram R$ 80,00 na arroba do boi aqui em Gurupi/TO, na última sexta feira, dessa forma acho que este ano sobrará um pouco para o pecuarista!”

José Antônio Vieira da Silva, de Rondonópolis/MT, informou através do formulário de cotações do BeefPoint que na sua região o boi gordo está sendo negociado a R$ 81,00/@, com prazo de 30 dias. Márcio Vinícius Ribeiro de Moraes, que em Rondonópolis o boi apto a ser exportado para a Europa (rastreado) vale R$ 85,50/@.

Segundo Ivan Sampaio de Souza, em Salvador/BA o preço da arroba do boi gordo é de R$ 85,00/@ (30 dias de prazo). “O preço posto em Salvador, (Simões Filho é o município da região metropolitana de Salvador aonde estão localizadas as plantas de abate) é de R$ 87,00. Deduzi R$ 2,00 para um frete médio de 300 km”, completou.

Como está o mercado na sua região? Utilize o formulário para troca de informações sobre o mercado do boi gordo e reposição informando preços e o que está acontecendo no mercado de sua região.

Os frigoríficos mato-grossenses encerraram o mês de julho com um volume de abates de 372 mil cabeças, registrando uma ligeira queda de 0,1% em relação ao mês anterior. O mês de julho foi caracterizado pelo estreitamento das escalas de abates em algumas praças do Estado e pela dificuldade de aquisição de animais junto aos pecuaristas. Levantamento do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola) aponta que por mais um mês o abate de machos obteve incremento (2,5%) e, de fêmeas, recuo de 5,4%. Acompanhando o movimento visto nos meses passados, o abate de fêmeas obteve mais uma queda e, na comparação do acumulado de 2010, com o período de janeiro a julho em 2009, não registrou variação, respondendo por 37% do abate total de Mato Grosso.

Mercado futuro

A BM&FBovespa também registrou forte valorização na semana. Os contratos que vencem em setembro/10 fecharam a R$ 93,08/@ no pregão de quarta-feira, acumulando alta de R$ 2,89 na semana. Outubro/10 registrou variação positiva de R$ 2,03 no período analisado, fechando a R$ 92,90/@.

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 25/08/10 e 01/09/10

Reposição

O indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 687,46/cabeça, com valorização de 1,42% na semana. Em relação ao mesmo período do ano passado, a variação acumulada é de +14,44%.

Mesmo com essa valorização, a relação de melhorou, ficando em 1:2,23, já que a alta registra para a arroba do boi gordo foi maior do que o observado na reposição.

Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista x relação de troca (boi gordo de 16,5@ por bezerros)

O leitor do BeefPoint, Eduardo Zillo Bosi, de Lençóis Paulista/SP, comentou que na sua região o mercado de reposição segue mais firme do que nunca, tendo negócios de boi magro a R$90,00/@, à vista. “A ideia é embarcar com rapidez, para que estes animais cheguem logo ao cocho e os confinamentos possam completar suas lotacões que continuam baixas”, completou.

Atacado da carne bovina

Segundo o Boletim Intercarnes, se observa uma certa indefinição quanto aos compradores (distribuidores), em função dos preços elevados e da incerteza quanto à assimilação de novas altas pelo varejo. Contundo a procura se mantém especulativa para o final de semana prolongado.

As ofertas seguem e deverão continuar reduzidas. A tendência é que o mercado de carne permaneça com demanda regular e preços firmes nos próximos dias, ante as escalas de abates futuras que seguem indefinidas.

No atacado, o traseiro foi cotado a R$ 7,10, o dianteiro a R$ 5,00 e a ponta de agulha a R$ 4,80. Assim, o equivalente físico foi calculado em R$ 89,73/@, com valorização de 1,03% na semana. O spread (diferença) entre indicador e equivalente ficou em R$ 3,15/@, acima da média dos últimos 12 meses que é de R$ 2,93/@.

Tabela 2. Atacado da carne bovina

Gráfico 4. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico

Carne bovina in natura

Em agosto, os exportadores brasileiros enviaram ao exterior 95.900 toneladas de carne bovina in natura, responsáveis pela geração de uma receita de US$ 391,7 milhões. No acumulado do ano a receita registrada com as exportações do produto atingiram a marca de US$ 2,64 bilhões e o volume embarcado chegou a 684.330 toneladas, 10,93% acima do mesmo período do ano passado.

