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Commodities: Trigo sobe quase 3% na bolsa de Chicago

O trigo foi na contramão de soja e milho e fechou o dia em alta na bolsa de Chicago. O contrato para maio, o mais negociado no momento, subiu 2,83% (29,75 centavos de dólar), a US$ 10,8125 o bushel, e a posição seguinte, que vence em julho, avançou 2,91% (30,75 centavos), para US$ 10,890 o bushel.

Os futuros encontraram suporte nos temores sobre a diminuição dos estoques globais, já que a guerra na Ucrânia continua a travar as exportações do cereal pelo Mar Negro. Na sexta-feira, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) cortou em 1 milhão de toneladas a perspectiva de embarques ucranianos de trigo.

“Os preços globais dos alimentos, que já estavam subindo antes do início do conflito, tiveram em março sua alta mais rápida de todos os tempos, aumentando a pressão inflacionária sobre os consumidores e piorando a crise da fome no mundo”, disse Tobin Gorey, estrategista agrícola do Commonwealth Bank of Australia.

Os preços também subiram devido à expectativa do mercado de que novos dados indicarão piora nas condições nas lavouras de trigo nos EUA. O USDA atualizará o relatório sobre as condições das plantações ainda hoje. Na semana passada, o órgão mostrou que 30% do trigo de inverno está em boas ou excelentes condições, o menor patamar para essa época já registrado.

Durante o pregão, o USDA informou que os embarques americanos de trigo cresceram 29,1% na semana encerrada em 7 de abril na comparação com os sete dias anteriores, para 411 mil toneladas. No ano-safra, iniciado em 1º de junho, as exportações somaram 17,6 milhões de toneladas, volume 17,8% menor do que o do mesmo período da temporada anterior (21,4 milhões de toneladas).

Milho

Já o milho fechou o dia em leve baixa. O contrato para maio, o mais negociado, caiu 0,55% (4,25 centavos de dólar), a US$ 7,6450 o bushel, e a posição seguinte, para julho, valorizou-se 0,26% (2 centavos), para US$ 7,5875 por bushel.

O cereal enfrentou forte pressão do petróleo, que hoje caiu quase 4%. O recuo do fóssil tira a competitividade do etanol dos Estados Unidos, onde o milho é a principal matéria-prima do biocombustível.

No entanto, a queda do grão foi suavizada por um informe de embarque de milho dos EUA para a China. Segundo o USDA, exportadores do país venderam 1,02 milhão de toneladas do cereal para os asiáticos. Essa venda soma-se a uma de volume similar ocorrida na semana passada, em um momento em que a China continua a lidar com uma nova onda de covid-19. “Alguns analistas especulam que as medidas de restrição chinesas estão pesando sobre o preço do petróleo, enquanto outros notaram as liberações de reservas estratégicas dos países”, diz Terry Reilly, da Futures International, em nota, segundo a Dow Jones Newswires.

Além dessas questões, Warren Patterson, chefe de estratégia de commodities do ING, disse à agência Bloomberg que o clima nos EUA também preocupa os investidores de milho. Uma “tempestade de inverno significativa” no país pode levar neve pesada para os Estados das planícies do norte a partir da noite de segunda-feira, de acordo com o Serviço Nacional de Meteorologia. Também há previsão de clima mais frio do que o normal no centro dos EUA na próxima semana, em um momento em que o plantio da primavera normalmente começa a ganhar velocidade.

Hoje, durante o pregão, o USDA informou que os americanos embarcaram 1,42 milhão de toneladas de milho na semana encerrada em 7 de abril. O volume é 7,9% menor que o da semana anterior e 17,9% inferior ao da mesma semana de 2021. No ano safra 2021/22, iniciado em 1º de setembro, os americanos já embarcaram 32 milhões de toneladas, 15,6% menos do que no mesmo período da temporada passada (37,9 milhões de toneladas).

Soja

No mercado da soja, o contrato para maio, o mais negociado atualmente, caiu 2% (33,75 centavos de dólar), a US$ 16,5525 o bushel. Já a posição seguinte, para julho, cedeu 1,63% (27,25 centavos), a US$ 16,4075 o bushel.

Após acumular valorização de mais de 6% na semana passada, a soja iniciou a semana com realização de lucros. De acordo com o analista Tomm Pfitzenmaier, da Summit Commodity Brokerage, a oleaginosa também foi pressionada pela queda do petróleo durante o pregão, o que acaba por desvalorizar o óleo de soja, principal insumo do biodiesel.

“A fraqueza no mercado de petróleo atingiu o de óleos, e isso trouxe uma pequena pressão de venda para a soja nesta manhã”, disse ele mais cedo, em nota enviada à Dow Jones Newswires.

O USDA informou hoje que os embarques americanos de soja cresceram 3,4% na semana encerrada em 7 de abril, para 766,2 mil toneladas. No ano-safra 2021/22, os americanos despacharam 44,9 milhões de toneladas, 18,3% menos do que no mesmo período do ciclo passado (55 milhões de toneladas).

Fonte: Valor Econômico.

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