A Comissão Européia revelou os resultados do projeto Identificação Eletrônica de Animais (Electronic Identification of Animals – IDEA) – um estudo referente à marcação de animais.
Os resultados do extensivo teste que incluiu seis nações foram mostrados em uma propriedade rural em Monterotondo, próximo à Roma, e confirmaram a viabilidade do uso de marcadores eletrônicos em bovinos, ovinos e caprinos.
A Comissão disse que sistemas convencionais baseados em brincos, tatuagens e marcas podem ser modificados e não são sempre confiáveis, potencialmente se tornando ineficientes. Além disso, a comissão disse que os dados registrados manualmente são lentos e passíveis de erros, sendo que já foi proposta uma Regulamentação da identificação e registro de ovinos e caprinos.
“A identificação individual de animais domésticos na União Européia (UE) é essencial para evitar fraudes no subsídio agrícola e reforçar os controles de saúde e segurança”, disse o Comissário de Pesquisa Européia, Philippe Busquin. “Esta é crucial para rastrear animais durante as epidemias das principais doenças animais, como febre aftosa”.
O IDEA foi um experimento de larga escala, executado de março de 1998 a dezembro de 2001. Um milhão de animais foram identificados eletronicamente em seus países da UE: França, Alemanha, Itália, Holanda, Portugal e Espanha. A viabilidade dos vários sistemas de identificação de ruminantes (bovinos, búfalos, ovinos e caprinos) foi explorada e a estrutura necessária para sua implementação foi determinada.
Considerando as descobertas do projeto IDEA, a Comissão submeteu uma proposta inicial para uma regulamentação do Conselho, “estabelecendo um sistema para a identificação e o registro de ovinos e caprinos”.
A proposta da Comissão de Regulamentação irá reforçar as atuais medidas, em particular, pela introdução gradual do sistema de identificação para marcar cada animal, em todos os Estados Membros, possibilitando rastrear os movimentos de ovinos e caprinos.
A Comissão disse que os atuais métodos de identificação de animais como os brincos, as tatuagens e marcadores têm desvantagens, incluindo perda, quebra e alteração dos marcadores. O registro de dados é lento, com erros de transcrição manual podendo levar a problemas futuros.
O critério chave para a introdução de dispositivos eletrônicos foi que eles devem permanecer com os animais durante toda sua vida e ser recuperável no abate. Os identificadores são necessários para resistir às condições de campo e serem legíveis em condições fixas ou em movimento. Além disso, seu uso seria suficientemente custo-efetivo para permitir a introdução em toda a população de animais domésticos da Europa.
Para comparar a performance das opções mais promissoras, cerca de 390 mil bovinos, 500 mil ovinos e 29 mil caprinos foram preparados com uma seleção de brincos eletrônicos testados e certificados, bolus ruminal (cápsulas de cerâmica retidas no retículo ou segundo estômago dos animais) ou transponders injetáveis. O correto funcionamento dos dispositivos foi verificado depois de eles terem sido aplicados nos animais através da avaliação da leitura após um dia, um mês e então, anualmente, bem como em caso de movimentos, abate e após a recuperação do dispositivo.
A Comissão estudou uma série de assuntos chave para a determinação da viabilidade do acesso, do alcance do teste e dos procedimentos de certificação para confirmar a segurança dos identificadores eletrônicos e dos leitores, para a organização e estrutura do suporte logístico.
O IDEA demonstrou que uma substancial melhoria na rastreabilidade pode ser obtida com o uso de identificadores eletrônicos de animais, e que não há impedimento técnico para sua introdução em bovinos, ovinos, caprinos e búfalos.
Os resultados servem de base para as recomendações referentes à identificação de espécies sob um grande espectro de condições: criação intensiva e extensiva, transporte intra e extra europeu, técnicas diferentes de abates e extremos ambientais no norte e no sul da UE.
Refletindo sobre as conclusões do Projeto IDEA, o Comitê Permanente na Cadeia de Alimentos e Saúde Animal adotará novas linhas de direção e procedimentos para a implementação da identificação eletrônica. Estas medidas são referentes aos detalhes técnicos das regras e procedimentos de implementação, os procedimentos de teste e os critérios de aceitação de equipamentos, bem como suporte para a harmonização das bases de dados e os protocolos de comunicação. Se necessário, a Comissão submeterá um relatório ao Conselho no final de 2005, baseado na experiência de implementação do sistema de identificação eletrônica.
Fonte: MeatNews.com, adaptado por Equipe BeefPoint