A comissária agrícola da União Européia, Mariann Fischer Boel, pediu a líderes do bloco para não reduzirem os subsídios aos produtores, alertando que sem esse apoio eles migrarão do campo para as cidades, abandonando suas terras.
“É importante que nossa política rural não seja vendida em nenhum acordo”, declarou durante um seminário sobre economia agrária organizado pelo Parlamento Europeu. “A UE não pode prosperar se as áreas rurais ficarem estagnadas”, disse Mariann.
A comissária fez essa declaração dois dias antes do encontro crucial em Bruxelas, quando os representantes dos países tentarão chegar a um acordo para o orçamento do bloco europeu de 2007 a 2013.
O Reino Unido, que tem um setor primário relativamente pequeno, mas eficiente, sugeriu que os subsídios fossem reorganizados, pois continuarão respondendo por, pelo menos, 40% dos gastos do bloco, mantendo os preços dos alimentos em alta, além de impedir a entrada de produtos vindos da África e de outros países que oferecem preços mais baixos.
Os gastos com o setor agrícola totalizaram 45,3 bilhões de euros por ano entre 2004 e 2006, e devem aumentar para 48,6 bilhões de euros ao ano entre 2007 e 2013. A França e outros países que se beneficiam com o apoio financeiro do governo são contra qualquer redução ou mudança neste sistema.
Mariann mencionou ainda a necessidade da criação de novos postos de trabalho na agricultura, de preferência às mulheres e aos jovens, que compõe a maior parte dos desempregados. “Se não tem emprego no campo, as pessoas se mudarão para as cidades”, alertou. Mais de 56% da população européia vivem em zonas rurais, mas os salários são quase 50% menores do que os recebidos nos centros urbanos e os padrões de educação são inferiores.
Fonte: Estadão/Agronegócios (por Alexandre Rodrigues), adaptado por Equipe BeefPoint