Por Fabiana Donato Aviles1
Vários aspectos podem ajudar o consumidor, a saber, se o produto que ele está comprando no varejo vem de estabelecimento inspecionado.
Quando a carne se apresenta em cortes e embalada, a rotulagem deve conter todas as informações necessárias para que se saiba que o estabelecimento processou aquele produto, como a logomarca do serviço de inspeção, que contém um número que identifica o estabelecimento, a data do processamento, a data de validade, a temperatura de conservação etc. Quando o carimbo de inspeção (de cor azul/roxa, feitos com tinta atóxica) está em grandes peças, é possível observar no interior o número que identifica o estabelecimento produtor.
Se as peças estiverem em cortes e não houver nenhuma identificação do estabelecimento produtor, o consumidor deverá exigir do estabelecimento varejista a nota fiscal de compra do produto, o que lhe permitirá constatar se a carne veio de estabelecimento habilitado ou não.
Caso não se comprove a origem da carne, o consumidor deverá denunciar o estabelecimento às autoridades de saúde pública ou aos órgãos competentes como: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, à Secretaria de Agricultura ou ainda a organizações não-governamentais, que as levarão ao conhecimento das autoridades competentes, para que seja feita a verificação quanto à qualidade do produto oferecido.
Para garantir a qualidade da carne que você consome, é importante estar informado e atento desde o momento de sua aquisição; procure comprá-la em estabelecimentos de sua confiança, que tenham condições sanitárias adequadas.
A carne bovina fresca tem características próprias, que a tornam fácil de ser reconhecida. A leitura deste texto levará você a identificar essas características para adquirir somente carnes de boa qualidade.
O produto: a carne fresca deve ter coloração vermelho-cereja brilhante, odor característico de carne fresca e uma certa elasticidade, capaz de fazê-la ceder à pressão dos dedos. A gordura deve ter coloração amarelo-clara, próximo à tonalidade da manteiga. A carne embalada a vácuo, entretanto, tem coloração mais escura, o que é normal e não indica deterioração. Não deixe de verificar a data de validade do produto, que, por lei, deve estar impressa no rótulo da embalagem.
Se você notar excesso de líquido dentro das embalagens, assim como manchas esverdeadas, ou se a embalagem não estiver bem aderida ao produto, não compre. Quando adquirir carnes congeladas, coloque-as no congelador de sua casa, no prazo máximo de uma hora após a compra.
Tipos de embalagem: hoje se encontra à venda carne tanto no balcão do açougue como em pequenas bandejas de isopor ou em embalagens a vácuo. Prefira as carnes embaladas a vácuo ou em pequenas bandejas.
Em pequenas bandejas, pode ser utilizada a “atmosfera modificada”, que nada mais é do que a mistura de oxigênio com gás carbônico injetado na embalagem para manter a qualidade do produto e prolongar a sua vida útil. Nesse tipo de embalagem, a carne dura até dez dias em refrigerador doméstico.
Na carne embalada a vácuo, todo o oxigênio é retirado da embalagem. Essa é uma das formas mais seguras de garantir a qualidade e a durabilidade da carne, pois impede o crescimento de microrganismos que precisam de oxigênio para se manter. A carne acondicionada nesse tipo de embalagem apresenta uma coloração mais escura, próxima ao marrom, mas isso é perfeitamente normal, pois se deve à falta de contato da carne com o oxigênio. Poucos minutos após a abertura da embalagem, ao entrar em contato novamente com o oxigênio, ela retornará à sua cor vermelho-cereja natural.
Local de compra: Adquira carnes em estabelecimentos de sua confiança. Observe a higiene do local, pois isso se refletirá na higiene da carne fornecida. Opte por açougues com paredes azulejadas e pisos de cerâmica, que sejam fáceis de higienizar, com balcões e instalações limpas, e onde não haja carnes dependuradas em ganchos. As carnes devem permanecer refrigeradas e não expostas ao ambiente, devendo estar livres do contato com insetos e poeira.
No local de compra, verifique se o balcão frigorífico é mantido em temperatura constante de no máximo 7oC. Um meio de avaliar o funcionamento do balcão é observar se as carnes bovinas expostas mantêm a coloração vermelho-cereja brilhante. A iluminação do balcão de carnes também é importante: evite comprar carne onde os comerciantes utilizem lâmpadas avermelhadas, pois isso mascara a coloração real do produto. O excesso de produtos expostos nos balcões refrigerados prejudica a circulação do ar frio, comprometendo a conservação dos alimentos. Cada produto deve ter o seu lugar, portanto cortes de diferentes espécies, como bovinos, suínos e de aves, não devem estar misturados nos balcões frigoríficos.
Lembre-se de que os funcionários do açougue devem ter os cabelos presos e usar toucas, assim como uniformes brancos e limpos. Em suma, deve apresentar o maior asseio possível.
Para fazer uma comunicação à Agência de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo, pode-se usar o seguinte endereço eletrônico: (cmleal@cda.sp.gov.br). Denúncias também podem ser feitas através do telefone (19) 3241-4700, ramal 2285.
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1 Fabiana Donato Aviles é zootecnista do SIC (Serviço de Informação da Carne)
O endereço de contato do SIC é:
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