Na comparação com o mesmo período do ano passado, o volume enviado ao exterior em agosto foi 32,14% superior e a receita cresceu 52,59%. Já na comparação com o mês anterior – julho de 2010 -, temos um leve recuo (-3,95%) na receita apurada e uma retração de 5,70% no volume de carne bovina in natura exportada, segundo os dados do MDIC.

Gráfico 5. Exportações brasileiras de carne bovina in natura

Tabela 3. Exportações brasileiras de carne bovina in natura

O preço da carne bovina in natura brasileira seguiu em alta no mercado internacional durante o último mês de agosto. O preço médio da carne bovina in natura exportada ficou em US$ 4.084/tonelada, 15,48% mais alto que o valor registrado no mesmo período de 2009.

O presidente interino da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Otávio Cançado, está prevendo uma receita superior a US$ 5 bilhões com a exportação de carne bovina brasileira em 2010. De acordo com o dirigente, o Brasil deve voltar aos níveis de 2008 quando a exportação foi recorde, atingindo US$ 5,3 bilhões.

O bom momento de mercado brasileiro, na sua avaliação, é reflexo do mercado mundial e do trabalho de promoção da carne brasileira no exterior, através da parceria ABIEC-APEX do Brasil. “Mesmo em anos de crise, estamos expandindo nossas exportações. A manterem as previsões atuais de crescimento voltaremos a exportar algo próximo a US$ 5,1 bilhões”, antecipou.

Otávio Cançado participou na Expointer, da renovação de convênio do Projeto Brazilian Beef entre a Abiec e a APEX-Brasil em que está previsto o aporte de R$ 4,9 milhões nos próximos dois anos para ampliar a participação brasileira no mercado mundial de carne bovina.

Na prática, o convênio refletirá em feiras no exterior, em marketing da carne, propiciando a vinda de formadores de opinião (jornalistas) ao Brasil, bem como a participação em workshop em países específicos, explicou o presidente interino da ABIEC.

Promover a carne brasileira, mostrar ao mundo que o Brasil tem qualidade, preço e sanidade, é muito importante, enfatizou, lembrando que em 2000 éramos um pequeno exportador, com pouco mais de US$ 500 milhões, e hoje somos o maior exportador, em valor e em volume do mundo.

Já o diretor de Negócios da APEX-Brasil, Maurício Borges, destacou a importância do convenio para a diversificação de mercado e aumento das exportações. Segundo Borges, de 2001, época em que foi firmado o convenio com a Abiec, a 2010, houve investimento significativo das empresas em nível de tecnologia e de qualidade e isso mostrou um resultado para o mercado mundial de alavancagem das exportações, com o Brasil abrangendo mercados potenciais como o europeu e árabe.

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  1. Evándro d. Sàmtos. disse:

    O momento é vital para o setor.Toda a atenção é muito pouca.

    Nas contas dos impérios 2 + 1 = 4.

    Nas contas dos normais,não apadrinhados pelo digníssimo BNDEs,é 2 + 2 = 4.

    Conseguem perceber a diferença, nada sutil?

    Na hora da compra eles (os impérios)pagam,mais ou tanto quanto (o que é ainda pior) que qualquer outro frigorífico,mas na hora de vender colocam o mercado atacado e varejo para baixo nos cortes primários até R$0,20 por quilo mais barato do seria preciso para fechar as contas de compras,abates,custos fixos,transportes do gado vivo e da carnes,pós morte.

    Enquanto todos pensam em valorizar o boi vivo,os impérios só pensam em desvalorizar os cadáveres dos mesmos,e desta forma produzir mais cadáveres,estes frigoríficos de menor porte concorrentes,não se importam com quantos cadáveres,pecuaristas também terão que produzir.

    Espero que me entendam.

    Nos próximos dois anos,a menos que boi comece a parir,ou então que comecem a clonar bois gordos e prontos para abate.A tendência,salvo pequenas oscilações de momento,é o mercado se manter desta forma,ou ainda piorar,caso as exportações aumentem.

    Digo aos amigos pecuaristas,ainda que possa lhes parecer estranho,priorizem negociar seus animais acabados com frigoríficos de pequeno e médio porte,coloquem ágio nas negociações com os impérios,ou em prazo muito mais curto que todos “alarmistas” dizem os senhores terão que se sujeitar como os criadores de suínos ou frangos.

    Observem e avaliem como desejam o seu futuro,o futuro das suas propriedades e dos filhos e netos.

    Saudações,

    EVÁNDRO D. SÀMTOS.