Os preços da soja recuaram no primeiro pregão da semana na bolsa de Chicago, após a confirmação de que medidas mais restritivas vão seguir em vigor na China. Os contratos que vencem janeiro, os de maior liquidez, caíram 0,82%, a US$ 14,5025 por bushel.
Traders iniciaram a semana com um sentimento de frustração, já que na sexta-feira havia a expectativa de que Pequim relaxaria as medidas de “covid zero”, o que poderia dar algum impulso à demanda chinesa por soja.. No entanto, no sábado a Comissão de Saúde da China (NHC) reafirmou que seguirá com ações mais restritivas para conter o avanço da doença.
“Parece que, quando a China reabrir oficialmente suas fronteiras, será um momento muito bom para as commodities. Mas até que você obtenha a confirmação do próprio Xi [Jinping], a espera é um jogo difícil”, disse Richard Buttenshaw, da Marex, em nota.
Por causa das restrições, as compras chinesas de soja continuam nos menores patamares dos últimos anos. As importações do gigante asiático caíram 19% em outubro em relação ao mesmo mês do ano anterior, para 4,14 milhões de toneladas, segundo dados da Administração Geral de Alfândegas da China (GACC na sigla em inglês). Foi o menor volume para um mês de outubro desde 2014.
De janeiro a outubro, as compras chinesas do grão chegaram a 73,18 milhões de toneladas, uma queda de 7,4% ante igual intervalo de 2021.
Trigo
Após abrir a sessão em alta, o trigo mudou de direção e fechou com preços mais baixos na bolsa de Chicago. Os lotes que vencem em dezembro, os de maior liquidez, caíram 0,24%, a US$ 8,4575 por bushel. Os papéis de segunda posição de entrega, para março do ano que vem, recuaram 0,32%, a US$ 8,64 por bushel.
Fábio Lima, consultor em gestão de risco da StoneX, disse que a semana deverá ser marcada por uma forte volatilidade nos preços internacionais do cereal.
“Teremos um relatório do USDA [Departamento de Agricultura dos EUA], que pode trazer novos dados de estoques finais. Além disso, os preços seguem sem direção à espera de definições sobre o corredor de exportações no Mar Negro. Ainda não se sabe se o corredor será de fato renovado, principalmente pelo lado da Rússia”, disse ao Valor.
O acordo entre Rússia e Ucrânia, que liberou as exportações de grãos pelo Mar Negro, vai expirar no próximo dia 19. “Toda a definição de preços está sobre o que vai acontecer com o acordo, assim como aconteceu na semana passada, quando o preço ultrapassou os US$ 9 após a Rússia anunciar a suspensão, e voltou aos patamares atuais depois que o acordo foi retomado”, lembrou o analista.
Milho
No mercado do milho, os contratos para dezembro, que são os mais negociados na bolsa de Chicago, fecharam em queda de 0,77%, a US$ 6,7575 por bushel, e os papéis para março do ano que vem recuaram 0,76%, a US$ 6,8150 por bushel.
Os preços do cereal seguem voláteis, à medida em que os negociadores aguardam por notícias que possam mexer com o mercado. Nesse sentido, os olhares se voltam para o próximo relatório de oferta e demanda do USDA, que será divulgado na quarta-feira.
Fonte: Valor Econômico.