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Commodities: Preço do milho em Chicago é o maior desde junho

Hoje (24/1), o milho fechou em alta pelo sexto pregão consecutivo na bolsa de Chicago. O contrato para março, o mais ativo, subiu 0,77% (4,75 centavos de dólar), a US$ 6,1625 o bushel, e a posição seguinte, para maio, avançou 0,57% (3,50 centavos de dólar), a US$ 6,1750 o bushel, sua maior cotação desde o início de junho de 2021, segundo o Valor Data.

Assim como ocorre no trigo, o impasse militar entre Rússia e Ucrânia pode elevar a demanda pelo milho produzido nos Estados Unidos. Os ucranianos disputam o mercado da China com os EUA. Assim, caso a tensão leve a um conflito entre russos e ucranianos, a demanda pelo cereal americano pode subir.

Além disso, nas perspectivas para a próxima safra americana, as primeiras informações apontam para uma redução da área ocupada pelo milho. A área destinada à soja pode ultrapassar a do milho pela segunda vez na história.

Ainda nos Estados Unidos, os embarques de milho recuaram 9,8% na semana encerrada em 20 de janeiro, para 1,1 milhão de toneladas, disse o Departamento de Agricultura do país (USDA), baseado nas inspeções feitas nos portos americanos. No ano safra 2021/22, os americanos despacharam 16,4 milhões de toneladas, 13% menos do que no mesmo período do ciclo passado (18,9 milhões de toneladas).

No Brasil, até a última quinta-feira, o plantio da segunda safra de milho atingiu 5% da área estimada para esta temporada 2021/22 no Centro-Sul do país, segundo levantamento da AgRural. De acordo com a consultoria, o avanço da colheita de soja acelerou os trabalhos no milho.

No mesmo período do ano passado, em virtude do atraso no plantio da soja, a semeadura do milho safrinha ainda não havia começado. Mato Grosso puxa o aumento do ritmo de plantio; no Paraná, a umidade baixa nas regiões oeste e sudoeste limita os trabalhos.

Após duas sessões em correção técnica, o trigo voltou a subir em Chicago. Nesta segunda-feira, o contrato com entrega para março, o mais negociado, subiu 2,63% (20,50 centavos de dólar), a US$ 8,0050 o bushel, enquanto a posição seguinte, para maio, avançou 2,45% (19,25 centavos de dólar), a US$ 8,040 o bushel.

Assim como vem ocorrendo desde a semana passada, o risco de um conflito entre Rússia e Ucrânia tem puxado para cima as cotações do cereal, disse hoje a AgResource. Os dois países são grandes exportadores de trigo.

O Commerzbank fez leitura parecida do cenário em relatório publicado nesta segunda-feira. Para o banco alemão, os dados de oferta e demanda atuais já não indicam um quadro tão pressionado quanto o de meses atrás, quando, em novembro, o cereal atingiu sua maior alta em nove anos na bolsa americana.

Nos EUA, as exportações somaram 401 mil toneladas na semana até 20 de janeiro, afirmou o USDA, uma queda de 4,3% em comparação com a semana anterior. No ano-safra, iniciado em 1º de junho, os embarques somam 13,2 milhões de toneladas, 18,2% menos do que em igual período da temporada anterior (16,1 milhões de toneladas).

Por fim, a soja emendou sua segunda queda seguida na bolsa de Chicago, pressionada pela previsão de chuvas no Sul do Brasil. O contrato para março, o mais ativo no momento, recuou 0,80% (11,25 centavos de dólar), para US$ 14,030 o bushel, e a posição seguinte, para maio, cedeu 0,84% (12 centavos de dólar), a US$ 14,110 o bushel.

A DTN informou que há previsão de chuvas no Sul do Brasil e na Argentina nos próximos dias, com temperaturas próximas ao normal. Essas duas áreas são as mais castigadas no momento pela estiagem – a falta de chuvas levou Estados brasileiros e a Argentina a decretarem situação de emergência.

No caso da safra brasileira, a maior do mundo, a colheita já chegou a 5% da área estimada, disse a AgRural. Segundo a consultoria, na semana imediatamente anterior, o percentual era de 1%, e no mesmo período do ano passado, quando os trabalhos estavam particularmente lentos por causa do atraso do plantio, eram apenas de 0,7%.

“O tempo mais firme em áreas com soja já prontas em Mato Grosso e o início dos trabalhos em um maior número de Estados deram impulso à colheita na semana passada”, informou a AgRural, em nota.

Segundo a consultoria, os dados de produtividade foram mais positivos em Mato Grosso, que lidera a produção brasileira de grãos. Os casos de grãos avariados e com excesso de umidade diminuíram devido às chuvas mais espaçadas, de acordo com a AgRural.

A estima estima produção total de 133,4 milhões de toneladas de soja no país em 2021/22. Na safra passada, o volume alcançou o recorde de 137,3 milhões de toneladas, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Nos EUA, o USDA informou que o país embarcou 1,3 milhão de toneladas de soja na semana encerrada em 20 de janeiro, volume 24,8% menor que o da semana anterior. No ano safra 2021/22, os americanos embarcaram 34,7 milhões de toneladas até o momento, 23,7% menos do que no mesmo período da temporada passada (45,6 milhões de toneladas).

Fonte: Valor Econômico.

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