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Commodities: Safra dos EUA preocupa, e trigo sobe 2,2% em Chicago

Os preços do trigo avançaram pelo segundo dia consecutivo e lideraram as altas dos grãos na bolsa de Chicago na sessão de hoje (12/4). O contrato para julho, o mais ativo no momento, subiu 2,16% (23,50 centavos de dólar), a US$ 11,1250 o bushel.

O cereal foi impulsionado pelo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgado na véspera, que mostrou apenas uma pequena melhora nas condições da safra de trigo do país. Até domingo, 32% da área estava em boas ou excelentes condições, pouco acima das 30% da semana anterior e bastante inferior aos 53% registrados no mesmo período do ano passado.

As lavouras em situação regular somam 32% — em 2021, eram 30%, e, na semana anterior, 34% —, e as que estão em situação ruim totalizam 18%, mesmo patamar de uma semana antes e superior aos 11% do ano passado. A fatia das lavouras consideradas muito ruins também permaneceu nos 18% da semana anterior. No ano passado, elas somavam 6% do total.

O mercado já esperava a pequena melhora entre uma semana e outra, a previsão meteorológico de momento aponta cenário pouco favorável a uma efetiva recuperação das lavouras. “Embora tenhamos melhorado um pouco, a recuperação vem de uma base já muito baixa, e a previsão do tempo indica poucas chuvas”, disse Richard Buttenshaw, da Marex, à Dow Jones Newswires.

Ainda de acordo com o USDA, o plantio do trigo de primavera chegou a 6% na área prevista, um avanço de três pontos percentuais em relação à semana anterior, mas abaixo dos 10% registrados no ano passado. O índice está pouco acima da média para o período, de 5%.

Milho

Depois de fechar em queda na sessão da véspero, o milho avançou na bolsa de Chicago nesta terça-feira. O contrato para julho, o mais negociado, subiu 1,81% (13,75 centavos de dólar), a US$ 7,7250 o bushel.

A decisão do governo americano de liberar a venda de gasolina misturada com 15% de etanol — também conhecido como E15 — durante os meses de verão no Hemisfério Norte impulsionou os preços. Com a medida, o E15 poderá ser vendido entre 1º de junho e 15 de setembro, momento em que normalmente é proibido. Na avaliação da AgResource, isso pode aumentar a demanda pelo cereal, já que a indústria de etanol dos EUA consome cerca de um terço da produção americana de milho.

As cotações do grãos também subiram como resultado das preocupações do mercado com a inflação. Esse receio tem levado os investidores a aumentarem suas posições no mercado de grãos como forma de proteção contra os aumentos de custos.

“Os preços globais dos alimentos, que já estavam subindo antes do início do conflito [na Ucrânia], tiveram em março sua alta mais rápida de todos os tempos, aumentando a pressão inflacionária sobre os consumidores e piorando a crise da fome no mundo”, disse ontem Tobin Gorey, estrategista agrícola do Commonwealth Bank of Australia.

Outro ponto de atenção dos operadores é o início do cultivo da safra de milho nos EUA. Até domingo, a semeadura havia ocorrido em 2% da área, segundo o USDA, ritmo similar ao do ano passado, quando ficou em 4%, e próximo à média dos últimos cinco anos, de 3%.

Soja

A soja também subiu hoje, recuperando parte do valor que perdeu com a queda ocorrida na véspera. O contrato para julho, o mais negociado atualmente, que ontem havia recuado 2%, avançou 1,2% (19,75 centavos de dólar) nesta terça-feira, a US$ 16,6050 o bushel.

Em um dia de valorização dos grãos, puxada pelas preocupações inflacionárias no mercado internacional, a oleaginosa também encontrou suporte no farelo e no óleo de soja, que subiram 0,8% e 1,5%, respectivamente.

A soja tem subido com menos intensidade que trigo e milho diante da leitura de parte do mercado de que a safra 2022/23 será menos apertada do que as últimas. Essa leitura tem relação com a perspectiva de aumento de área nos Estados Unidos e de colheita no Brasil e na Argentina sem quebras como as da safra passada.

“Com o aumento da área de soja — e, consequentemente, uma ampliação da oferta, a partir do incremento na produtividade — na próxima safra, estimamos o estoque mais confortável da oleaginosa nos EUA das últimas três safras”, disse, em relatório, Alef Dias, analista da hEDGEpoint.

Fonte: Valor Econômico.

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