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Commodities: Milho lidera alta dos grãos em Chicago

O mercado de grãos está se posicionando para a divulgação do novo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na quarta-feira que vem, om as perspectivas para oferta e demanda global. Investidores apostam em um
corte na projeção da safra americana de milho, e os contratos do cereal subiram na bolsa de Chicago nesta sexta-feira.

Os contratos para dezembro, que são os mais negociados, avançaram 1,24%, a US$ 6,755 por bushel. Já os papéis de segunda posição, para março do ano que vem, subiram 1,16%, a US$ 6,8325 por bushel.

Ontem, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projetou uma colheita recorde no Brasil em 2022/23. Somadas as três safras, a estatal projeta colheita de 126,9 milhões de toneladas de milho, o que, caso se confirme, representará um crescimento de 12,5% em relação à temporada anterior.

Mas ainda é cedo para a safra brasileira começar a mexer com os preços internacionais, segundo Luiz Gutierrez, analista da Safras & Mercado. “A produção de verão é pouca expressiva, o que importa mesmo é a safrinha”. Até a entrada da segunda safra, o clima pode mudar, principalmente porque o La Niña persiste.

A baixa vazão do rio Mississippi, que corta o cinturão de milho dos EUA, e de seus afluentes tem atrapalhado o trânsito de barcaças para a área do Golfo do México. Isso pressionou as cotações nos últimos dias, porque o mercado temia problemas nas exportações americanas. “Mas, por enquanto, nada muito grave. Mas temos que continuar acompanhando, para ver se vai se agravar, porque estamos na entrada da safra americana”, diz Gutierrez.

O encarecimento do petróleo nas últimas sessões também serve de suporte para as commodities agrícolas. “Há um embate entre combustíveis fósseis e renováveis, como o biodiesel feito com óleo de soja e o etanol feito de milho. Vamos ver até onde vai esse movimento do petróleo”, disse o analista da Safras. Hoje, o barril do Brent para dezembro subiu 3,47%, a US$ 95,89.

Soja

Os papéis da soja para novembro, os de maior liquidez na bolsa de Chicago, avançaram 0,66%, a US$ 13,67 por bushel. Os lotes de segunda posição, para janeiro do ano que vem, subiram 0,64%, a US$ 13,7925 por bushel.

O mercado está dividido entre uma possível redução na oferta americana de soja nos Estados Unidos e um crescimento anunciado pela Conab no Brasil.

“As lavouras dos EUA pioraram novamente nesta semana, então é possível que o USDA [Departamento de Agricultura do país] faça ajustes na estimativa de produção”, diz Luiz Gutierrez, da consultoria Safras & Mercado. “Do outro lado tem a safra brasileiro, cujo plantio apresenta um bom ritmo e um clima favorável, por enquanto”.

Ontem, a Conab fez sua primeira estimativa oficial sobre a safra brasileira de 2022/23, indicando um recorde na produção de soja, com 152,4 milhões de toneladas, 21,3% mais que em 2021/22. Essa projeção da Conab supera a do USDA, de 149 milhões de toneladas.

Gutierrez afirma que esse cenário de oferta deve começar a pesar mais para o lado do Brasil — e para a América do Sul — ao longo das próximas semanas. O La Niña continua e investidores querem saber quais serão seus efeitos sobre a safra dessa região. “Enquanto isso, a soja deve continuar entre US$ 13 e US$ 14 por bushel”, projetou.

Trigo

Os contratos do trigo para dezembro, os de maior liquidez na bolsa de Chicago, fecharam em alta de 0,14%, a US$ 8,8025 por bushel. Os lotes de segunda posição, para março do ano que vem, subiram 0,25%, a US$ 8,95 por bushel.

A guerra na Ucrânia, importante exportador de trigo, ainda dá suporte para os preços do cereal. Segundo a Reuters, o país plantou mais de seis milhões de hectares em 2022, mas conseguiu colher apenas 4,7 milhões, porque o restante das lavouras está em áreas ocupadas pela Rússia. Com isso, a safra ucraniana alcançou 19,2 milhões de toneladas, muito abaixo das 32,2 milhões de toneladas do ano passado.

Por outro lado, os russos devem ter uma colheita recorde de 100 milhões de toneladas de trigo neste ano, estima a SovEcon, consultoria especializada no Mar Negro. Desse total, o país exportará de 43,1 a 43,4 milhões de toneladas.

Fonte: Valor Econômico.

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